quarta-feira, 29 de abril de 2015

Leandro Boldrini pode ganhar a liberdade?



STJ MOSTRA PARECER FAVORÁVEL A CONCESSÃO DE HABEAS CORPUS A LEANDRO BOLDRINI

Disponível em: <noticias.band.uol.com.br/caso-bernardo-leandro-boldrini>. Da Rádio Bandeirantes. Por Jônatha Bittencourt. Acesso em 29/04/2015.

Dr. Leandro Boldrini / Arquivo Pessoal

O STJ - Superior Tribunal de Justiça -  deu parecer favorável a intenção da defesa de Leandro Boldrini e deverá julgar em 07/05/2015, o recurso de Habeas Corpus em favor do médico. Duas liminares já foram negadas, uma em novembro de 2014 e outra em março pelo Desembargador Newton Trisotto.

Para o sub-procurador geral da República, Carlos Frederico dos Santos, o recurso em habeas corpus impetrado pela defesa do médico Leandro Boldrini, sob a alegação de cerceamento de defesa, não procede. Os advogados queriam que o Juiz Fernando Vieira dos Santos e a Promotora Dinamárcia Maciel de Oliveira testemunhassem em favor do médico Leandro Boldrini. O Juiz em exercício da comarca de Três passos, Marcos Luiz Agostini indeferiu a petição. Na opinião do sub-procurador,  o réu Leandro Boldrini, acusado do assassinato do próprio filho, como principal mentor e financiador,  deve permanecer preso. A informação é da Rádio Gaúcha.
Disponível em:www.radiomunicipalm.com/procuradoria-da-republica>. Acesso em 3-/04/2015.

Lei dos Crimes Hediondos - Lei  nº 8.072, de 25 de julho de 1990 - Dispõe sobre os crimes hediondos nos termos do art. 5º, inciso XLIII, da Constituição Federal e, determina outras providências.

Art.1º - Homicídio (art.121), quando praticado em atividade de grupo de extermínio, ainda que concedido por um só agente, e homicídio qualificado (sempre será hediondo) (art.121, § 2º, I, II, III, IV, V, VI), e por força do inciso I do artigo 1º da Lei 8.072/90.

Art.121 - Homicídio Qualificado:

§ 2º - Se o homicídio é cometido:

I - Mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;

II - Por motivo fútil.


III - Com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;

IV - À traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;

 V - Para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime.


Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono:

§ 2º - Se resulta a morte: 4 a 12 anos de reclusão.

§ 3º - II - Se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão tutor ou curador da vítima - aumento de 1/3 da pena.

Art. 135 - Omissão de Socorro: deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoa, à criança abandonada ou extraviada, ou a pessoa inválida, ferida, ao desamparo, em grave e eminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública.

Aumento de pena: § 4º - Sendo doloso o homicídio, a pena é 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra menor de 14 (quatorze) anos ou maior de 60 (sessenta) anos.

Artigo 5º, inciso XLIII, CPP:

"A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática de tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que podendo evitá-los, se omitirem."

OBSERVAÇÃO: Absolvição e liberdade é o que espera a defesa para o médico Leandro Boldrini. Sem muito esforço, consigo elencar cerca de 40 evidências do envolvimento dele na morte de Bernardo. Isso, sem contar no suposto suicídio de Odilaine Uglione. Essa petição de Recurso, não significa em absoluto, que a Justiça se deixará ludibriar pelos seus falsos argumentos. Como eles (Leandro Boldrini e Graciele Ugulini puderam fazer semelhante atrocidade com Bernardo e Odilaine Uglione?
A verdade virá à tona e a Justiça não se fará tardia.
Quanto ao impedimento dos testemunhos do  Juiz e da Promotora, Leandro Boldrini deve se dar por muito satisfeito: lógico que isso não irá acontecer, mas caso ocorresse de um Juiz enganado e uma Promotora  autora de denúncia se sentarem à mesa das testemunhas, na metade da audiência a defesa de Boldrini já teria solicitado seu encerramento. Como das vezes anteriores.

JUSTIÇA PARA ODILAINE E BERNARDO UGLIONE BOLDRINI!

terça-feira, 28 de abril de 2015

A fria reação de Leandro Boldrini


ESCUTAS TELEFÔNICAS REVELAM A REAÇÃO DE LEANDRO BOLDRINI COM A MORTE DE BERNARDO

Disponível em: <g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2015/04/03/escutas-mostram>. Acesso em 28/04/2015.


(Acesse o link acima para ver a matéria na íntegra.)

Bernardo Uglione Boldrini tinha apenas 11 anos quando foi brutalmente assassinado pela madrasta Graciele Ugulini, vulgo Keli, com o consentimento e financiamento do pai Leandro Boldrini e ajudada pela amiga Edelvânia Wirganovicz e seu irmão Evandro Wirganovicz. O crime completou um ano em 04/04/2015. Os medicamentos que mataram o menino saíram da própria clínica do pai. Em escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, o Jornal Nacional da Rede Globo, divulgou as gravações que mostram a frieza do médico e onde ele defende a companheira Graciele Ugulini mesmo quando todos ao redor já desconfiavam dela:

- "Imagina como a Keli ia fazer um troço tão, tão amador de...imagina. Cá entre nós, desovar um guri? Está louco! Deus me livre." - Diz Leandro Boldrini na gravação que revela o seu comportamento frio se referindo ao filho. Ele continua:
- "O primeiro plano é achar o guri. O resto é o resto. O primeiro é achar o guri, vivo, morto, vivo."

Conforme a Promotora da Comarca de Três Passos, existem evidências suficientes de autoria dos quatro réus, possibilitando que sejam levados a júri popular:
- "Há provas mais do que suficientes de que estes crimes narrados na denúncia efetivamente ocorreram. Assim como há indícios mais do que suficientes relativos ao envolvimento de cada um dos réus. " - afirma a Promotora Sílvia Inês Jappe.

Segundo o advogado Demetryus Grapiglia, Edelvânia Wirganovicz  apenas ajudou a cavar o buraco onde o menino foi enterrado. O advogado de Evandro Wirganovicz, Hélio Sauer, alega que seu cliente é completamente inocente. Já as defesas de Leandro Boldrini e Graciele Ugulini optaram pelo silêncio.

OBSERVAÇÃO:  Deslavadas desculpas não encontraram amparo nas autoridades, que reiteram as plenas e irrestritas culpabilidades dos quatro réus. Graças a DEUS, a Justiça será feita! JUSTIÇA PARA ODILAINE E BERNARDO UGLIONE BOLDRINI.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Odilaine Uglione: em busca da verdade


AS EVIDÊNCIAS GRITAM:  ODILAINE UGLIONE NÃO SE MATOU.

Vídeo incorporado do You Tube

OBSERVAÇÃO: O que falta para a reabertura do inquérito de Odilaine Uglione? As evidências de falsidades são gritantes: carta falsa, confirmação de autoria divergente, "se alguém fala mal de nós, a gente manda matar", etc., etc. etc. Em 10/02/2010, dia do suposto suicídio de Odilaine, o dr. Leandro Boldrini informou à Polícia que se encontrava a trabalho na localidade de Bom Progresso e depois retornou à sua clínica, encontrando a mulher.Conforme revelou testemunha, ele nessa data, não trabalhou fora de Três Passos. Após os disparos, o médico saiu gritando e a secretária Andressa Wagner, muito corajosamente, entrou no consultório dando com Odilaine caída ao chão. Algo de muito grave aconteceu nessa história que precisa urgentemente ser investigado. Odilaine não se matou: alguém ou alguns a mataram, exatamente como fizeram com Bernardo. A verdade precisa vir à tona.

- "Isso muda tudo. Já apresentamos às autoridades judiciais e ao Ministério Público, e eles devem dar uma resposta para a sociedade. A nossa expectativa é que as autoridades acolham os pedidos acumulados de reabertura e investigue todas as linhas." - Pronuncia o Dr. Marlon Taborda, advogado da família de Odilaine Uglione, em Santa Maria/RS.
Disponível em: <www.guiaijui.com.br>. Acesso em 24/04/2015.

JUSTIÇA PARA ODILAINE E BERNARDO UGLIONE BOLDRINI!

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Instituto psiquiátrico recebe visita de Graciele Ugulini


MADRASTA FOI TRANSFERIDA, MAS APENAS PARA TROCA DE MEDICAÇÃO

Graciele Uglini / Foto: Reprodução G1

Nesta quinta-feira, 23/04/2015, Graciele Ugulini, a madrasta acusada de matar o enteado, Bernardo Uglione Boldrini, saiu direto da Penitenciária feminina de Guaíba, Região Metropolitana de Porto Alegre para o Instituto Psiquiátrico Forense Doutor Maurício Cardoso (IPF). 

A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) informou que o motivo do deslocamento de Graciele foi a realização de exames na unidade, a pedido do psiquiatra que a atende no presídio, para a troca dos medicamentos de que ela faz uso. A Susepe não informou quanto tempo ela deverá permanecer no local, apenas que passa bem.

Disponível em:g1.com.br/rs/madrasta-de-bernardo>. Acesso em 24/04/2015.

A rede de proteção que devia, mas não protegeu Bernardo

UM PAINEL DA ATUAÇÃO DA REDE DE PROTEÇÃO NO CASO  BERNARDO UGLIONE BOLDRINI


A jornalista Adriana Irion, do Jornal Zero Hora , em matéria de 27/09/2014, traçou um mapa do difícil e longo caminho que Bernardo Uglione percorreu, até chegar sozinho, ao Fórum local de Três Passos, em busca de ajuda contra a crueldade da madrasta Graciele Ugulini e a negligência do pai Leandro Boldrini que culminando com um trágico desfecho em 04/04/2014.
Abaixo a transcrição da matéria com algumas alterações,  que julguei de praxe, em decorrência da evolução do caso. Matéria na íntegra, disponível em:<zh.clicrbs.com.br/.../as-falhas-na-rede-de-protecao-que-nao-salvou-berna...>



- "Bernardo, se você fosse um personagem de uma história, qual gostaria de ser?"
- "Nenhum. Ninguém me conta história."

A narrativa acima são trechos de uma conversa do menino Bernardo com uma médica (não identificada), amiga de sua mãe, Odilaine Uglione, que aconteceu antes que Três Passos, no Noroeste do Rio Grande do Sul, se tornasse palco em 04/04/2014, da mais triste história a ser contada para o país e para o mundo: a História de Bernardo Uglione Boldrini, o menino que só queria o amor de uma família. Ele era um garoto da classe média alta, filho de médico, órfão de mãe, que no entanto, devido a maus-tratos recebidos dentro de casa, mendigava pelas ruas de sua cidade por alimento, carinho e...roupas. Bernardo é também o menino que em certo dia de janeiro de 2014, se dirigiu sozinho ao Fórum local, para reclamar da crueldade da madrasta, Graciele Ugulini e da negligência do pai, o médico Leandro Boldrini e que acabou sendo assassinado por eles e enterrado num buraco raso às margens do Rio Mico, na Linha São Francisco, em Frederico Westphalen.

O lugar bastante ermo, ainda hoje, recebe visitas e no local, sobre uma grande pedra, foi erigida um placa com foto e nome em sua homenagem. Culpas, questionamentos e lágrimas  entremeiam  os relatos do que cada habitante três-passense poderia ter feito para evitar a tragédia que se abateu sobre o menino. Enquanto a comunidade reclama de morosidade por parte das autoridades, no processo de retirada da criança do ambiente familiar tóxico em que se encontrava, os servidores da Rede de Proteção (ação integrada de instituições governamentais e não governamentais de redução da violência contra o menor), por sua vez, também se ressentem que a população, quando tem conhecimento de casos dessa natureza, não fazem denúncia.  

- "A gente não está procurando culpados, mas um pouco de cada um se omitiu. Nos sentimos em luto, quando aconteceu. Nos sentimos mal, pensamos: o que faltou a gente fazer mais, o que aconteceu?" - Questiona Deborah Granich, conselheira tutelar.

Deborah Granich, conselheira tutelar. Foto de Diego Vara/Jornal Zero Hora.

Trinta e um: essa é a conta dos gritos emitidos por Bernardo como forma de verbalizar a agressão física e psicológica sofrida do pai de da madrasta. A amplitude da crueldade infligida a ele não ficou somente no vídeo para ser vista, ela ficou diluída nos difíceis e intermináveis dias vividos pelo menino, longe da mãe, falecida em 10/02/2010, vítima de um suposto suicídio e que agora encaminha para um provável homicídio.
Bernardo era proibido de ter acesso à residência. Para não perder as aulas de manhã, tinha que ser acordado pelos colegas de escola. O menino tinha problemas de aprendizagem e nas tarefas escolares era sempre auxiliado por famílias amigas ou até pela secretária da clínica de Leandro Boldrini. Ele não podia usar o computador ou a impressora, não podia nadar na piscina da sua casa, não podia brincar com a meia-irmã, Maria Valentina, não podia se alimentar, não podia fazer a higiene pessoal adequadamente, não podia levar lanche para a escola, não podia se vestir como os meninos da sua idade... não podia...não podia...

Pai e madrasta eram totalmente omissos na vida de Bernardo. Eles nem sequer compareceram à cerimônia de sua Primeira Comunhão. De acordo com declaração dos seus coleguinhas de escola, entre o garoto e a madrasta, existia um código de convivência que os impedia de se falarem.Tocar no nome de Odilaine era terminantemente proibido, a ponto de rasgarem suas fotos e sumirem com seus pertences, a não ser o Vectra branco de Odilaine e as roupas da falecida que ela teimava em usar, talvez como forma de espicaçar o menino. O próprio Bernardo se auto-medicava com remédios controlados e potentíssimos fornecidos por Leandro e que o menino constantemente trazia na sua mochila.
No final do ano de 2013, seu peso não condizia absolutamente com seu tamanho e idade e em janeiro de 2014, não mais suportando as condições degradantes a que era submetido, ele resolveu sozinho, se deslocar até o Fórum local onde pediu a Promotora Dinamárcia Maciel de Oliveira para trocar de família.

Isso, nem de longe representava o real perigo ao qual Bernardo estava exposto. Quem poderia imaginar: o filho de um médico e enteado de uma enfermeira:

- "A gente analisa que essas pessoas (médico e enfermeira),estão ali para salvar vidas, não destruir. A gente tem eles como referência." - Conta Isoldi Schumann, conselheira tutelar.

Uma companheira de trabalho de Deborah e Isoldi no Conselho Tutelar, ao saber que se tratava de Leandro Boldrini e Graciele Ugulini, pediu para se desligar do processo, em parte por ter um parente em tratamento com o médico e por outra, por ter trabalhado em época anterior com a enfermeira.

- "É o problema de se enxergar as pessoas pela ótica da profissão que exercem, e aqui no Interior, a gente veste a camisa da profissão. Todos te vêem como a jornalista, a psicóloga, a assistente social. Ninguém te imagina com dois discursos, que tu cuide de teus pacientes e não cuide de teus dependentes, teus afetos. As pessoas não queriam se intrometer nessa família." - analisa Ariane Schimdt, ex-psicóloga de Bernardo e amiga de Leandro.

O Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) sabedor da situação de negligência de que Bernardo era o alvo, resolveu agir, não antes de um certo receio:

- "Imagina nossa situação: ele (Boldrini) poderia nos processar. Dizer: "O que é que essas mulheres estão fazendo aqui? Ele poderia. Nós não tínhamos amparo legal para estar lá. Somos órgãos de atendimento. Não somos órgãos de averiguação, com poder de intervenção. Esse poder é todo do Conselho Tutelar. " Declara Raquel Rafaelli, Psicóloga do CREAs, órgão ligado à Prefeitura de Três Passos.

Raquel Rafaelli e a assistente social Juliana de Quadros resolveram então contatar o Conselho Tutelar em busca de "suporte legal", sendo Juliana, inclusive, quem esteve com o conselheiro tutelar no Colégio Ipiranga, onde Bernardo estudava, para colher informações acerca do menino. Eles o ouviram em julho de 2013.

 - "Ele estava meio abatido, mas não falou em maus-tratos." - Relembra o conselheiro tutelar Nestor Weschenfelder.

Em mais de uma oportunidade, Leandro Boldrini foi contatado pelo CREAS e Conselho Tutelar, entretanto ele foi bastante resistente à aproximação dos servidores.Uma avaliação sobre Bernardo também foi solicitada ao Colégio Ipiranga, mas entre julho e novembro de 2013, o processo ficou totalmente parado, apesar de que os rumores sobre o estado de abandono do menino tenham se intensificado:

- "É importante que a sociedade se posicionar. Sem denúncia formal, nosso poder de trabalho diminui muito. Só tínhamos comentários (julho 2013). Nossa postura foi intervir e aguardar. Depois do que ocorreu, a gente revisou, revisou e revisou em nossa mente. Qual a conclusão: nós trabalhamos com situações de violência. E essa situação não se confirmava. Como é que vamos intervir? O CREAS fez mais do que é seu trabalho. Quem apura é o Conselho, a Polícia. A Rede tem um limite, tem que respeitar o espaço do outro." - Justifica Raquel.

Em 28/11/2013, o Conselho Tutelar recebeu o relatório da Escola informando que Bernardo havia apresentado melhora, mas continuava reclamando a atenção do pai. A Repórter do Jornal Zero hora confirma que o Diretor do Colégio Ipiranga Nelson Weber é reticente ao falar sobre o assunto, no entanto, ele garante que os valores estão sendo trabalhados entre os alunos.

- "Questões de família, da vida, de amizade, os valores são tão amplos, a valorização do ser humano, coleguismo, fraternidade. Isso faz parte do nosso dia a dia." - Responde o Diretor e continua:

- "O Conselho apareceu aqui. Não sei precisar exatamente, sei que o contato ocorreu. O Conselho Tutelar tinha conhecimento. Tudo foi conversado. O Bernardo gostava de estar na escola, era acolhido, tinha o carinho de todos. Se todos tivessem dado a parcela que a escola deu..."

Diretor Nelson Weber / Foto de Diego Vara.

O Conselho Tutelar garante que da direção do Colégio Ipiranga, nunca partiu nenhuma denúncia sobre os problemas de Bernardo: eles só ficaram conhecidos, depois que o órgão procurou a escola. Todas as dificuldades do menino eram do conhecimento da sua escola, até o fato dele se transformar em alvo de brincadeiras por parte dos colegas:

- "Nesse ano (2014), a turma da escola criou uma brincadeira, baseada no Bernardo Boldrini, de "mendigar" o lanche. Começou com Bernardo porque ele mendigava o lanche dos colegas."-Disse a mãe de um dos colegas de escola de Bernardo, em depoimento à Polícia."

Nada disso foi comunicado aos órgãos de proteção à infância. Bernardo se dirigiu, solitário ao Fórum local em janeiro de 2014 procurando ajuda:

- "Quem enxerga o problema não tem obrigação de resolvê-lo, mas tem de comunicar, levar adiante. Este é um dever da escola." - Fala a Juíza Vera Debone, da 3ª  Vara da Infância e Juventude de Porto Alegre.

A condição financeira da Família Boldrini não teve influência alguma, no tocante ao relaxamento na ação protetiva da Rede, é o que alega o Conselho Tutelar de Três Passos:

- "Para nós, todos são iguais. O Conselho não é só para pobre. Acontece que, talvez, aqueles gritos (31 ao todo, gravados pelo pai  e que vieram à tona na semana da primeira audiência do caso), por quê vizinhos não vieram denunciar? Isso a gente pensa hoje. Por quê não vieram denunciar? Medo? Como não ficamos sabendo? A babá, por quê não veio falar para nós? É tudo coisa de se pensar hoje." - Questiona a conselheira Deborah.

Elaine Radke, a ex-babá de Bernardo, foi quem avisou a avó Jussara Uglione, em Santa Maria, ao ouvir do menino a tentativa que Graciele Ugulini fez de sufocá-lo com um travesseiro, em 2012:

- "Eu lutei pelo Bernardo, até onde pude." Lamenta Jussara Uglione, referindo-se aos 4 anos de afastamento forçado do menino decidido por Leandro Boldrini, desde a morte de Odilaine em 2010. Em 2012, ao tomar conhecimento da tentativa de homicídio contra o neto, a avó materna com o auxílio do Advogado Marlon Taborda, enviou sucessivos e-mails para os Conselhos de Santa Maria e Três Passos, comunicando o fato e pleiteando a guarda do menino, em confirmação também por telefone. Os conselheiros não se manifestaram na época, mas  se defendem:

- "Isso foi para o MP. A Polícia devia investigar. Não podemos responder ofício para o advogado." _ afirma a conselheira Deborah.  

- "Se essas denúncias foram para Santa Maria, lá deveria ter sido feito registro policial." - Reforça a conselheira Isoldi.

Rosani do Nascimento, a conselheira que não quis se envolver na questão de Bernardo por consideração a Leandro Boldrini e Graciele Ugulini, relatou que o Conselho recebeu a comunicação do Dr. Marlon Taborda a respeito da tentativa de asfixia feita pela madrasta ao menino, mas pelo fato de Bernardo não ter relatado nada, também não perguntaram a ele sobre o acontecido.

Jussara Uglione / Foto de Jean Pimentel.

Hélio Eberhart, o Coordenador do Conselho Tutelar em Três Passos esclareceu à Polícia, que não sabia informar se a denúncia da tentativa de asfixia tinha sido investigada. Sobre isso, ele alegou não ter conhecimento, a não ser através de e-mail, recebido do Conselho Tutelar de Santa Maria.

Caroline Bamberg, a Delegada da Polícia Civil de Três Passos,  censura:

- "Se tivesse chegado ao conhecimento da Polícia, a questão da asfixia, eu teria feito uma ocorrência, instaurado inquérito e ouvido as pessoas. Ouvido a Elaine, o Bernardo, a madrasta, o Leandro. Teríamos investigado, que é o nosso papel."

Entretanto, uma outra ocorrência em junho de 2013, passou despercebida aos olhos da Polícia. Leandro Boldrini apareceu na Delegacia de Três Passos com gravações de Bernardo empunhando um facão e sofrendo provocações dele. Boldrini disse ao Policial que estava mostrando o vídeo com a intenção de se "precaver". O policial que atendeu o médico não levou o caso adiante e orientou Leandro a procurar o Conselho Tutelar. Somente depois do desaparecimento de Bernardo e apesar da orientação do Departamento Estadual da Criança e do Adolescente (DECA), é que o Policial se lembrou de relatar o ocorrido. Se ele tivesse aberto uma ocorrência, o caso teria passado pela análise da Delegada.

- "Eu estava caminhando e ele também, me olhando. Ele andava  e me olhava. Hoje, penso se ele queria me falar algo." - Recorda a Delegada, da última vez que viu  Bernardo na escola.


Delegada Caroline Bamberg / Foto:Diego Vara.

Agosto de 2013: mais um capítulo da dramática História  do menino Bernardo esteve ao alcance das autoridades. A Brigada Militar foi acionada por um vizinho e se dirigiu para a residência da Família Boldrini, na mesma data em que Bernardo gritava por socorro e recebia as ameaças e xingamentos do pai e madrasta. Tudo revelado pelo celular de Leandro, em vídeos apreendidos pela Polícia. Ele diz na gravação:
- Ó, eu faço tudo o que é coisa certa. Tem Polícia na frente da minha casa, sábado de noite, né."

O que foi conversado entre a Brigada Militar e Leandro Boldrini não ficou registrado. A Brigada abriu sindicância para apurar o fato:

-"Não foi ocorrência específica no Boldrini. Segundo, estamos levantando. Foi repassado para a sala de operações que havia "gritos" próximo à caixa de água e ponto (a rede da Corsan fica em frente da casa de Bernardo). Foi despachada viatura. Durante a averiguação, se bateu em residência perguntando quem ouviu e se bateu na casa do Boldrini também. estamos apurando quem foi atender e como foi o atendimento." - Explica o Major Diego Munari, do 7º BPM.

Major Munari / Foto de Diego Vara.

No final de novembro de 2013, a Promotora Dinamárcia ficou sabendo dos problemas que aconteciam com o menino e numa reunião com os agentes da Rede de Proteção, ela solicitou relatórios, só escritos nessa época, apesar da movimentação do Conselho Tutelar em Julho de 2013. O Dr. Marlon Taborda, em 06/12/2013, apreensivo com a demora das respostas do Conselho Tutelar aos seus e-mails, resolveu então, enviar para o Ministério Público, as descrições sobre a tentativa de asfixia e a situação de abandono de Bernardo. A ex-babá Elaine Radke, o pai, a madrasta e Bernardo não foram procurados para esclarecimentos, mas em 16/12/2013, a Promotora Dinamárcia instaurou um  procedimento administrativo, onde eram adotados os trâmites legais que permitiriam a avó materna de Bernardo ser ouvida em Santa Maria e dessa forma assumir a guarda provisória do neto.

Promotora Dinamárcia / Foto de Carlos Macedo.

Parece que o resto da Família Boldrini vivia sossegadamente em posição de "paisagem", enquanto um membro indesejável se deslocava para Santa Maria a fim de visitar a avó materna Jussara Uglione e a Madrinha Clarissa. Foi Clarissa quem aconselhou Bernardo a não tomar os remédios fortes, de tarja preta, que o menino portava a mando de Leandro Boldrini. Depois de passar o final do ano de 2013, na companhia de entes queridos, Bernardo voltou resoluto. Em 24/10/2014, ele saiu da loja da Tia Ju e sozinho, venceu os 93 passos que o separavam do Fórum e falou firme ao Guarda que vigiava a porta:

 - "Quero falar com o Juiz."

Matheus Menezes de Moura, Coordenador de medidas sócio educativas do Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (CEDEDICA), foi a pessoa que atendeu Bernardo: 

- "Sou Bernardo, sou filho do médico Leandro Boldrini. Quero falar com o Dr. Fernando, o Juiz." Disse Bernardo.

- "Mas por quê tu queres falar com o Juiz?"- Inquiriu Matheus.

- "Estou recebendo maus-tratos da minha madrasta e eu queria falar com o Juiz a respeito disso."

- "Calma, não é assim, vou te levar para o Conselho Tutelar." - Matheus.

- "Mas eu queria falar com o Juiz."- insistiu o menino.

Matheus, convencido com os argumentos do menino, levou-o ao Juiz que ouviu suas queixas. Em seguida, encaminhou Bernardo à Promotora Dinamárcia. Dinamárcia confirma que a história contada por Bernardo não ficou registrada em nenhum documento dentro do Fórum "a não ser na minha mente e aqui (mostra o coração), como mãe que sou."
E recorda trechos da fala de Bernardo, sentado no seu colo:

- “A minha madrasta é uma bruxa, ela me xinga de tudo que você possa imaginar, e o meu pai dá razão para ela. Eu não tenho comida de noite porque não tem tata (empregada, babá). Eu tenho que tomar leite, comer banana, fazer ovo cozido ou então eu vou comer na casa dos meus colegas. Não tenho chave de casa, ela briga comigo e eu tenho que esperar 10 e meia da noite o pai chegar para eu poder entrar em casa. E eu não aguento mais isso. Deram todos os meus cachorros. E hoje foi a gota d’água, porque ela me chamou de veadinho e eu atirei um copo nela. O copo não pegou, mas eu estou com medo, estou cansado, eu nunca tinha feito isso de atirar um copo nela. Então eu não quero mais ficar naquela casa. Eu estou na casa da tia Ju (Juçara Petry). E eu queria te dizer assim, promotora: eu quero que a Ju e o marido dela sejam meus novos pais, porque eu quero ter pais com amor. 

Retornando à loja da Tia Jú, Bernardo estava muito feliz e desabafou:

- "Ele me disse: pronto, falei tudo, bluft." - Relembra Juçara Petry. Bernardo não contou a ela detalhes da conversa dentro do Fórum. 

Baseada em relatórios produzidos pelo Conselho Tutelar, Creas e Colégio Ipiranga, a Promotora Dinamárcia,  entra então,  com uma ação protetiva, sugerindo que a guarda provisória de Bernardo ficasse com Jussara Uglione, depois da tentativa infrutífera com pessoas da cidade.

- "A postura de Bernardo, ao procurar sozinho,  atendimento no Fórum foi determinante para que esta Promotora deliberasse pela necessidade de ajuizar de pronto, uma Ação Protetiva, em favor do menino, para fazer cessar a vulnerabilidade à qual estava exposto. Havia uma criança, órfã de mãe, que buscava solitária, outra família, noticiando-nos atos de abandono e exclusão por parte do pai e madrasta - " Disse a Promotora Dinamárcia em entrevista por e-mail.


O Juiz Fernando Vieira dos Santos, recebendo a ação do Ministério Público, decidiu por marcar uma audiência de conciliação com Bernardo e o pai, sem se aprofundar na análise de todos os outros pedidos que constavam na ação, entre eles, a solicitação de que Bernardo e a família se submetesse à avaliação psicológica
Diante da decisão do Juiz, a Promotora não recorreu. O Juiz Fernando Vieira dos Santos por sua vez se defende:

- "Qualquer dos órgãos de proteção que tinha conhecimento do caso poderia realizar monitoramento espontâneo, não havia necessidade de determinação judicial. Adverti ele (Boldrini) a respeito das represálias ao menino e não seria o acompanhamento da família que impediria que ocorressem, na medida em que a execução do delito revelou algum calculismo alheio a qualquer monitoramento. - "


- "O Bernardo foi enganado. E eu me senti enganado. Assim como ele, eu não sabia que ele estava sendo levado para Frederico Westphalen." - Justificou o Juiz ao G1. 

De acordo com o Conselho Tutelar, a informação da audiência no Fórum com o Juiz, Leandro e Bernardo, só chegou ao seu conhecimento depois que o menino foi dado como desaparecido:

- "Na audiência é importante destacar, não estávamos (até onde se sabia e nos era possível saber) com um pai infrator; longe disso. O pai era um cidadão sem maus antecedentes, com atividade conhecida na cidade e sob o qual não pesava, "apenas" ( e não acho que isso seja pouco, tanto que ajuizei a ação), a notícia de ser negligente com o filho. Não havia notícia de violência contra Bernardo, já que a única menção (da baba´), não se confirmou nas entrevistas do menino." - afirmou Dinamárcia por e-mail.

Em 11/02/2014, a audiência tão ansiosamente aguardada por Bernardo finalmente aconteceu. Nada do que foi prometido por Leandro ou pelo filho foi gravado ou registrado formalmente, a não ser parte dessa audiência que foi gravada por Leandro Boldrini, à revelia do Juiz e posteriormente vinda a público quando a Polícia apreendeu o celular do médico e os peritos puderam revelar o seu conteúdo. O Juiz esclarece que "registrar por escrito diálogos mantidos em ambiente de conciliação, não é comum. A gravação da audiência realizada por Leandro Boldrini foi clandestina, pois o Juiz não havia autorizado.
Portanto, o Juiz concedeu 90 dias de prazo para Leandro se acertar como filho e atender apenas três singelas pretensões: ter a chave de casa, poder brincar com a irmã e ter um animal de estimação.

Encerrada e confirmada a conciliação, pai e filho deveriam retornar ao Fórum em 13/05/2014, para as devidas avaliações. Quando Odilaine Uglione, a mãe de Bernardo era viva, na casa havia vários cachorros. Com a sua morte, os cães foram dispersados, fotos e pertences queimados e o filho maltratado, até as últimas consequências. O aquário prometido, Bernardo não teve tempo para desfrutá-lo.
Graciele Ugulini, a principal conflitante do lar nunca foi procurada para esclarecimentos sobre a tentativa de asfixia a Bernardo. Até 11/02/2014, nenhum funcionário da Rede de Proteção havia denunciado o ocorrido, apesar das sucessivas comunicações por e-mail do Dr. Marlon Taborda, aos Conselhos de Santa maria e Três Passos. Como Bernardo não falou sobre o assunto, eles também não perguntaram, deixando a madrasta livre para tramar juntamente com o companheiro, o plano macabro.

Andressa Wagner, Marlise Cecília Renz, funcionárias da clínica de Boldrini e Sandra Cavalheiro, amiga de Graciele, sabiam que a madrasta não gostava do enteado e já tinham ouvido dela a intenção de se desfazer do menino. Mas ninguém avaliou a possibilidade de que isso realmente chegasse a acontecer e o segredo ficou escondido até 14/04/2014, quando o corpo de Bernardo foi encontrado. Sandra Cavalheiro, a principal testemunha de acusação, quando soube da morte do menino, se apresentou espontaneamente à Polícia e denunciou o casal.

Ivonete de Mattos, descreve a trajetória de Bernardo durante a sua catequese em 2013:

- "Ele (Bernardo) era malcuidado, quase sempre chegava atrasado, tinha falta de higiene, a gente via que não tinha um adulto dando atenção a ele. De minha parte, nunca falei nada para ninguém, mesmo porque não sabia o que se passava dentro da casa. Eu achava que era ele, que estava na idade, 11 anos, de levantar tarde. Nunca pensei que tivesse passando alguma coisa dentro de casa. Para mim, ele nunca reclamou de nada. Depois, eu me senti meio culpada, porque a religião é fundamentada na família, a gente fala muito em família, a gente incentiva as crianças a respeitar pai e mãe. De repente, quantas vezes a gente falava que pai e mãe é o principal dentro de casa e ele ficava triste ouvindo isso...

A catequista revela ainda que jamais conheceu pai e madrasta. Leandro Boldrini e Graciele Ugulini não participavam das missas, não frequentavam as reuniões de pais e não estavam presentes na cerimônia da Primeira Comunhão de Bernardo.

- "Quando aparecia para contribuir com o dízimo, o pai falava de excesso de trabalho. A gente procura entender a situação das famílias. O caso agora está na Justiça. Não há mais o que comentar." - Encerra, Danielle, a Coordenadora da Catequese da Paróquia Santa Inês, onde por 3 anos consecutivos, Bernardo, abandonado como ele só, cuidou dos preparativos para ingressar na Catequese, providenciou os documentos para a sua inscrição e continuidade e por um tempo, até chegou a ser coroinha.

- "Ele sempre era acolhido, alguém sempre levava ele para casa. Então, talvez por isso, perante os olhos da sociedade, a situação não parecia assim tão grave." - Pondera Isoldi, conselheira tutelar. 

- "A gente sabia que nos finais de semana ele estava na casa das pessoas, mas pessoas da alta sociedade, não era de qualquer um, não estava em casas correndo riscos. Nossa obrigação é averiguar todos os casos que chegam, mas não somos investigadores. Quem tem que averiguar é a Polícia. Temos um limite." - Atesta Nestor, o c

- "Nós encaminhamos certo, fizemos nosso trabalho certo. Pena que aconteceu de ninguém, de não ter passado na cabeça de ninguém, nem na do Juiz, nem na nossa de que chegaria nesse ponto." - Lamenta Deborah, conselheira tutelar.

No início de Abril, enquanto Bernardo fazia planos de decorar seu aquário de segunda mão que ganharia de uma amiga de sua mãe, percorrendo floriculturas e efetuando consultas em livros, Graciele Ugulini e Edelvânia Wirganovicz também se desdobravam nas compras de ferramentas, medicamentos e soda cáustica, mas como uma finalidade bem diferente: assassinar o menino e enterrá-lo em local bem escondido por puro ódio, ganância e crueldade. 

03/04/2014: Bernardo Uglione Boldrini vendeu rifas da escola. Ansioso, ligou 3 vezes para a amiga perguntando se poderia buscar o aquário no dia seguinte, 04/04/2014.

04/04/2014: O menino estava radiante, tendo comunicado aos coleguinhas da escola o motivo de tanta felicidade: a compra de uma TV. Nesse dia, chegou da escola, almoçou peixe, gostou e repetiu
e até lhe foi permitido brincar com a irmã. Um clima de estranha paz reinava na casa, conforme testemunhas. Por volta de 12:30 hs, ainda vestindo o uniforme da escola, Bernardo embarcou para um destino sem volta, acompanhado de Graciele Ugulini. Uma última ligação dele foi detectada no celular de Juçara Petry. Nunca se saberá o que o menino pretendia: se era pedir ajuda ou conversar. Como Juçara estivesse viajando a ligação não se completou e quando ela retornou à noite, o seu filho do coração já estava morto. O celular de Bernardo ainda não foi recuperado.

A notícia do sumiço de Bernardo, quando Leandro Boldrini abriu um B.O em 06/04/2014, se espalhou rapidamente pela cidade, fazendo soar os alarmes dos órgãos de proteção. Um ofício, partindo do Conselho Tutelar foi remetido à Promotora Dinamárcia, que diante das evidências fez novo pedido de suspensão de guarda ao Juiz, que desta vez, além de atender o pedido, teceu longas considerações sobre o caso:

- "Aparentemente, Bernardo, após o falecimento de sua mãe e da nova constituição de nova família pelo pai, passou a ser um estorvo. Logo, se ele estava longe, as conveniências estavam atendidas: infelizmente, essa é a realidade. Frente a essa situação, se - a condicional é o que nos resta neste momento - Bernardo for encontrado com vida e em boas condições de integridade pessoal, seu retorno à degradada realidade que enfrenta em seu lar parental é a medida menos acertada no momento. A suspensão da guarda pretendida pela agente ministerial, é a medida deveras acertada." -  
Proferiu o Juiz.

O corpo de Bernardo foi descoberto em 14/04/2014, em um matagal às margens do Rio Mico, em Frederico Westphalen. Enquanto a população se mobilizava em  intensivas buscas e apelos dramáticos às mídias, para reencontrar o garoto, a Polícia também agia, conseguindo assim, desvendar o bárbaro crime, baseada em imagens de um posto de gasolina que mostravam Graciele Ugulini e Edelvânia Wirganovicz com o menino. Edelvânia logo confessou o crime e mostrou o local onde o menino estava enterrado. O pai Leandro Boldrini e a madrasta Graciele Ugulini, também acusados, tiveram prisão decretada pelo Juiz Fernando Vieira dos Santos no mesmo dia e até hoje permanecem presos aguardando julgamento. Diversos habeas corpus foram impetradas pela defesa para soltura dos réus, mas nenhum foi atendido pela Justiça.

- "Esse caso nos traz a necessidade de repensar questões do cotidiano de que o sistema de garantias como um todo não tem esse olhar com o mesmo cuidado que teria se fosse um filho de classe pobre. Nesse particular, a classe pobre está, entre aspas, melhor assistida. Famílias com melhor poder aquisitivo naturalmente não aceitam essa intervenção. E isso, muitas vezes, inibe o Conselho Tutelar, o Ministério Público, a Escola." - Analisa Vera Deboni, da 3ª Vara da Infância e Juventude de Porto Alegre.

- "Estamos preparados para identificar e agir nos caso de violência física, facilmente detectados, mas não para perceber a presença da negligência severa e da violência psicológica. Um importante instrumento para identificar a gravidade da situação é a avaliação e o acompanhamento psicológico." - Aponta Regina Fay de Azambuja, coordenadora do Centro de Apoio da Infância e Juventude do Ministério Público/RS. 

Juçara Petry, a mãe do coração de Bernardo, não consegue driblar a saudade que sente do menino. Na residência da Família Petry, muita coisa ficou dele: bilhetes, fotos, trabalhos escolares.  Era nesse lar feliz que Bernardo passava seus fins de semana, estudava, cortava as unhas, imitava o Tio Carlinhos fazendo a barba, experimentava massa de cupcacke, comendo-a crua, coisa que ele amava fazer. Era comum sua presença nas festas e fotos de família. Juçara ainda se atrapalha, colocando um prato para Bê na mesa do almoço.

- "Gostaria que no meio desse turbilhão que se abateu sobre nós, com a morte do Bê, a gente consiga passar para as autoridades que podem fazer alguma coisa, que podem tirar uma criança de casa, que deem um pouco mais de atenção para esses inocentes. Sinto muita falta dele, tem dias que é bem complicado." - Conta Juçara.

- " Tu vai almoçar, parece que ele está chegando, vai trabalhar, parece que ele está vindo. Ele estava sempre junto. Agora está pior, é muita saudade. No início, era aquela luta para achá-lo, depois esse turbilhão de informação. A gente não tinha ideia do que ele passava. Como ele não falou nada, acho que temia por nós. A gente se pergunta: será que ele deu uma pista e não vimos? Aí, depois, vem aquela dor: Meu DEUS! Por quê não arranquei ele de lá? Talvez ele estivesse salvo, hoje estaria aqui. Conosco.
Juçara Petry / Foto de Diego Vara.

OBSERVAÇÃO: Tia Jú, DEUS permitirá que um pouco dessa dor, vai ser com certeza mitigada, com a vitória de Odilaine e Bernardo Uglione Boldrini! A Justiça pode tardar, mas ela não falhará.  

terça-feira, 21 de abril de 2015

Amigo, nunca vamos desistir de ti: Justiça!


AMIGOS,  NUNCA VAMOS DESISTIR DE VOCÊS.  JÁ NÃO É POSSÍVEL  INTERCEDERMOS  POR SUAS VIDAS, MAS PODEMOS EXIGIR: JUSTIÇA PARA ODILAINE E BERNARDO UGLIONE BOLDRINI.




Justiça para Odilaine e Bernardo Uglione Boldrini


SE A GENTE SOUBESSE... TALVEZ PUDESSE... SER DIFERENTE...

Vídeo incorporado do YouTube:Homenagem a Bernardo Uglione Boldrini.


Bê, não temos e também não há mais, como lhe prometermos uma família linda, no entanto, não descansaremos até que se faça JUSTIÇA: para ti e para tua mãe Odilaine. 

Justiça para Bernardo Uglione Boldrini


TODOS JUNTOS POR JUSTIÇA A BERNARDO UGLIONE BOLDRINI!

Vídeo do YouTube: # Corrente_do_Bem. Acesso em 21/04/2015.


JUSTIÇA PARA ODILAINE E BERNARDO UGLIONE BOLDRINI!

Bernardo Uglione Boldrini: um anjo sem asas


UM ANO SEM NOSSO ANJO SEM ASAS, BÊ UGLIONE BOLDRINI.

Vídeo de Jefferson Silva no YouTube, com música para Bernardo. Acesso em 21/04/2015.

SAUDADES... SAUDADES... DE UM ANJO LINDO QUE FOI MORAR COM DEUS.


JUSTIÇA PARA ODILAINE E BERNARDO UGLIONE BOLDRINI!

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Odilaine Uglione, mãe de Bernardo, também foi assassinada


NOVO LAUDO APONTA QUE ODILAINE UGLIONE, MÃE DE BERNARDO FOI ASSASSINADA.

Em entrevista concedida ao Sistema Província de Comunicação, matéria de 17/04/2015, o Dr. Marlon Taborda, Advogado de Jussara Uglione, mãe de Odilaine Uglione e avó materna de Bernardo Uglione Boldrini, detalha os fatos que se sucederam ao suposto suicídio de Odilaine e que agora encaminha para um possível homicídio.

(Veja no link abaixo as mais novas informações disponíveis sobre o Caso.)

http://mais.uol.com.br/view/15243005

A seguir, a transcrição da entrevista ao Jornal Província:


Advogado Marlon Taborda / Arquivo Pessoal.


Jornal Província:
- "Como está o processo sobre a morte de Odilaine Uglione?"
Dr. Marlon Taborda: 
- "Quando ocorreu a morte da mãe do meninoem 2010, tivemos acesso apenas a determinadas partes do inquérito policial. Na época, eu e a família de Jussara Uglione acreditamos na versão apurada pela investigação, pois foi-nos dito que haviam feito o exame residual de pólvora no ex-marido de Odilaine Uglione. Passados quatro anos e dois meses, Bernardo foi brutalmente assassinado e por solicitação de Jussara Uglione nos deslocamos até a Cidade de Três Passos no dia 24 de abril do ano passado.  Lá, após uma simples visualização com viés investigativo, constatamos que o inquérito policial apresentava cerca de dezenas de erros."

- "A partir disso, movemos essas situações perante o Poder Judiciário e o processo foi encaminhado ao Ministério Público de Três Passos. Juntamos mais alguns elementos de prova que entendíamos ser cabível à época e ou possíveis de serem alcançados, mas o MP optou em não acatar. Seguimos aprofundando esses elementos que nós tínhamos como imperioso de serem apurados e procuramos novos documentos. A instrução do processo da morte de Bernardo Boldrini também foi utilizada, porque nos autos consta que  várias fotos, cartas e escritos feitas por Odilaine foram queimadas e isso nos causou grande estranheza."

Jornal Província:
- "Que perícias foram solicitadas?"
Dr. Marlon Taborda:
- "No final do ano passado, encaminhamos duas provas periciais técnicas. Alegando que a carta supostamente escrita em 2010 por Odilaine não apresentava estado anímico suicida, o primeiro exame foi grafológico que analisou escritas efetuadas pela ex-mulher do médico Leandro Boldrini. Já a prova pericial da balística forense apontou que era cientificamente impossível o disparo da arma de fogo ter sido realizado por Odilaine, porque só apresentava pólvora na mão esquerda e a perfuração provocada pelo projétil e da esquerda para a esquerda e de baixo para cima.

Jornal Província:  
- "À época foi realizada perícias técnicas?"
Dr. Marlon Taborda:
- "Um laudo emitido pelo Instituto Geral de Perícias (IGP), em 2010 afirma que a pólvora contida na mão esquerda  de Odilaine é decorrente de um gesto de defesa, portanto, outra pessoa teria realizado o disparo da arma que a matou. Outros laudos revelavam que a mãe de Bernardo apresentava lesões e escoriações no antebraço direito, assim como o médico Leandro Boldrini no dorso metacarpiano de uma das mãos, o que demostra que possivelmente ocorreu luta corporal dentro do consultório.".

Jornal Província:
- "A carta supostamente escrita por Odilaine foi fraudada?"
Dr. Marlon Taborda:
- "Depois dos exames grafológicos e de balística forense, prosseguimos na apuração dos fatos e na busca de novos documentos. Então foi requerido um exame grafoscópico na carta contida no inquérito policial e os resultados mostraram que a carta foi fraudada. Estamos trabalhando com vários peritos judiciais e diante desse aparato, pedimos um exame grafotécnico, que se tornou a terceira prova pericial em termos de grafia. Para nossa surpresa, a perícia, inclusive localizou a autora da carta. Essa pessoa pertencia ao círculo profissional e pessoal do médico Leandro Boldrini."

Jornal Província:
- "A verdadeira autora da carta foi motivada por dinheiro?"
Dr. Marlon Taborda:
- "Não tenho dúvidas que os dois crimes tiveram motivação financeira. Em 2010, Odilaine estava prestes a assinar o divórcio e receberia cerca de R$ 1,5 milhão na época. Hoje, o valor passaria facilmente de R$ 3 milhões. A separação ainda renderia uma pensão para a mulher e o filho de aproximadamente R$ 8 mil por mês. Na questão do Bernardo também está evidente o cunho financeiro, pois poucos dias antes do desaparecimento foi aberto um inventário em nome de Odilaine Uglione e o menino seria o herdeiro legal de uma significativa parte dos bens e valores financeiros. O inventário não possui todos os bens devidamente arrolados e elucidados e deveria ter o acompanhamento do Ministério Público em razão de haver um incapaz no processo. Parte do patrimônio foi evadida após a prisão do médico Leandro Boldrini".


Jornal Província:
- "O senhor acredita que existiram falhas na investigação?"
Dr. Marlon Taborda:
- "Nós temos várias provas feitas por profissionais competentes e que apontam inúmeras falhas nos procedimentos, desde a inversão da ordem de atos até a falta do viés investigativo que deve ser obrigatoriamente apurado no decorrer do inquérito policial. Ainda temos uma situação peculiar neste inquérito policial. Aparecem duas certidões anônimas com vozes femininas, s quais não querem se identificar, afirmando que Odilaine teria ido a um bairro da cidade de Três passos para adquirir uma arma de fogo na companhia de um indivíduo. Ouvido esse sujeito, ele negou que esteve com Odilaine no referido dia, inclusive apresentou prontuário médico comprovando que acompanhava a mãe no Hospital São Vicente, em Passo Fundo. Houve uma "tentativa de indução que surtiu efeito perante a autoridade policial por que foi mais cômodo ser certificado que uma mulher ligou para a Delegacia de Polícia de Três Passos repassando tais informações."

- "Aí eu pergunto: Qual mulher na cidade estava interessada em fazer uma ligação anônima para a polícia? Tenho certeza que quem fez o telefonema para a DP teve a voz reconhecida pela pessoa que atendeu e foi mais fácil efetuar uma certidão anônima, quando a identidade fica protegida pela Constituição Federal."Infelizmente, há falhas graves nesse inquérito e o Código de Processo penal necessita de novas provas para a reabertura de casos. Temos a convicção que as provas periciais juntadas ao processo são suficientemente fortes para ensejar uma nova investigação sobre a morte de Odilaine Uglione."

 - "Numa conversa com desembargadores do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), ouvi ponderações favoráveis à reabertura do caso ocorrido em 2010, porém as novas provas periciais precisam primeiramente ser analisadas pelos órgãos de Três Passos para não concretizar a supressão de instâncias em nível de Justiça. Duas provas periciais estão em poder do Ministério Público desde novembro do ano passo e outras duas foram remetidas neste mês."

Jornal Província: 
- " Como o senhor avalia a repercussão dos casos na mídia?"
Dr. Marlon Taborda:
- "Crimes acompanhados pelos meio de comunicação recebem o processamento mais célere dos seus atos pois a sociedade está atenta aos fatos e seus desdobramentos. Particularmente, eu vejo com bons olhos o trabalho jornalístico, pois permite que os cidadãos possam se manifestar e emitir opiniões praticamente em tempo real. A sociedade tem que acompanhar de forma efetiva os processos, não somente esse, mas outros que são considerados importantes. A representação é necessária para que a Justiça seja feita. O assassinato de Bernardo Boldrini pode ter sido planejado em cima da impunidade alcançada no crime registado em 2010. Estamos atuando intensamente para que o Caso Odilaine Uglione seja reaberto e os prováveis culpados, punidos.
Disponível em: <www. porvinciafm.com;site/site>novo-laudo-aponta>. por Diones Roberto Becker, Acesso em: 19/04/2015.


OBSERVAÇÃO: Disse JESUS: Quem dentre vós dará uma pedra a seu filho, se este lhe pedir pão? E se lhe pedir um peixe, dar-lhe-á uma cobra. (Mt 7,9-10). A motivação desses crimes foi financeira, dizem. Eu porém, faço um aparte: Como se fosse pouco somente a ganância, houve também: desamor, crueldade,  dureza de coração, insensibilidade, perversidade. Quadruplamente!
Tem certos dinheiros que não vale a pena ganhá-los. Melhor é deitar a cabeça no travesseiro e ter um sono tranquilo.
JUSTIÇA PARA ODILAINE E BERNARDO UGLIONE BOLDRINI!

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Nota de esclarecimento Caso Bernardo


ACONTURS ESCLARECE AS TOMADAS DE DECISÕES SOBRE BERNARDO

Texto extraído do Facebook de Solange Balestreri Dias, Radio Difusora. Vários sites de notícias veicularam essa matéria em 23/04/2014. Achei importante a transcrição, pois o pai de Bernardo disse em entrevista ao Jornal Zero Hora (ver em "Leandro Boldrini - O mentor", neste blog), que recebeu apenas um comunicado para se dirigir ao Juiz em razão da situação de Bernardo. O Presidente da Aconturs, Rodrigo Faria dos Reis contesta essa informação:

- "É profundamente lamentável e inaceitável o que aconteceu em Três Passos com o Bernardo. Estamos triste, chocados, indignados esperando por Justiça. No entanto, não poderia calar diante dos fatos que envolvem o Conselho Tutelar de Três Passos, por este motivo fui até à cidade neste final de semana ficando lá nos dias 19 e 20, onde tive uma reunião com os conselheiros tutelares e onde me passaram tudo o que foi registrado, encaminhamentos feitos ao pai, e a denúncia feita pelo Conselho Tutelar ao MP pela omissão e descumprimento das determinações feitas por este órgão."

- "Segue abaixo o roteiro das denúncias recebidas e ações realizadas pelo Conselho Tutelar:"

1 - Setembro de 2013: Conselho Tutelar recebe a primeira denúncia.

2 - 05/09/2013: Conselho Tutelar vai ao Colégio verificar a denúncia, em reunião com equipe diretiva, psicóloga, assistente social e a criança;

3 - 09/09/2013 : Conselho Tutelar e a assistente social do município, vão ao consultório do médico pai da criança, Dr. Leandro Boldrini para averiguar a denúncia e realizar alguns encaminhamentos

4 - 02/10/2013: Conselho volta a escola para saber como andava a situação da criança, a entrevista foi com a psicóloga da escola, professora, assistente social e a criança;

5 - 02/10/2013 : Conselho Tutelar foi à casa da vizinha onde Bernardo ficou quase 30 dias.

6 - Outubro/2013: Conselho Tutelar volta ao consultório do médico pai da criança Dr. Leandro Boldrini, juntamente com a assistente social do município,onde ele relata que contratou uma equipe profissional para o atendimento do menino, de psicólogo e psiquiatra;

7 - 28/11/2013: Conselho Tutelar recebe relatório do Colégio, onde ele diz que ele (Bernardo) apresentou melhora após a intervenção do Conselho Tutelar, mas que sentia falta de amor do pai;

8 - 28/11/2013: Conselho Tutelar foi à casa da família que o Bernardo pediu para ficar com ele, mesma disse que não tinha como porque tinha problemas de doença e que ele deveria ficar e ser criado pelo pai;

9 - 29/11/2013: Conselho Tutelar denuncia ao Ministério Público as infrações administrativas e penais cometidas pelo pai da criança, Dr. Leandro Boldrini;

10 - 11/12/2013: Conselho reitera a denúncia ao Ministério Público onde informa que o pai não estava cumprindo as determinações do Conselho Tutelar, tendo como base o abandono do atendimento psicológico e psiquiátrico;

11 - No total foram realizadas 15 atendimentos pelo Conselho Tutelar e assistente social, com o menino e todos os envolvidos com o mesmo;

12 - Houve a audiência realizada pelo Juiz, onde o Conselho Tutelar que é o denunciante não foi comunicado e nem notificado para comparecer à mesma;

13 - Após a decisão tomada pelo magistrado, em nenhum momento foi solicitado tanto ao Conselho Tutelar quanto ao  CREAS (Centro de Referência Especializado da Assistência Social) para acompanhar as determinações;

Alguns questionamentos:

  • Se o advogado Dr. Marlon Taborda sustenta que, nas trocas de e-mails com o Ministério Público, denunciou uma suposta tentativa de asfixia contra Bernardo pela madrasta, pergunto: Onde está a ocorrência policial? Para quem foi relatado este fato, quem viu e nada fez?
  • Quem foi ao Conselho Tutelar de Santa Maria fazer denúncia e que tipo de denúncia foi feita? Foi denúncia ou pedido de encaminhamento de guarda por parte da avó?
  • Vários amigos e vizinhos da família "cuidavam" de Bernardo na ausência do pai. O que foi feito? Denunciaram aonde?  
  • Como o Ministério Público ficou sabendo da situação? Foi através do relatório do Conselho Tutelar que recebeu a denúncia e fez o encaminhamento solicitando a intervenção?
  • Por que os vizinhos e todos os que sabiam das violações de direitos dessa criança se omitiram, não denunciaram? Será que era porque o pai e a madrasta "Estavam acima de qualquer suspeita", sendo uma família conceituada na cidade?

- "Estes são alguns dos questionamentos e muitos outros podem ser feito. Como, por exemplo, quem é o culpado? Existe Culpado?"
- "Há muitas questões implicadas neste acontecimento. até o assassinato de Bernardo, ninguém desconfiava da família. Por parte da avó, havia um pedido de guarda. Além das queixas da criança diante da situação do "desamor" dopai. São todas questões de extrema importância."

-  " Mas não podemos nos esquecer que, infelizmente, esta situação se repete em várias famílias. Seria coerente, a partir deste acontecimento, tirar todas as crianças de seus lares? E aí, colocá-los em abrigos ou em família substituta?Conselho Tutelar e Poder Judiciário não deveriam garantir o direito à convivência familiar comunitária, o direito de ser criado com os seus? O que devemos fazer?"

- "Não é uma situação fácil e todos estamos com as emoções à flor da pele. Que esta criança descanse em paz, ao lado de sua mãe e que sirva de exemplo para que não nos omitamos, tendo sempre a coragem de denunciar".

- "Aproveito para pedir aos veículos de comunicação de nosso Estado para que façam matérias visitando os Conselhos Tutelares nos Estados e vejam como estamos trabalhando. Conheçam de perto a situação de todas as 515 redes existentes no Rio Grande do Sul."

- "Dizendo isto, no intuito e contribuir, coloco-me à disposição para maiores esclarecimentos, deixando alguns questionamentos que entendemos pertinentes.

 - "Estamos à disposição." 

Rio Grande do Sul, 21 de  abril de 2014.
Rodrigo Faria dos Reis.
Presidente Aconturs.

OBSERVAÇÃO:  Nada trará Bernardo de volta. Lendo o roteiro do Conselho Tutelar de Três Passos, observo grandes intervalos de tempo entre uma providência e outra. A última providência do Conselho Tutelar foi em 11/12/2013, entretanto, em janeiro de 2014, Bernardo se dirigiu sozinho ao Fórum para reclamar dos desmandos de Graciele Ugulini e negligência do pai à Promotora Dinamárcia. Depois que o Conselho Tutelar reiterou a denúncia em dezembro de 2013 para o Ministério Público, lavaram as mãos do caso de Bernardo? Com o apoio incondicional da Justiça, o dr. Leandro Boldrini ficou livre para juntamente com Graciele Ugulini, arquitetar o plano macabro, ficando o menino entregue inteiramente às suas sanhas assassinas? O dr. Leandro se comprometeu a cuidar melhor do filho, teve um prazo de 90 dias para esse ajuste, sem nenhum acompanhamento do Conselho Tutelar, por quê? O Juiz não avisou o Conselho para acompanhar as determinações: e daí? O pai era um eminente cirurgião local, mas... e se fosse numa situação de risco, as providências teriam sido diferentes? Tudo ficou pior para o menino Bernardo, a ponto de chegar a reclamar de fome. Para alguém ele se se queixou, que também deve ter achado que não deveria se intrometer devido a posição do médico. Casos horrendos também acontecem na alta classe, a diferença é que esses fatos, via de regra,  não são propalados. Foram quase quatro meses, de 11/12/2013 a 04/04/2014. Cadê o registro do Conselho Tutelar nesse período? Eu não entendo o funcionamento do Conselho Tutelar mas entendo por que Bernardo com os amiguinhos apanhavam as tangerinas do quintal da dona Ivone. Por quê motivo abandonaram Bernardo?  Justificativas tentarão, mas será... que convencerão? Um anjo sem asas habitou entre nós e trouxe alguns ensinamentos. Esperamos que pelo menos, as crianças que se sucederem, sejam beneficiados pelo seu exemplo.
Leia também: zh.clicrbs.com.br/.../as-falhas-na-rede-de-protecao-que-nao-salvou-berna..

JUSTIÇA PARA ODILAINE E BERNARDO UGLIONE BOLDRINI!



quinta-feira, 16 de abril de 2015

Negada a liberdade para Evandro Wirganovicz


JUSTICA NEGA A EVANDRO WIRGANOVICZ: LIBERDADE E CISÃO DE PROCESSO.


Evandro Wirganovicz / Foto G1 

Em 15/04/2015, o Juiz de Direito Marcos Luís Agostini, da 1ª Vara Judicial da Comarca de Três Passos, opôs-se ao pedido de liberdade de Evandro Wirganovicz, o 4º acusado da morte de Bernardo Uglione Boldrini, ocorrida em 04/04/2014. Evandro é acusado de ter cavado o buraco onde enterraram Bernardo. A defesa do réu argumentou excesso de prazo no encerramento da fase de instrução e também requereu o desmembramento do processo n° 2140000704-8 (Comarca de Três Passos/RS).

As duas petições foram negadas pelo Juiz Marcos Luís Agostini:

- "Não vislumbro alteração do panorama identificado no momento em que proferida a mencionada decisão, a qual deve ser mantida." - Afirmou o Juiz.

O magistrado citou inclusive, decisões precedentes das Câmaras do TJRS, que tiveram como resultado a manutenção das prisões de todos os acusados, com o objetivo de garantir a ordem pública, bem como para conveniência da instrução processual:

- "Com efeito, deve ser considerado para afastar a alegação de excesso de prazo, a complexidade da ação penal, o número de acusados, a quantidade significativa de testemunhas arroladas e inquiridas, o grande volume de documentos acostados (33 volumes) e, também, as diversas postulações das defesas." - declarou o Juiz.

O Meritíssimo ressaltou que a alegação da defesa não procede, referindo-se à demora nas diligências e perícias para finalizar a instrução:

- "Para realização dos interrogatórios dos réus e encerramento da instruções restam somente duas pendências, ambas postuladas pela defesa, quais sejam, os esclarecimentos a serem prestados pelo Instituto Geral de Perícias (IGP) em relação à perícia grafotécnica realizada e a inquirição da última testemunha dentre as inúmeras arroladas, que está com audiência aprazada para o próximo dia 11/05/2015, na Comarca de Boa Vista, Roraima.

Disponível em:<http://www.tjrs.jus.br/casobernardo>. Acesso em 16/04/2015.

OBSERVAÇÃO: Não tenho dúvida nenhuma, que o sr. Evandro Wirganovicz está atolado até o pescoço nessa lama. Vou ficar deveras surpreso, se ele conseguir se safar dessa: afinal, trata-se da morte de forma covarde e desnecessária, perpetrada por quatro adultos a uma criança de apenas onze anos de idade. A ganância impede a visão, planta-se às cegas e o produto final é a colheita de frutos amargos... e nada desejáveis.

PARA LEMBRAR: Graciele Ugulini, por volta de 12:30 hs de 04/04/2014, ligou para Edelvânia Wirganovicz, avisando que seguia rumo Frederico Westphalen acompanhada de Bernardo. Edelvânia em depoimento à Polícia em 14/04/2014, confirma:
 - "Fomos lá naquele dia, fazer o buraco, mas com a enxada não dava. Aí, fomos comprar as coisas. A pá, a cavadeira. E a enxada foi jogada fora. Foi jogada no mato". Ela (Graciele) se lavou na minha casa. As mãos e os pés. Eu fiquei em casa. Depois desci para pegar minha sobrinha e fomos dar uma volta. Peguei um sorvete e um picolé e fomos dormir".
Disponível em <g1.globo.com/rs/ré-caso-bernardo>. Acesso em 16/04/2015.

PS: Que dia mais triste! Como Edelvânia conseguiu dormir depois de um ato desse? Observe que ela diz que Graciele se lavou, mas ela não diz ter se lavado também, após ter cavado o buraco, nem mesmo as mãos. Ela jogou a enxada no mato: por quê, se as outras ferramentas ela levou para a casa da mãe? Será que ela indicou à Polícia onde jogou a enxada? E onde estavam a pá e a cavadeira que ela alegou estar no carro, mas o vídeo não mostrou? Tinha certamente outra pessoa envolvida na história e essa pessoa é seguramente Evandro Wirganovicz. Da hora que as duas mulheres saem com Bernardo e depois retornam sem ele, decorre exatamente 1 hora e 33 minutos: é muito pouco tempo para o que ela alega ter feito (deslocamentos, compras, procedimento criminoso, abertura e fechamento da cova). Sabe o que é cavar um buraco no início de abril? Você fica inteiramente sujo e coberto de suor. Edelvânia  só trocou de roupa depois que Graciele se lavou e foi embora. 

Outro detalhe: Leandro Assis Brondani diz em depoimento que Edelvânia e Graciele compareceram à sua loja entre 1 e 4 de abril de 2014, perguntando como fariam para abrir um buraco. Ele explicou que era com uma pá e uma cavadeira, mas como ele não possuía esse tipo de ferramente, recomendou outras duas lojas. Perguntada sobre o motivo da abertura do buraco, Edelvânia apenas respondeu que era em local próximo à casa de sua mãe.

Por sua vez, Hermes Vendrusculo Scapin, sócia da loja de ferragens, onde Edelvânia comprou as ferramentas, revelou que ela não quis o registro das compras:

- "Não sei quem era a outra pessoa, mas quem comprou foi a Edelvânia. Ela só pediu uma pá e uma cavadeira. Essa outra pessoa não entrou, ficou na porta." - Disse Scapin. 

A certeza é que Edelvânia não comprou as ferramentas no mesmo dia da morte de Bernardo, o que se deduz apenas é que ela estava acompanhada de Graciele Ugulini, nos preparativos anteriores para a empreitada criminosa. Conforme a Delegada Caroline Bamberg ela apresentava calosidades na mão. Fica a indagação: por quê calosidades? A mãos de uma "assistente social", não estaria jamais com calos e sim com bolhas arrebentadas e pele arrancada. Calos ou calosidades nas mãos decorre de trabalho repetitivo e por um longo período de tempo. Em "Graciele Ugulini - A Farsa", no vídeo gravado pela Polícia, Edelvânia diz que Graciele lhe entregou dinheiro na quarta-feira, 02/04/2014 e na quinta-feira de manhã, 03/04/2014,  ela abriu a cova. No seu depoimento, Edelvânia tem uma dificuldade enorme para falar da cavadeira e da pá, como se temesse ser pega em contradição e aí a Delegada Cristiane chega a colocar palavras na sua boca. É...O sr. Evandro Wirganovicz tem muito o que explicar à Justiça.