sábado, 14 de maio de 2016

A História de Bernardo Uglione Boldrini contada ao Papa Francisco


CARTA AO PAPA: A TRISTE TRAJETÓRIA DE VIDA DO MENINO BERNARDO UGLIONE BOLDRINI, EM TRÊS PASSOS/RS


Vídeo incorporado do You Tube / Zizi Medeiros Oliveira.

JUSTIÇA PARA ODILAINE E BERNARDO UGLIONE BOLDRINI!

Aos eternos amigos de Bernardo Uglione Boldrini



AOS ETERNOS AMIGOS DE BERNARDO UGLIONE BOLDRINI


Vídeo incorporado do YouTube / Rosane Colvero

Se Deus quiser, 
vamos ter você para sempre 
guardado
em nossos corações!

JUSTIÇA PARA ODILAINE E BERNARDO UGLIONE BOLDRINI!

Um lar acolhedor para as crianças do Menino Bernardo


A INSTITUIÇÃO SITUADA NA RUA MENINO BERNARDO, EM TRÊS PASSOS, ACOLHE CRIANÇAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA


Lar Acolhedor / Foto: Rafaella Fraga - G1

A antiga Rua 8080, ganhou no ano de 2015, um novo nome: ela agora é denominada Rua Menino Bernardo em homenagem a Bernardo Uglione Boldrini, o menino de 11 anos assassinado pelo pai biológico, o médico Leandro Boldrini e pela madrasta, a enfermeira Graciele Ugulini, auxiliados por dois comparsas, Edelvânia Wirganovicz e Evandro Wirganovicz, em um triste caso que chamou a atenção do País inteiro.

Bernardo foi dado como desaparecido em 04/04/2014, quando já estava morto, executado como uma injeção letal do medicamento Midazolam aplicada pela madrasta, após o menino ter sido dopado e conduzido á sua cova na localidade de Frederico Westphalen. Segundo a cúmplice, Edelvânia Wirganovicz, o menino ainda teve o corpo encharcado de soda cáustica que a madrasta Graciele havia dito que era para não dar cheiro e para que o corpo diluísse com mais rapidez.

Este fato tornou notória a história de Bernardo que numa atitude extraordinária para um menino de apenas 11 anos, se dirigiu sozinho até o Fórum de Três Passos e numa sala do Ministério Público, sentou-se no colo da Promotora Dinamárcia Maciel de Oliveira e pediu que lhe conseguisse uma nova família,  já que na sua, a convivência era insuportável. Tanto é verdade que ele costumava passar vários dias fora, nas residências dos amigos, sem jamais ser procurado pelos seus familiares.

Desde 2009, que a instituição existe como “Lar Acolhedor”: o que era para ser somente uma casa de passagem tornou-se moradia obrigatória para dezenas de crianças e adolescentes que aguardam a oportunidade de serem adotadas. O caso de Bernardo contribuiu enormemente para sensibilizar a comunidade para a violência doméstica sofrida pelas crianças e hoje o “Lar Acolhedor”, com capacidade para 20 delas, está sempre no seu limite.

O Major aposentado Edu Amaro,  que trabalhou  por mais de três décadas na Brigada Militar, dedica-se voluntariamente ao projeto e atualmente ele é o Presidente da casa.

Edu Amaro:
- “Chegamos a ter 25 crianças aqui, por questão de necessidade. A gente jamais vai deixar de atender uma criança que precise, que está correndo riscos.”

Entretanto, ele ressalta que situações como a de Bernardo, que era de família rica, não acontecem,  elas se aplicam às crianças que na sua maioria são vítimas de abusos sexuais.

Edu Amaro:
-“Boa parte delas são de família humilde, são retiradas da família em função de abusos sexuais. Alguns maus-tratos, mas o abuso é um crime que ainda supera sobre os outros. Tanto menino, quanto menina, desde os pequenos até os adolescentes de 17 anos de idade. Não existe uma faixa etária específica”.

A equipe de profissionais da instituição é formada por uma assistente social, uma psicóloga e pelas cuidadoras que se revezam entre si no acompanhamento das crianças em tempo integral e o local sobrevive de doações mobilizadas pela comunidade e por diárias pagas pelas diversas prefeituras da região: Três Passos, Bom Progresso, Bairro do Guarita, Campo Novo, Esperança, Sede Nova e Tiradentes), onde se unem os esforços na esperança de que a história do menino Bernardo Uglione Boldrini nunca mais se repita.

Edu Amaro:
- “Quem sabe foi para que nós possamos abrir os olhos. As crianças são o nosso futuro, algumas passam por situações que causam traumas na infância. Não queremos dar continuidade a esses traumas”.

- “Me chama atenção que, se isso acontece dentro de uma família que, em tese, é estruturada, o que poderá acontecer com uma família desestruturada? Alguns casos ficam no tempo, se vão com o vento, e as autoridades, às vezes, nem ficam sabendo”.

- “O que aconteceu com o Bernardo foi horrível, mas creio que foi uma exceção, quem sabe para que nós possamos abrir os olhos. As crianças são o nosso futuro, algumas passam por situações que causam traumas na infância. Não queremos dar continuidade a esses traumas”.

Edu Amaro apela para o sentimento das pessoas: que elas não se calem ao se depararem com situações de crianças envolvendo risco de morte.

Edu Amaro:
- “O apelo, portanto, é para que que as pessoas não se calem, e mantenham seus ouvidos atentos. "Eu acredito que tem que haver ainda mais participação. As pessoas de uma comunidade são os olhos da polícia. Nós temos que denunciar, informar. Tem vários contatos que mantém o anonimato. A denúncia pode ser que evite alguma coisa bem mais grave”.

Com isso, novas mobilizações começaram para receber uma nova moradora: em breve uma adolescente de 14 anos, grávida de cinco meses, deverá ser recepcionada pelo “Lar Acolhedor”. Susana Ottonelli, ex-professora de Bernardo, juntamente com um grupo de amigas, frequentemente articulam campanhas com o propósito de angariar doações de alimentos, roupas e produtos de limpeza para o “Lar Acolhedor” e para outras instituições  que atendem idosos carentes.

Susana Ottonelli:
-“Já vamos começar a ver roupas, para ela e para o bebê. Fazemos isso por nós e pelo Bê também. Ele também gostava de ajudar o próximo. Talvez esse seja o legado de Bernardo”.



Reprodução RBS TV

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