quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Como identificar pedido de socorro das crianças

Fonte: Patrícia Orlando/ Revista Veja/18/04/2014.





Fotos de Bernardo BoldriniFotos de Bernardo BoldriniMenino Bernardo Boldrini, de 11 anos, encontrado morto no interior do RSMenino Bernardo Boldrini, de 11 anos, encontrado morto no interior do RS Fotos de Bernardo BoldriniMenino Bernardo Boldrini, de 11 anos, com sua MãeBernardo Boldrini com a mãe e a avó maternaFotos de Bernardo BoldriniMenino Bernardo Boldrini, de 11 anos, encontrado morto no interior do RS
Menino Bernardo Boldrini, de 11 anos, encontrado morto no interior do RS
Corpo do menino Bernardo foi encontrado num saco plástico enterrado próximo a um riacho na cidade de Frederico Westphalen (RS) - Reprodução Facebook/VEJA
A morte do menino Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos, em Três Passos, no Noroeste do Rio Grande do Sul, chocou o Estado e o país. A Polícia Civil acredita que o menino tenha sido morto depois de receber uma injeção letal. Os principais suspeitos do crime são o pai do garoto, Leandro Boldrini, a madrasta, Graciele Boldrini, a amiga do casal Edelvania Wirganovicz e seu irmão Evandro Wirganovicz. Todos eles estão presos.


Bernardo chegou a procurar o Fórum de Três Passos para reclamar de insultos recebidos da madrasta e da falta de interesse do pai. Na ocasião, não houve relato de violência física. A primeira notícia sobre o abandono afetivo do qual Bernardo seria vítima chegou à Promotoria da Infância e da Juventude em novembro passado, quando foi aberto expediente para apurar a situação familiar. O menino era alvo de comentários na cidade e frequentemente se hospedava na casa de amigos da escola. 

Depois de conversar com Bernardo e confirmar as queixas sobre o pai e a implicância da madrasta, a promotora responsável pela apuração, Dinamárcia de Oliveira, preparou a ação judicial pedindo que a guarda do menino fosse dada para a avó materna. O juiz Fernando Vieira dos Santos optou por uma conciliação entre o pai e o garoto. Em uma audiência em 11 de fevereiro, Boldrini pediu uma chance para melhorar a relação com o filho. Em 13 de maio, pai e filho seriam novamente ouvidos.

Pedido de ajuda 
O caso de Bernardo foi excepcional. É raro uma criança procurar a Justiça para pedir a ajuda, mesmo em episódios graves de abuso", diz a psiquiatra Maria Conceição do Rosário, professora da Unidade de Psiquiatria da Infância e Adolescência (Upia) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Afinal, um dos principais sinais comportamentais de que a criança está sofrendo alguma privação emocional ou abuso sexual é a retração. "A criança se cala, não quer brincar e fica no canto dela." Outras evidências são episódios de agressividade (como bater em colegas), choro fácil e queda no desempenho escolar.
Os sintomas físicos também são claros: distúrbios do sono, como pesadelo e insônia, acompanhados de mudanças dos hábitos alimentares — a criança perde o apetite ou passa a comer mais do que o usual. Por fim, são indícios de que algo vai mal: fazer xixi na cama e reportar queixas físicas sem motivo aparente, a exemplo de febre, tremores, constipação e dor muscular. "Acordar com indisposição um dia ou outro é normal. Mas, se a mudança de comportamento se estende por mais de uma semana, é preciso ter uma conversa com a criança ou, se for o caso, procurar ajuda médica", diz Maria Conceição.
A partir dos seis anos, a criança tem discernimento para se comparar com as demais e entender se ela está sendo bem tratada ou não. Mas, como normalmente ela não se queixa, é preciso ficar atento aos sinais. "Se um professor ou pediatra notar uma mudança de comportamento em uma criança, é dever dele falar com os pais ou até mesmo procurar o Conselho Tutelar", diz Maria Conceição. 

Carência perigosa 

Quando uma criança se sente afetivamente abandonada pelos pais, ela costuma se apegar a qualquer pessoa que lhe dê atenção — e isso pode ser perigoso. "Ela fica vulnerável à ação de pedófilos em redes sociais, por exemplo", afirma a psicóloga Rita Calegari, da Rede de Hospitais São Camilo, em São Paulo. De acordo com ela, as redes sociais são, hoje, a principal ferramenta de crianças e adolescentes para expor os seus sentimentos. Músicas, imagens e frases tristes podem ser um reflexo do que ela está vivendo. "Por isso, os pais e parentes precisam monitorar as atividades da criança ou do adolescente na internet."
Uma pessoa que sofreu abuso quando pequena pode carregar o trauma pelo resto da vida. "A maioria dos transtornos psiquiátricos tem como pano de fundo uma carência emocional na infância", afirma Ivete Gattas, psiquiatra da infância e adolescência e coordenadora da Upia. Quando adultas, essas crianças terão mais tendência à depressão e à ansiedade. "Claro que nem todos adultos depressivos ou ansiosos sofreram privação emocional na infância, mas essa relação é muito alta."

Acusados da morte de Bernardo chegam para audiência


Irmãos acusados da morte de Bernardo chegam para audiência 


Caetanno FreitasDo G1 RS, em Três Passos 26/08/2014  

Evandro e Edelvânia serão os únicos réus no Fórum de Três Passos, RS.(Foto: Caetanno Freitas/G1)


www.cbnfoz.com.br/.../26082014-193621-irmaos-acusados-da-morte-de..

Réus no caso Bernardo, os irmãos Evandro e Edelvania Wirganovicz chegaram nesta terça-feira (26/08/2014) ao Fórum de Três Passos, no Noroeste do Rio Grande do Sul, por volta das 9 horas. Os dois, que respondem por homicídio qualificado e ocultação de cadáver, serão os únicos acusados presentes durante a primeira audiência referente ao processo criminal.



Evandro chegou mais cedo, por volta das 9h10, em um carro de escolta da Susepe. Já Edelvânia chegou cerca de 10 minutos depois. Os dois foram levados para dentro do fórum próximos um ao outro.
O pai de Bernardo e a madrasta pediram dispensa.
A audiência estava marcada para as 9h15, e conta com reforço policial, bloqueio de vias no entorno e restrição à imprensa, com objetivo de proteger e minimizar efeitos externos às testemunhas de defesa e acusação. 

De acordo com a promotora Dinamárcia Maciel, responsável pela denúncia, a participação de Evandro e Edelvânia se deu por motivos financeiros. "Edelvania, a amiga íntima de Graciele Ugulini, mediante recompensa, pagamento, aceitou participar dessa empreitada criminosa e ainda trouxe o irmão para esse cenário", declarou em entrevista à Rádio Gaúcha.

Ao todo, serão ouvidas 33 testemunhas, de defesa e acusação. São familiares, vizinhos, amigos e outras pessoas que possam colaborar com a Justiça. Entre os nomes considerados mais importantes estão: as delegadas que trabalharam no caso, Caroline Bamberg Machado e Cristiane de Moura Baucks, a ex-babá de Bernardo, Elaine Rader – que relatou uma tentativa de asfixamento da madrasta ao garoto – a professora dele, Simone Müller, e um casal que possuía forte vínculo afetivo com o garoto, Carlos e Juçara Petry. A ex-secretária de Leandro Boldrini, Andressa Wagner, e a avó de Bernardo, Jussara Uglione, também foram convocadas.


PMs reforçam a segurança do Fórum de Três Passos (Foto: Caetanno Freitas/G1)



A audiência não tem horário para terminar. Se houver necessidade, uma nova data será marcada para prosseguir com os depoimentos das testemunhas do caso. Na semana passada, o juiz Marcos Luís Agostini negou um pedido do advogado Jader Marques, que defende Leandro, para adiar a audiência.


Cumpridas todas as precatórias, será designada uma nova audiência para ouvir alguma testemunha de defesa que possa ter ficado para trás por motivos como atestado médico, viagem, etc. Na sequência, haverá alegações pelas partes e a sentença do juiz para avaliar se é caso de pronúncia (se vai a júri ou não).
Fonte: G1


Veto à imprensa I

Defesa da madrasta de Bernardo pede veto à imprensa em audiências.


Graciele escreveu carta de dentro do Presídio no RS (Foto: Reprodução/RBS TV)

A defesa da madrasta do menino Bernardo Boldrini, Graciele Ugulini, requeriu ao final da audiência na terça-feira (26/08/2014), o não comparecimento da imprensa nas próximas sessões no Fórum de Três Passos, na Região Norte do Rio Grande do Sul. Tiveram início nesta semana as oitivas do processo criminal do caso da criança encontrada morta em abril deste ano em um matagal em Frederico Westphalen, no Noroeste do estado. O requerimento feito por Vanderlei Pompeo de Mattos será avaliado pelo juiz Marcos Luís Agostini.

O pedido formal está anexado ao processo, que pode ser acessado através do site do Tribunal de Justiça gaúcho (Proc. 21400007048 (Comarca de Três Passos).

O documento mostra também o pedido de esclarecimento do advogado quanto ao DVD que expõe o depoimento da madrasta ainda na fase de investigações da polícia. Ele questiona também quem ofereceu à imprensa outra prova do processo, a carta escrita pela mulher de dentro da cadeia reclamando das condições da Penitenciária Feminina de Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre. 
(Veja carta completa de Graciele Ugulini, nesse blog)
Disponível em: <g1.globo/rs>. Acesso em 28/08/2014. 

Terror psicológico contra Bernardo Uglione Boldrini


TERROR PSICOLÓGICO

Terror psicológico infringido a menor por pessoas que teoricamente tinham a função de protegê-la.
Nesse evento ocorrido em 2013, quando vizinhos condoídos com a situação de Bernardo, que gritava por socorro na janela do seu quarto, acionaram a Brigada Militar, Leandro Boldrini alegou não ter agredido o menino. Ele e Graciele agrediam o menino sim: física, verbal e psicologicamente. Bernardo não tinha nenhum distúrbio mental, mas pai biológico e madrasta se encarregaram de destroçar sua psique e depois o seu corpo.

Vídeo mostra pai usando celular para filmar briga com Bernardo: 
Caetanno Freitas e Jonas CamposDo G1 RS e da RBS TV, em Santa Maria.

CLIQUE NO LINK ABAIXO PARA ASSISTIR AO VÍDEO.


 Leandro Boldrini / (Foto: Reprodução/G1)
Caetanno Freitas e Jonas CamposDo G1 RS e da RBS TV, em Santa Maria.

O G1 teve acesso ao vídeo que mostra uma briga entre Bernardo, o pai, Leandro Boldrini, e a madrasta, Graciele. As imagens foram gravadas no celular do pai do menino. Na maior parte do tempo, não é possível ver a discussão. Apenas no início, o médico aparece deixando o celular no cômodo. O vídeo capta os pedidos de socorro de Bernardo, de 11 anos, assassinado em abril deste ano (assista ao vídeo acima).
O vídeo começa com a sombra de Leandro no chão do quarto da casa onde a família morava, em Três Passos, na Região Noroeste do Rio Grande do Sul. O pai de Bernardo liga a câmera e passa para Graciele enquanto o menino grita por socorro de um outro cômodo. É possível ver o rosto do médico neste momento das imagens. A madrasta pega o celular e o ajeita na cama do casal.

É possível ouvir Bernardo em outro cômodo gritando por socorro por mais de três minutos. Em seguida, o menino se aproxima para pedir o telefone emprestado para "denunciar" o pai. Leandro chama a atenção, pedindo que Bernardo cuide da irmã, que está no mesmo cômodo. Depois começa a discussão entre o menino e a madrasta, em que ocorrem as ameaças.

"Ah, Bernardo, eu fico com pena de ti… Com pena de ti, cara. Tua mãe te botou no mato. Deus o livre. Te abandonou", afirma Leandro. Na sequência, Graciele diz que a mãe de Bernardo (Odilaine, que cometeu suicídio em 2010) era "vagabunda", revoltando o garoto. "Tomara que tu morra. Tomara que tu morra! E essa coisa (Graciele) que morra junto!", grita Bernardo.

Procurado pelo G1, Jader Marques, advogado do pai de Bernardo, argumentou que o vídeo é de 2013 e mostra a realidade do conflito familiar difícil, mas, segundo ele, "não altera a situação da falta de provas" da participação de Leandro no homicídio ou no suicídio da mãe do menino. O escritório do advogado da madrasta, Vanderlei Pompeo de Mattos, informou que ele não pretende se manifestar sobre o tema.


VEJA A TRANSCRIÇÃO

Bernardo: Socorro! Socorro! Socorro! Socorro! Socorro! Socorro!
Leandro: Vamos se acalmar. Vai para o teu quarto.
Bernardo: Socorro! Meu pai vai me agredir. Socorro! Socorro!! Socorro! Socorro! Socorro! Socorro! Socorro! Não! (...)
Leandro: Respeita a tua irmã, a Maria aqui…
Bernardo: Socorro, socorro! Eu vou contar... Vocês me agrediram!! Socorro, socorro, socorro. Meu pai me agrediu.
Graciele: Fecha a porta… (diz para Leandro)
Bernardo: Socorro! Socorro! Socorro! (...)
Eu quero denunciar, empresta o telefone, eu quero denunciar vocês! Empresta, quero denunciar!
Leandro: Aqui quem manda sou eu.
Bernardo: Eu quero denunciar, empresta!
Leandro: Ou tu entra, ou tu sai. E se entrar fala baixo.
Bernardo: Empresta o telefone agora! Empresta! Empresta o telefone. Empresta! Empresta o telefone agora! Tu falou que eu poderia denunciar, então empresta! Empresta!
Leandro: Tchê, a Maria...
Bernardo: Empresta! Empresta o telefone.
Graciele: Sim, tu quer o telefone emprestado para denunciar? (risos)
Bernardo: Sim! Empresta!
Graciele: Quer denunciar, te vira! Não empresto. Te vira!
Bernardo: Empresta!
Leandro: Cuidado a Maria aqui, rapaz! Escuta aqui ó, que bagunça é essa?
Bernardo: Socorro!!
Leandro: E fecha a porta, né?
Bernardo: As pessoas estão olhando…
Leandro: Viu?
Bernardo: As pessoas estão olhando…
Graciele: Vai lá, vai lá pedir socorro.
Bernardo: Vão vocês!
Graciele: Tu que tá pedindo! Tu que está gritando!
Leandro: Quem que começou a bagunça?
Bernardo: Vocês me agrediram, tu me agrediu.
Graciele: E vou agredir mais. A próxima vez que tu abrir a boca para falar de mim, eu vou agredir mais.
Leandro: Xingando ela. Ninguém merece ser xingado, né, rapaz.
Graciele: Eu vou agredir mais, eu não fiz nada em ti.
Bernardo: Fez sim. Tu me bateu.
Graciele: Tu não sabe do que eu sou capaz de fazer.
Bernardo: Tu me bateu.
Graciele: Tu não sabe.
Bernardo: Tu me bateu.
Graciele: Eu não tenho nada a perder, Bernardo. Tu não sabe do que eu sou capaz. Eu prefiro apodrecer na cadeia a viver nesta casa contigo incomodando. Tu não sabe do que eu sou capaz.
Bernardo: (inaudível) Queria que tu morresse
Graciele: Tu não sabe do que eu sou capaz. Vamos ver quem tem mais força. Aí nós vamos ver quem tem mais força.
Bernardo: Quando tu morrer.
Graciele: É, vamos quem tem mais força. Vamos ver quem vai para baixo da terra primeiro.
Bernardo: Tu. Tu vai..
Graciele: Então tá, se tu tá dizendo.
Bernardo: Tu, tu vai…
Graciele: Vamos ver quem vai primeiro.
Bernardo: Coitada da Maria, vocês vão agredir ela aqui também! Vão sim!
Graciele: Ela está comigo.
Bernardo: Vão agredir ela depois…
Graciele: Ah, então tá.
Leandro: Ah, Bernardo, eu fico com pena de ti… Com pena de ti, cara. Tua mãe te botou no mato. Deus o livre. Te abandonou…
Bernardo: E tu traiu ela!
Leandro: Como é que ele tem isso na cabeça?
Graciele: É… Ela que andava com tudo que é homem aí, ó! Ela que era vagabunda, Bernardo!
Bernardo: Não era! Minha mãe não é vagabunda!
Graciele: Então vai perguntar para as pessoas da cidade o que tua mãe fazia! Pergunta!
Bernardo: Minha mãe não era vagabunda…
Graciele: Então pergunta para as pessoas o que tua mãe fazia com teu pai.
Leandro: Eu sei que tua mãe é o máximo para ti, mas simplesmente ela te abandonou.
Bernardo: Não, ela não me abandonou. Foi culpa tua, sim!
Graciele: Ela que pensou em matar teu pai.
Bernardo: Porque ele estava incomodando ela.
Leandro: Ela foi lá na vila com o cara, comprou uma 38 para ir ao consultório com duas balas. O que ia acontecer comigo?
Bernardo: Tinha que ter matado mesmo!
Leandro: E o que ia sobrar de ti?
Bernardo: Tinha que ter te matado!
Leandro: Mas o que eu tenho que ver, cara?
Bernardo: Tem de morrer!
Leandro: Tenho de pegar com minha vida por causa de gente à toa?
Bernardo: Sim!
Leandro: De gente que não presta?
Bernardo: Tomara que tu morra! E essa coisa [Graciele] que morra junto!
Graciele: Tu vai ir antes. Doente que tu está desse jeito…
Leandro: Quanta gente…
Graciele:  Igual a tua mãe. Teu fim vai ser igual o da tua mãe.
Bernardo: Não!
Graciele: Então tá…
Leandro: Eu salvo uns quatro ou cinco todo dia, tiro as pessoas de dentro do caixão.
Bernardo: Não tira!
Leandro: Elas aparecem uma semana depois caminhando lá no consultório.
Bernardo: Não!
Leandro: Eu acho que tenho uma função nesse mundo…
Bernardo: De morrer, tem que morrer!
Leandro: Deixa que eu morro a hora que Deus quiser…
Graciele: É, a hora que Deus quiser.
Leandro: Não é pela tua boca.
Bernardo: Tu vai morrer.
Leandro: Me respeita!
Bernardo: Vou rezar para tu morrer.
Graciele: Então vai, te ajoelha.
Leandro: Tu vai ficar 20 anos rezando. Quanto mais tu rezar, pior vai ser. Mais eu vou durar.
Bernardo: Tomara que tu morra. (fala inaudível)
Leandro: O que tu falou?
Bernardo: Não te interessa!
Leandro: É, é… 'Froinha', que não é capaz de falar. Se fosse macho falava melhor!
Bernardo: Ó a polícia!!
Graciele: Vai lá então… Vamo, desce lá!
Bernardo: Não…
Graciele: Desce lá.
Bernardo: Tu me agrediu!
Graciele: Vai lá, Bernardo…
Bernardo: Tenho marca aqui… Tu me agrediu. Eu tenho marca aqui.
Graciele: Vai lá, Bernardo! Ô, cagão! Ô, cagão, desce lá, cagão! Cagou nas calças? Cagou nas calças?
Bernardo: Vamos…
Graciele: Como, vamos? Cagão, vai atrás do teu pai, vai lá, macho! Vai lá, cagão.
Bernardo: Meu pai me agrediu…
Graciele: Vai dizer, então! Vai! Cagão.
Bernardo: Tu me bateu, tu me bateu, tu me bateu. Tu me agrediu!
Leandro: Faço tudo para dar certo e a polícia chega na minha casa no sábado à noite.
Graciele: É, ahã.
Bernardo: Tu me bateu também…
Graciele: É um cagão mesmo! Agora vai atrás do papai. Cagão.
Bernardo: Tu me bateu, conta que tu me bateu...

 (longo trecho em silêncio)

Leandro: E esse remédio aqui?
Bernardo: Tu vai me matar…
Leandro: Quantos quilos tu tem?
Bernardo: Não sei. (inaudível)
Graciele: Dá sessenta gotas…
Bernardo: Eu vou me matar… Eu vou... Eu vou me matar.
Graciele: Dá uma faca, Leandro!

(minutos depois)



Leandro: Você sabe o que está fazendo, você sabe…

Bernardo: Meu pai mandou eu te pedir desculpas.

Leandro: Você sabe o que está fazendo…

Bernardo: Eu quero me matar…

Graciele: Trouxa, retardado… Esse guri é louco, um retardado...

LEMBRETE: Como Leandro Boldrini sabia que a mulher tinha ido na "vila" comprar uma 38? E as duas balas? Ela chegou no consultório e quando ele chegou, ela já foi atirando, conforme relatou em entrevista. Isso foi informação da Polícia ou ele terá tidoparticipação na morte de Odilaine? Quando Graciele fala para Bernardo que o fim dele vai ser igual ao da mãe, Odilaine foi assassinada e Bernardo, futuramente,  seria também?



quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Claras ameaças de morte ao menino Bernardo Uglione Boldrini

Ameaças Graves De Graciele Ugulini Ao Menino  Bernardo 

Bernardo gritava por socorro e era ameaçado por madrasta; ouça:

Jonas Campos, Caetanno Freitas e Bernardo BortolottoDo G1 RS


Acesse o link abaixo: Bernardo grita pedindo socorro!

Um vídeo obtido durante uma perícia no telefone celular de Leandro Boldrini, pai do menino Bernardo, mostra uma briga entre a família e o garoto, assassinado em abril deste ano no Rio Grande do Sul. Na manhã desta quarta-feira (27/08/2014), a RBS TV e o G1 tiveram acesso com exclusividade a um trecho em áudio do material, que será usado como principal prova pela acusação no processo da morte. As declarações são fortes. O menino de 11 anos foi assassinado em abril.


"Socorro, socorro, socorro", grita o menino, cinco vezes seguidas. "Vocês me agrediram, tu me agrediu", afirma Bernardo a Graciele.



Veja a transcrição (alguns trechos são inaudíveis):



Bernardo: Socorro.
Leandro: Vamos se acalmar. Vai para o teu quarto.
Bernardo: Socorro (...) vai me agredir. Socorro, socorro, socorro.
Graciele: (inaudível) Vai lá pedir socorro, vai lá.
Bernardo: Vão vocês!
Leandro: Quem que começou a bagunça?
Bernardo: Vocês me agrediram, tu me agrediu.
Graciele: E vou agredir mais. A próxima vez que tu abrir a boca para falar de mim, eu vou agredir mais.
Leandro: Xingando ela. Ninguém merece ser xingado, né, rapaz.
Graciele: Eu vou agredir mais, eu não fiz nada em ti.
Bernardo: Fez sim. Tu me bateu.
Graciele: Tu não sabe do que eu sou capaz.
Bernardo: Tu me bateu.
Graciele: Tu não sabe.
Bernardo: Tu me bateu.
Graciele: Eu não tenho nada a perder, Bernardo. Tu não sabe do que eu sou capaz. Eu prefiro apodrecer na cadeia a viver nesta casa contigo incomodando. Tu não sabe do que eu sou capaz.
Bernardo: (inaudível) Queria que tu morresse
Graciele: Tu não sabe do que eu sou capaz. Vamos ver quem tem mais força. Aí nós vamos ver quem tem mais força.
Bernardo: Quando tu morrer
Graciele: É, vamos ver quem vai para baixo da terra primeiro
Bernardo: Tu. Tu vai
Graciele: Então tá, se tu tá dizendo.

O vídeo, gravado na véspera do Dia dos Pais de 2013, mostra um quarto, que parece ser do casal. O celular está posicionado em um canto. O menino Bernardo não aparece em um primeiro momento. É possível apenas escutar seus gritos, como se estivesse preso em outro espaço da casa. Ele pede socorro e diz que foi agredido.
Depois, o menino já está no mesmo quarto que Leandro e Graciele. No local é possível ouvir o diálogo onde Graciele diz que prefere ver o menino morto a conviver na mesma casa. Mais para frente, Bernardo dá a entender que está olhando para a rua. Ele diz ao pai e a madrasta que há pessoas na rua olhando para casa e, momentos depois, a polícia chega.

Leandro, então, vai conversar com a Brigada Militar, enquanto Graciele instiga o menino. Ela o chama de “cagão” e “froinha”, por não ter ido reclamar à polícia. Bernardo começa a gritar dentro de casa dizendo que o casal o agrediu. O vídeo tem em torno de 30 minutos. No final, Graciele dá um medicamento para dopar o menino e a voz da criança fica diferente, mais lenta e calma.
Segundo a delegada Caroline Bamberg, as imagens foram gravadas pela madrasta com a intenção de dizer que Bernardo era agressivo com a família. O arquivo havia sido apagado do celular de Leandro, mas foi recuperado por técnicos do Instituto-Geral de Perícias.

Bernardo / Foto: Reprodução/GloboNews.


LEMBRETE: Motivo para reabertura do inquérito de Odilaine Uglione. Bernardo foi assassinado. Odilaine cometeu suicídio. SERÁ?







Audíência do Caso Bernardo no Rio Grande do Sul

Manifestantes rezam antes de audiência do caso Bernardo no RS  

Juçara Petry lê oração acompanhada de outras manifestantes da 'Corrente do Bem' (Foto: Caetanno Freitas/G1)




Antes do início da audiência de instrução que investiga a morte do menino Bernardo Boldrini, marcada para as 9h15 desta terça-feira (26/08/2014), cerca de 30 pessoas da "Corrente do Bem" se reuniram em frente ao prédio do Fórum de Três Passos, na Região Noroeste do Rio Grande do Sul. Liderado pela depoente Juçara Petry, o grupo reza pouco antes do início da sessão. Pessoas de outras cidades, como Ijuí e Palmeira das Missões, devem chegar para reforçar a manifestação.
"Agora chega de chorar, agora é hora de lutar. A justiça está sendo feita", disse Juçara ao G1. "Vou continuar defendendo a culpa de todos na morte dele. Vão surgir novos elementos, novas provas, cada vez mais fortes, para incrimina-los. Vocês vão ver", acrescentou.

Juçara conheceu Bernardo, que costumava ir a casa dela. Em entrevista logo após o caso vir à tona, chamou o menino de 'filho do coração'. Ela acredita que deverão chegar à Justiça novas provas periciais que comprovam o envolvimento concreto dos quatro réus na morte de Bernardo. A manifestação havia sido proibida pelo juiz Marcos Luis Agostini, mas na noite desta segunda-feira o magistrado voltou atrás e liberou. Ele também restringiu o acesso à imprensa.
A audiência conta com reforço policial, bloqueio de vias no entorno e restrição à imprensa, com objetivo de proteger e minimizar efeitos externos às testemunhas de defesa e acusação. Ao todo, são 40 policiais militares são responsáveis pela segurança. As ruas do entorno foram bloqueadas em uma área de aproximadamente duas quadras.

Dos quatro réus, apenas a assistente social Edelvânia Wirganovicz e o irmão dela, Evandro Wirganovicz, optaram por comparecer. O pai, Leandro Boldrini, e a madrasta, Graciele Ugulini, pediram dispensa.
O corpo de Bernardo foi localizado no dia 14 de abril enterrado em um matagal na área rural de Frederico Westphalen, a cerca de 80 quilômetros de Três Passos, onde ele residia com a família. O menino estava desaparecido desde 4 de abril. Leandro, Graciele, Edelvania e Evandro estão presos e respondem por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

Ao todo, serão ouvidas 33 testemunhas, de defesa e acusação. São familiares, vizinhos, amigos e outras pessoas que possam colaborar com a Justiça. Entre os nomes considerados mais importantes estão: as delegadas que trabalharam no caso, Caroline Bamberg Machado e Cristiane de Moura Baucks, a ex-babá de Bernardo, Elaine Rader – que relatou uma tentativa de asfixamento da madrasta ao garoto – a professora dele, Simone Müller, e um casal que possuía forte vínculo afetivo com o garoto, Carlos e Juçara Petry. A ex-secretária de Leandro Boldrini, Andressa Wagner, e a avó de Bernardo, Jussara Uglione, também foram convocadas.



A audiência não tem horário para terminar. Se houver necessidade, uma nova data será marcada para prosseguir com os depoimentos das testemunhas do caso. Na semana passada, o juiz Marcos Luís Agostini negou um pedido do advogado Jader Marques, que defende Leandro, para adiar a audiência.
Depois de encerrada a primeira etapa, novas audiências serão realizadas. Foram 25 testemunhas arroladas pelo Ministério Público (MP) e 52 pelas respectivas defesas, totalizando 77 pessoas. Após o depoimento das 33 em Três Passos, o restante será ouvido por carta precatória, conforme o local onde residem. Haverá testemunhas em Frederico Westphalen, Campo Novo, Coronel Bicaco, Santo Augusto, Palmeira das Missões, Rodeio Bonito, Ijuí, Santo Angelo, Porto Alegre e Florianópolis (SC).


Cumpridas todas as precatórias, será designada uma nova audiência para ouvir alguma testemunha de defesa que possa ter ficado para trás por motivos como atestado médico, viagem, etc. Na sequência, haverá alegações pelas partes e a sentença do juiz para avaliar se é caso de pronúncia (se vai a júri ou não).

Fonte: Caetanno Freitas Do G1 RS, em Três Passos. Disponível em:g1.globo.com/.../manifestantes-rezam-antes-de-audiencia-do-caso-bernar...

Graciele Ugulini: vai para baixo da terra

"Vai para baixo da terra"


Ameaças da madrasta Graciele Ugulini feitas ao menino Bernardo Uglione Boldrini, com o aval do pai, Leandro Boldrini, dão conta de uma tragédia anunciada. Dinheiro é tudo igual, nota de dez é igual a outra nota de dez, uma nota de cem é igual a outra nota de cem. Você perde aqui, recupera acolá. Pessoas não, nós as perdemos para sempre.

26/08/2014 11h28 - Atualizado em 26/08/2014 14h44

'Vai para baixo da terra', diz Graciele a Bernardo em vídeo obtido por polícia

Graciele gravou imagens para mostrar atitudes do menino, diz delegada.Vídeo havia sido apagado do celular do pai, mas foi recuperado em perícia.

Caetanno FreitasDo G1 RS, em Três Passos
Manifestantes rezam antes da primeira audiência do Caso Bernardo (Foto: Caetanno Freitas/G1)Grupo reza antes da primeira audiência do Caso Bernardo (Foto: Caetanno Freitas/G1)

A delegada Caroline Bamberg, responsável pela investigação do Caso Bernardo, disse na manhã desta terça-feira (26) em Três Passos que a polícia obteve um vídeo com ameaças de Graciele Ugulini ao menino durante uma briga. No fim da manhã, o G1 teve acesso à transcrição deste arquivo, que foi recuperado pela perícia no telefone celular de Leandro Boldrini, pai do menino e preso por envolvimento na morte. De acordo com a gravação, a madrasta disse que Bernardo iria "para baixo da terra", enquanto o pai o mandava "calar a boca".
O material será usado como principal prova pela acusação no processo da morte do menino, que tem a primeira audiência realizada no Fórum de Três Passos, no Noroeste do Rio Grande do Sul, nesta terça.
"Vamos ver quem vai primeiro para baixo da terra", dizia Graciele nas imagens gravadas, segundo transcrição à qual o G1teve acesso.
Bernardo Boldrini Três Passos (Foto: Reprodução/RBSTV)Bernardo Boldrini morreu em abril
(Foto: Reprodução/RBS TV)


Bernardo gritava pedindo socorro, e o pai mandava o menino calar a boca, ficar quieto. "Cala a boca, guri de merda, cagão", dizia o médico, de acordo com a transcrição.
Também conforme a transcrição, a briga ocorreu em uma noite de sábado e chamou a atenção do vizinhos, que chamaram a polícia. A Brigada Militar esteve no local e acalmou os ânimos.
Segundo a delegada Caroline Bamberg,  as imagens foram gravadas pela madrasta com a intenção de dizer que Bernardo era agressivo com a família. O arquivo havia sido apagado do celular de Leandro, mas foi recuperado por técnicos do Instituto-Geral de Perícias.
"Tem um vídeo em que o Bernardo fala que é agredido, uma briga entre os três, Leandro e Graciele. Demonstra muito bem o comportamento deles com o menino. O Bernardo pede socorro, grita. Reforça bem a acusação contra o Leandro", declarou Caroline ao G1, antes de entrar na audiência. "Também mostra ameaças da Graciele ao Bernardo, inclusive de morte", acrescentou.
http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/