terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Contando a história de Bernardo Uglione Boldrini


MÃE DA MADRASTA DE BERNARDO SAIU ENCAPUZADA DA CASA DO MÉDICO LEANDRO BOLDRINI NO DIA DAS PRISÕES


Fundos da casa do menino Bernardo (à esquerda). Foto de eduardo Matos/Radio Gaúcha.

Em 19/04/2014, a Rádio Gaúcha veiculava a seguinte matéria: “Para evitar linchamento, após prisões do médico e da madrasta, a mãe de Graciele Ugulini foi obrigada a pular o muro e sair encapuzada da residência da família.

 “Na noite do dia 14 de abril, policiais civis, com apoio da Brigada Militar, cumpriram mandado de busca e apreensão na casa do médico Leandro Boldrini, em Três Passos. Ele e a esposa e madrasta do menino Bernardo, Graciele Ugulini, já estavam presos por suspeita de participação no crime.

Em frente à residência,  centenas de pessoas pediam justiça e ameaçavam depredar o local. Enquanto todos pensavam que estava lá dentro a babá cuidando da filha do casal, quem realmente estava era a mãe de Graciele.

Em momento algum essa informação foi divulgada pelos policiais, já que havia um temor de como os moradores reagiriam ao saber que a mãe da principal suspeita do crime estava saindo. Outra preocupação era com as provas que poderiam ser destruídas em caso de invasão da residência ou depredação.
Em razão disso, uma estratégia foi montada. Retirar a mulher pela casa do vizinho, o médico Lauro Silva, que inclusive é colega de Leandro Boldrini no Hospital de Caridade de Três Passos.
‘Eles me pediram para que pudessem usar os fundos da minha casa para retirar a senhora e a criança. Colocaram uma escada no meu muro e os dois saíram da casa do doutor Boldrini pulando o muro. Já na minha casa, a senhora colocou um capuz para não ser reconhecida, saiu por um dos meus portões, entrou numa viatura e foi embora com a criança e os policiais, sem que ninguém percebesse’ - Conta o vizinho do pai de Bernardo.
Semelhante a diversos relatos de moradores, o médico Lauro Silva conta que por muitas vezes via Bernardo, de noite, do lado de fora da casa sozinho.
'Quando eu saía de casa, seguidamente via ele (Bernardo) do lado de fora. Parecia que ficava olhando lá pra dentro, esperando algo', relata Silva.
O vizinho de Leandro Boldrini conta ainda que, durante as reuniões e festas familiares, que geralmente ocorriam na piscina que fica nos fundos da residência, Bernardo nunca participava.


OBSERVAÇÃO: longe de querer tumultuar as questões, afinal já são dois anos e oito meses do fato, a finalidade das matérias deste blog é apenas de tornar conhecida a história de Bernardo Uglione Boldrini, o menino gaúcho que só queria amor.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Mantido motivo torpe para acusados do Caso Bernardo


MANTIDA QUALIFICADORA DE MOTIVO TORPE PARA LEANDRO BOLDRINI E GRACIELE UGULINI, RÉUS PELA MORTE DO MENINO BERNARDO UGLIONE BOLDRINI




Mais uma vez a Justiça negou provimento ao recurso impetrado pela defesa de Leandro Boldrini e Graciele Ugulini, pai e madrasta de Bernardo Uglione Boldrini, ambos principais acusados da morte do menino, que na época (abril de 2014) contava com 11 anos de idade. O corpo de Bernardo foi encontrado enterrado em 14/04/2014, em uma cova vertical, na área rural da cidade de Frederico Westphalen, Noroeste do Rio Grande do Sul, próximo à localidade Três Passos, onde a família morava.

Após o julgamento de 7 de outubro de 2016, em que o Primeiro Tribunal Criminal de Justiça do Rio Grande do Sul manteve a sentença de pronúncia, condenando o casal e outros dois cúmplices (Edelvânia e Evandro Wirganovicz) ao Tribunal do Júri Popular, a defesa entrou com novo recurso, desta vez para tentar anular a qualificadora de motivo torpe para Leandro e Graciele, mas sem sucesso.

De acordo com informação dada pela acusação, os magistrados resolveram manter o motivo torpe em dupla incidência, ou seja, em primeiro lugar pelo fato de Leandro Boldrini e Graciele Ugulini não desejarem dividir seus bens patrimoniais com Bernardo, quando este atingisse a maioridade e em segundo lugar, porque a cúmplice Edelvânia Wirganovicz recebeu do casal, recompensa financeira para participar do crime.

Conforme a Desembargadora Maria Isabel de Azevedo Souza, vice-presidente do TJRS, a decisão de manter a referida qualificadora deve-se ao fato de haver provas que confirmam a existência dos motivos acima mencionados, justificando pelo descabimento e improcedência do requerimento, a negação por maioria dos votos, ao recurso da defesa.

A Desembargadora informou ainda que os fatos ocorridos deverão ser apreciados pelo Júri Popular, acrescentando que o processo não admite recurso especial ou recurso extraordinário e tampouco recurso em relação às outras questões levantadas pela defesa.


Contudo, no final da matéria, o G1 destaca: “Ainda cabem outros recursos”.

Disponível em:


OBSERVAÇÃO:  É preocupante saber que de 7 desembargadores, 3 deles foram a favor de livrar Leandro Boldrini e Graciele Ugulini da acusação de motivo torpe, apesar das provas contundentes e saindo da boca da própria acusada. Contudo, a Justiça prevaleceu e gradualmente está sendo feita...
Foi um crime bárbaro e totalmente desnecessário contra um ser humano totalmente vulnerável, cuja herança herdada da sua mãe, quiseram roubar.

Queremos a mesma Justiça para Odilaine Uglione Boldrini!





quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Urgência para o Caso Odilaine Uglione


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO GRANDE DO SUL DETERMINA URGÊNCIA NO CASO DE ODILAINE UGLIONE, MÃE DO MENINO BERNARDO


Foto: arquivo pessoal

De acordo com o Jornal Três Passos News, em notícia veiculada na data de 29/11/2016, foi requisitada pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul – TJ/RS, a  pronta remessa dos autos do processo sobre a morte de Odilaine Uglione, mãe do menino Bernardo Uglione Boldrini, também morto em 04/04/2014, fato em que os principais acusados são o pai biológico, o médico Leandro Boldrini e a madrasta do menino, a enfermeira Graciele Ugulini. O casal, que permanece preso desde 19/04/2014, aguarda julgamento pelo Tribunal do Júri Popular.
O referido processo foi arquivado em agosto de 2016, pela Juíza Vívian Feliciano, após ver frustrada a nova investigação reaberta em maio de 2015 e cuja apuração sobre as circunstâncias da morte de Odilaine não logrou sucesso no sentido de apresentar elementos novos que pudessem descartar, pela segunda vez, a hipótese de suicídio.
No mês seguinte ao arquivamento do processo, Jussara Uglione, mãe de Odilaine, por intermédio do Advogado Marlon Taborda recorreu da decisão judicial e agora o recurso que tramita junto ao TJ/RS, busca reverter essa situação.
No despacho do TJRS, o Supremo Tribunal Federal possui precedentes de admissibilidade no manejo de remédios jurídicos substitutivos, como por exemplo a correição parcial, que visa impedir danos irreparáveis à partes, originadas de controvérsias quanto ao processo regular, correção de ato judicial, etc. (grifo nosso), sendo por isso possível que a decisão judicial, alvo de censura, seja modificada.
Portanto, o Princípio da Indeclinabilidade ou Inafastabilidade da Prestação Jurisdicional, art. XXXV, da Constituição Federal, vincula tais precedentes, sendo possível a partir daí, prever o conhecimento do pedido e o julgamento da pretensão jurídica.
Para o Doutor Marlon Taborda, dessa decisão do TJ/RS, poderá resultar a continuidade das investigações e uma melhor averiguação de tudo o que foi suscitado no recurso, cujo deferimento de medida liminar foi a própria solicitação do processo pelo mencionado Órgão, em caráter de celeridade.
Doutor Marlon Taborda:
- “Expusemos muitas situações. E pelo teor da decisão, ainda há uma esperança de melhor averiguação com viés investigativo”.

Entenda o Caso Odilaine Uglione

Conforme a polícia, Odilaine teria cometido suicídio dentro do consultório do pai de Bernardo, Leandro Boldrini, no dia 10 de fevereiro de 2010. No inquérito policial, consta que ela comprou um revólver calibre 38 um pouco antes de ir à clínica. Além disso, também há o registro de um bilhete em que a secretária do médico, Andressa Wagner, entregaria ao patrão, alertando sobre a chegada de Odilaine. O processo conta com depoimentos de testemunhas que estavam na sala de espera no dia da morte e com documentos referentes a uma possível divisão da pensão a ser paga após o processo de separação do casal.
Já a defesa da família Uglione alegou que houve falhas na investigação da morte da mãe de Bernardo, entre as principais, estavam divergências quanto ao exato local da lesão no crânio de Odilaine; existência de lesões no antebraço direito e lábio inferior da vítima; lesões em Leandro Boldrini; vestígios de pólvora na mão esquerda da vítima, que era destra; ausência de exame pericial em Boldrini, uma carta fraudada supostamente deixada pela mãe de Bernardo e a própria morte do garoto, que configuraria um fato novo.

Disponível em:

JUSTIÇA PARA ODILAINE E BERNARDO UGLIONE BOLDRINI!

sábado, 19 de novembro de 2016

O motivo de se arquivar um processo inconclusivo


CASO ODILAINE UGLIONE: POR QUÊ ARQUIVAR UM INQUÉRITO CHEIO DE LAUDOS INCONCLUSIVOS, DIZ CARTAZ PRÓXIMO AO MINISTÉRIO PÚBLICO EM TRÊS PASSOS/RS


Foto: Três Passos News


Em 11 de agosto de 2016,  o Jornal Três Passos News veiculava a seguinte matéria: 

"Cartazes fixados por grupos que buscam Justiça para Odilaine e Bernardo, no final da tarde de terça-feira, 9, nas proximidades do Ministério Público e do Fórum, questionam o pedido de arquivamento do inquérito que reinvestigou no ano passado a morte de Odilaine Uglione, mãe do menino Bernardo, em Três Passos.
Um deles diz: “Por que arquivar um inquérito cheio de laudos inconclusivos! A quem interessa esse arquivamento?”
Já o outro diz: “Caso Odilaine – A sociedade brasileira exige a verdade “verdadeira”.
Até a quarta-feira, 10 de agosto, a Juíza Vivian Feliciano, da Comarca de Três Passos, ainda não havia decidido sobre o novo arquivamento do Caso Odilaine. Na última semana de julho, o Ministério Público voltou a pedir o arquivamento da investigação sobre a morte da mãe do menino Bernardo Boldrini, Odilaine Uglione.
O promotor Bruno Bonamente também pediu a rejeição dos pedidos feitos pela mãe de Odilaine, como novas diligências e oitivas de testemunhas.Em março deste ano, a Polícia Civil concluiu que a mãe do menino cometeu suicídio. O caso havia sido reaberto em maio do ano passado após uma investigação particular.
Odilaine Uglione foi encontrada morta em 2010, dentro do consultório do então marido Leandro Boldrini, com um tiro na cabeça. A primeira investigação também havia sido concluída como suicídio."

Entenda o Caso Odilaine

Conforme a polícia, Odilaine teria cometido suicídio dentro do consultório do pai de Bernardo, Leandro Boldrini, no dia 10 de fevereiro de 2010. No inquérito policial, consta que ela comprou um revólver calibre 38 um pouco antes de ir à clínica. Além disso, também há o registro de um bilhete em que a secretária do médico, Andressa Wagner, entregaria ao patrão, alertando sobre a chegada de Odilaine. O processo conta com depoimentos de testemunhas que estavam na sala de espera no dia da morte e com documentos referentes a uma possível divisão da pensão a ser paga após o processo de separação do casal.
Já a defesa da família Uglione alegou que houve falhas na investigação da morte da mãe de Bernardo, entre as principais, estavam divergências quanto ao exato local da lesão no crânio de Odilaine; existência de lesões no antebraço direito e lábio inferior da vítima; lesões em Leandro Boldrini; vestígios de pólvora na mão esquerda da vítima, que era destra; ausência de exame pericial em Boldrini, uma carta fraudada supostamente deixada pela mãe de Bernardo e a própria morte do garoto, que configuraria fato novo.

Em 23/ de agosto de 2016, o G1 veiculava a seguinte matéria:

"A Justiça arquivou o inquérito policial que apurou as circunstâncias da morte de Odilaine Uglione, mãe do menino Bernardo Boldrini, morta em 2010. O arquivamento se deu após a nova investigação não apresentar elementos novos ou suficientes para afastar as provas que apontam para o suicídio da vítima."

A família Uglione recorreu da decisão judicial (grifo nosso).


Em 05/09/16, o G1 veiculava a seguinte notícia:


"Ele (Doutor Marlon Taborda) observou ainda que não foram feitas acareações importantes para esclarecer o caso, como por exemplo, entre Leandro Boldrini, ex-marido de Odilaine, e uma secretária que estava no consultório onde a mãe de Bernardo morreu. Taborda afirmou ainda que os laudos da perícia foram inconclusivos e não ajudaram a esclarecer o que aconteceu."

 Disponível em:




OBSERVAÇÃO: o Doutor Marlon Taborda tem razão quando reporta sobre a acareação que deveria ter sido feita entre Leandro Boldrini e Andressa Wagner. Sim, porque enquanto Leandro disse que o tiro atribuído à Odilaine foi dado ainda quando ele se encontrava dentro do consultório, Andressa Wagner disse em rede nacional que o tiro aconteceu quando ele já havia saído. Ou será que para a Polícia Civil, esse fato foi irrelevante? 
Estamos aguardando a posição do TJRS sobre o recurso do Doutor Marlon Taborda.


JUSTIÇA PARA ODILAINE E BERNARDO UGLIONE BOLDRINI!



Vídeo incorporado do YouTube - Notícias TJRS Justiça Gaúcha


Homenagem a Bernardo Uglione Boldrini no dia de Finados


EM TRÊS PASSOS/RS, NO DIA DE FINADOS, UM GRUPO DE PESSOAS PRESTOU HOMENAGEM AO MENINO BERNARDO UGLIONE BOLDRINI



O menino Bernardo Boldrini foi lembrado por moradores neste Dia dos Finados, 2 de novembro de 2016, em Três Passos/RS, onde ele morava. A homenagem singela se traduziu com flores e a imagem da criança, colocadas na cruz mestre, no centro do Cemitério Municipal.


Entenda o Caso Bernardo

Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos, desapareceu no dia 4 de abril, em Três Passos. Dez dias depois, o corpo do menino foi encontrado no interior de Frederico Westphalen, dentro de um saco plástico, enterrado às margens de um rio.
Foram presos o médico Leandro Boldrini, a madrasta Graciele Ugulini e uma terceira pessoa, identificada como Edelvânia Wirganovicz. Evandro Wirganovicz, irmão de Edilvânia, também foi preso acusado de participar da ocultação do cadáver. Os quatro foram indiciados e irão a julgamento.


Disponível em:




JUSTIÇA PARA ODILAINE E BERNARDO UGLIONE BOLDRINI!

Justiça para crimes violentos a exemplo de Bernardo Uglione Boldrini


GRUPO PROTESTA EM FRENTE AO STF E PEDE JUSTIÇA PARA CRIMES VIOLENTOS COMO O DO CASO DO MENINO BERNARDO UGLIONE BOLDRINI NO RIO GRANDE DO SUL





Uma caravana de cerca de 20 pessoas se reuniu para pedir justiça para os casos não solucionados na manhã desta quarta-feira, 16/11/2016, em frente ao Supremo Tribunal Federal – STF, em Brasília.


Os integrantes do grupo “Somos Todas Vítimas Unidas”, representantes de diversos estados brasileiros, portando faixas, prometeram cercar o órgão em uma tentativa de sensibilizar o governo em relação aos casos de violência que não foram solucionados.



O grupo faz parte de um movimento nacional que reúne pessoas que já sofreram algum tipo de violência. Os casos não solucionados preocupam os que estão participando do movimento. Muitos contam que, na maioria dos crimes, o agressor continua solto. A promessa é que a manifestação siga para outros estados brasileiros.


O grupo será recebido às 14 horas para uma audiência. Representando o caso menino Bernardo Boldrini, de Três Passos, está a mineira Alessandra Almeida. A morte da criança aconteceu em abril de 2014, os acusados seguem presos, mas o julgamento ainda não foi marcado pela Justiça.

A representante do grupo, Vana Lopes, 56 anos, afirma que o movimento não vai parar enquanto as coisas não mudarem.

Vana Lopes:

- "Não podemos continuar com a justiça desta forma. Cansamos desta impunidade no país. As pessoas precisam saber o que está acontecendo", 

Após o movimento no STF, o grupo seguirá para o Rio de Janeiro.



Entenda o Caso Bernardo



Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos, desapareceu no dia 4 de abril de 2014, em Três Passos. Dez dias depois, o corpo do menino foi encontrado no interior de Frederico Westphalen, dentro de um saco plástico, enterrado às margens de um rio. Foram presos o médico Leandro Boldrini, a madrasta Graciele Ugulini e uma terceira pessoa, identificada como Edelvânia Wirganovicz. Evandro Wirganovicz, irmão de Edilvânia, também foi preso acusado de participar da ocultação do cadáver. Os quatro foram indiciados e irão a julgamento.

Disponível em:




Avó materna de Bernardo Uglione Boldrini recorre de novo Arquivamento


EM VÉSPERA DE HOMENAGEM A BERNARDO, AVÓ MATERNA RECORRE DE NOVO ARQUIVAMENTO SOBRE A MORTE DE ODILAINE UGLIONE, MÃE DE BERNARDO.


Foto de Rosane Vaz

Investigação foi reaberta, mas não teriam sido encontrados novos elementos para mudar a conclusão de suicídio para homicídio.

Matéria de Naiôn Curcino em 05/09/2016/ Diário Santa Maria.

Na véspera do dia de aniversário de Bernardo Uglione Boldrini (em que ele completaria 14 anos), os advogados de Jussara Uglione, avó dele, ingressaram nesta segunda-feira com um recurso no Tribunal de Justiça do Estado. A ação é contra o novo arquivamento do inquérito que apurou a causa da morte da mãe do menino, Odilaine Uglione, em 2010. A mulher foi encontrada morta no consultório do então marido, Leandro Boldrini, depois de supostamente ter cometido suicídio. Após perícias particulares encomendadas por Jussara, em que se atestava que a carta encontrada junto ao corpo de Odilaine não teria sido escrita por ela, foi determinada uma nova investigação do caso.
O recurso pede que mais pessoas sejam ouvidas e que novas perícias sejam realizadas. Conforme um dos advogados, Marlon Adriano Balbon Taborda, há diversos indícios na nova investigação de que várias diligências deixaram de serem feitas ou foram inconclusivas.
Doutor Marlon Taborda:
- “Fizemos uma análise bem criteriosa e apresentamos algumas situações como perícias inconclusivas, inclusive sem assinatura ou certificação digital. Alguns atos determinados pelo Judiciário, como acareações, também não foram feitas. Nem sequer o trajeto da arma, quem comprou, quem vendeu, quem registrou, nem isso foi feito. Mas estamos esperançosos que os desembargadores analisem com mais acuidade esse processo que clama por justiça.”

Homenagem pelo aniversário


Neste dia 6 de setembro de 2016, o menino Bernardo completaria 14 anos, se estivesse vivo. Por isso, a partir das 9hs., amigos, familiares e grupos de oração do Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rondônia, Rio Grande do Norte, além de diversas cidades do Rio Grande do Sul, vão se reunir junto ao jazigo da família para prestar homenagens. Mais tarde, às 9hs30min., será celebrada uma missa no local. Nesta segunda, havia no túmulo um aquário (presente desejado por Bernardo), flores, faixas, fotografias, gravuras de anjos e brinquedos.
Bernardo foi morto pela madrasta, Graciele Ugulini, com a ajuda dos irmãos Evandro e Edelvânia Wirganovicz, em maio de 2014. O pai do menino, Leandro Boldrini, também é acusado do crime. Todos estão presos.
Disponível em:


 

Foto de arquivo pessoal/Pinterest


JUSTIÇA PARA ODILAINE E  BERNARDO UGLIONE BOLDRINI!

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Bernardo Uglione Boldrini Eterno Anjo


BÊ, NOSSO ETERNO GAÚCHINHO TCHÊ!
SAUDADES!


Vídeo incorporado do YouTube em 26/10/2016


JUSTIÇA PARA ODILAINE E BERNARDO UGLIONE BOLDRINI!

sábado, 22 de outubro de 2016

3ª cavalgada em homenagem ao menino Bernardo Uglione Boldrini


ACONTECEU EM FREDERICO WESTPHALEN, 08/10/2016, A TERCEIRA CAVALGADA EM HOMENAGEM AO MENINO BERNARDO



Foto WattsApp/Reprodução


Em 08/10/2016, foi realizada a terceira edição da Cavalgada da Divina Proteção às Crianças, que homenageia o menino Bernardo Uglione Boldrini, neste fim de semana, em Frederico Westphalen. O evento foi organizado pela 28ª Região Tradicionalista e por um grupo de cavalarianos de Frederico Westphalen.

No início da tarde de sábado, 08/10/2016, os participantes saíram da sede do CTG Rodeio da Querência, passaram pelo centro de Frederico Westphalen, e seguiram até a linha São Francisco, onde pernoitaram. Na manhã deste domingo, 09/10/2016, os cavalarianos partiram até o local onde Bernardo foi encontrado. No local, foi realizada missa.

Disponível em:

terça-feira, 18 de outubro de 2016

O que temos a aprender com a história de Bernardo Uglione Boldrini


O QUE NÃO PODE DEIXAR DE SER FEITO, APÓS A MORTE VIOLENTA DE UMA CRIANÇA


Arquivo: foto divulgação


           “A morte de uma criança dá vontade de devolver ao universo o meu bilhete de entrada”.
F. Dostoiévski (1879). Os irmãos Karamazov.

 Texto da Dra. Lúcia Cavalcanti de Albuquerque Williams.
Acompanhamos chocados, o noticiário sobre a morte do menino Bernardo Boldrini, de 11 anos, que morava em Três Passos (RS). Bernardo foi cruelmente assassinado no dia 4 de abril de 2014, sendo os principais suspeitos: o pai do menino que é médico, a madrasta enfermeira e uma amiga do casal, assistente social.
Além do luto pela perda da vida de um menino com a vida inteira pela frente, nossa sensação de frustração é maximizada pelas informações de que a Rede de Proteção foi acionada e falhou em proteger Bernardo de uma violência que era praticada cotidianamente, culminando com a sua morte. O Conselho Tutelar havia sido acionado, assim como a Promotoria da Infância e da Juventude, operadores de direito entraram em ação, uma assistente social da Prefeitura emitiu um relatório e um juiz da Infância e da Juventude tomou uma decisão sobre a guarda da criança.
O caso segue na Justiça que irá analisar a situação e julgar os responsáveis. Algo precisaria, no entanto, ser feito com urgência – auxiliar para que o Brasil não tenha outro caso parecido com o do Bernardo, resultando em morte.
Como fazer isso?
Em alguns países, como os Estados Unidos que se preocupam há mais tempo com os maus-tratos praticados contra crianças e adolescentes, quando uma criança ou adolescente morre de maneira violenta, traumática, obscura ou suspeita, entra em ação uma Comissão multidisciplinar denominada “Child Fatality Review” (Comissão sobre Fatalidade Infantil).
Tal Comissão é composta por especialistas que se reúnem após a morte inesperada da criança/adolescente, não para apontar culpados (a isso compete o trabalho da polícia e do Judiciário), e sim para aprender com os tristes fatos e propor formas de preveni-los no futuro, revisando a história e os dados obtidos em prontuários, relatórios, depoimentos ou esclarecimentos (na escola, no hospital, no instituto médico-legal, no Conselho Tutelar, no Judiciário ou mesmo na mídia).
Avalia-se, assim, onde ocorreu e se ocorreu falhas de atendimento/omissão de socorro ou de cuidados de proteção/abandono/negligência profissional ou familiar/falta de notificação ou denúncia e assim por diante. Ou seja, a função básica de tal Comissão consiste num esforço pouco praticado no Brasil – a prevenção. Recomendações são feitas em decorrência do trabalho de tal Comissão, havendo inclusive propostas de políticas públicas como, por exemplo, angariar recursos públicos para a capacitação de profissionais da Rede de Proteção para, por exemplo, compreender melhor os efeitos da negligência para o desenvolvimento da criança; o quão grave é a violência psicológica, modalidade que geralmente precede atos de violência física; que sem intervenções apropriadas baseadas em evidência, os atos familiares de violência escalonam para uma intensidade ou frequência mais grave e que uma criança tem o Direito de ser ouvida com propriedade pelo nosso Judiciário.
Há algo que também merece ser revisto com urgência no Brasil: a crença cega no princípio da “preservação dos laços familiares” adotando de modo rígido, a regra geral de que a melhor opção para o desenvolvimento saudável de uma criança é a convivência com um pai, mesmo quando esse pai é negligente e abusivo.
No 1º. Congresso Ibero-Americano de Psicologia Forense, realizado nesse mês de abril em Curitiba, tive o privilégio de ouvir a palestra do Desembargador José Antônio Daltoé Cezar sobre “Destituição do poder familiar e medida protetiva de acolhimento institucional”, na qual o Dr. Daltoé explicou os erros históricos de nossa sociedade que levaram à doutrina de priorizar laços familiares biológicos, nos dando exemplos de como o Judiciário deixa atualmente a criança anos a fio em uma situação de abrigamento por adotar como regra a decisão baseada no princípio de que a família biológica é sempre a melhor opção para a criança.
Preocupada com o fato de não termos Comissões que analisem mortes violentas de crianças, postei em 2011 uma pergunta sobre o funcionamento desse tipo de Comissão no endereço eletrônico da ISPCAN (International Society for the Prevention of Child Abuse & Neglect – Sociedade Internacional para a Prevenção do Abuso e Negligência da Criança e do Adolescente) e surgiram respostas (e muito material) de pesquisadores e ativistas envolvidos com o tema em diversos países. Houve muito receptividade a uma iniciativa do Brasil em tal direção e oferta de consultoria de vários membros. Um deles, o Dr. Michael Durfee, psiquiatra infantil de Los Angeles e pioneiro na implantação de tais Comissões, disse que o resultado desse trabalho é tão importante a ponto de ter mudado a forma como os médicos legistas atuam nos EUA.
Desde então, o Dr. Durfee me pergunta se surgiram iniciativas nesse sentido no Brasil, mas infelizmente minha resposta tem sido negativa. Ele disse que basta começarmos em nível local – ou seja, que um município tome essa iniciativa para depois mostrar ao país os benefícios de tal atuação.
Nas Secretarias Estaduais de Saúde geralmente existe um serviço ou departamento de investigação e classificação dos dados da certidão de óbito para fins estatísticos do Estado e, para fazer parte de um trabalho de cooperação nacional, seria importante a construção de um banco de dados nacionais. Para isso seria fundamental o apoio e os recursos da SEDH e/ou Ministério da Saúde e/ou Ministério da Justiça e/ou CONANDA de modo a desenvolver o trabalho com seriedade.
Fico pensando, por exemplo, no caso da menina Joana que morreu de forma suspeita em 2010 quando estava aos cuidados do pai biológico depois que uma Juíza acusou a mãe (médica) de alienação parental. A mãe de Joana afirma que sua filha foi vítima do poder judiciário. Ela parece ter razão, mas o erro parece também ter sido de médicos e demais membros da rede de proteção. Por que não aprender com as histórias trágicas de Joana, Bernardo, Isabela e tantas outras de forma a evitarmos mortes futuras de outras crianças brasileiras?
Lúcia Cavalcanti de Albuquerque Williams é Professora Titular do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e Coordenadora do Laprev (Laboratório de Análise e Prevenção da Violência)
Disponível em:

domingo, 16 de outubro de 2016

A última ligação de Bernardo Uglione Boldrini


BERNARDO UGLIONE BOLDRINI TENTOU LIGAR PARA UMA AMIGA ANTES DE SER MORTO


Foto: arquivo pessoal


Transcrição de de 30/05/2014.

Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, tentou ligar a cobrar para uma amiga da família antes de ser morto, segundo o inquérito policial. A quebra do sigilo telefônico do celular do menino mostra que foi a caminho de Frederico Westphalen (RS), onde seria morto e enterrado, que o menino fez o último pedido de socorro, provavelmente já sob efeito de sedativos. Bernardo tentou falar com Juçara Petry, a tia Ju,  a amiga que cuidava dele como se fosse um filho. As informações são do Jornal da Band.

De acordo com a investigação, antes de voltar a Três Passos, cidade onde morava, a madrasta Graciele Ugulini, presa por suspeita pela morte de Bernardo, dispensou a babá mais cedo por telefone, para evitar ser vista chegando em casa sem o menino. Em 4 de abril de 2014, quando ocorreu o assassinato, ela inventou que o garoto tinha ido dormir na casa de um colega.

Na mesma noite do crime, o pai começou a ter atitudes suspeitas. O médico Leandro Boldrini, também preso pela morte e acusado de ser negligente com o filho, ligou quatro vezes para Bernardo naquele final de semana: na sexta, às 21h25; no sábado, às 18h30; e, no domingo, mais duas tentativas. Conforme o pai, o celular estava fora de área. No entanto, Leandro não telefonou para a casa do amigo onde o filho estaria.

Para os delegados responsáveis pelo inquérito,está provado que Leandro era um pai omisso, que nunca ligava ou averiguava onde estava o menino. Eles afirmam que o médico falou para uma ex-empregada, e a mãe do amigo na casa onde o menino deveria estar, que Bernardo tinha deixado o celular em casa. "Por que então o pai passou o final de semana ligando para o menino?", questionam os investigadores. O aparelho do garoto ainda não foi localizado.

Disponível em:
https://noticias.terra.com.br/brasil/policia/bernardo-tentou-ligar-para-amiga-antes-de-ser-assassinado,ef31774a34cd5410VgnVCM5000009ccceb0aRCRD.html . Acesso em16/10/2016.

OBSERVAÇÃO: na hora da maior dificuldade, a tendência natural é pensar naquela pessoa que mais nos apoiaria. Bernardo não tentou ligar para o pai, mas para a Tia Ju.


JUSTIÇA PARA ODILAINE E BERNARDO UGLIONE BOLDRINI!


segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Júri Popular confirmado para os quatro acusados da morte do menino Bernardo


CONFIRMADO JÚRI POPULAR PARA OS QUATRO ACUSADOS DO ASSASSINATO DO MENINO BERNARDO UGLIONE BOLDRINI


Leandro Boldrini, Graciele Ugulini, Edelvânia e Evandro Wirganovicz 


Do R7, com Rede Record

Foi confirmado o júri popular dos quatro acusados da morte do menino Bernardo Boldrini. Uma decisão da Justiça manteve a alegação de motivo torpe na acusação contra o pai da criança, Leandro Boldrini, e a madrasta, Graciele Ugulini.
Também respondem pelo crime os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz. De acordo com a acusação, o casal Leandro e Graciele desejava impedir a partilha de bens com a família quando Bernardo se tornasse maior de idade.
Ainda de acordo com o Ministério Público, o motivo torpe estaria caracterizado mediante a promessa de recompensa à Edelvânia, que teria recebido uma quantia em dinheiro para participar do crime.
Bernardo Boldrini, de 11 anos, desapareceu dia 4 de abril de 2014 em Três Passos, onde morava com o pai e a madrastaO corpo de Bernardo foi achado 10 dias depois, dentro de um saco plástico, enterrado às margens de um rio em Frederico Westphalen.
 O pai participou das buscas ao menino e, fingindo desespero, comoveu a cidade inteira.

Disponível em:

OBSERVAÇÃO:  O pai, fingindo desespero, participou das buscas a Bernardo, comovendo toda a cidade. Se a motivação para matar uma criança foi patrimonial, o que os impediria de atentar contra a vida de um adulto, por esse mesmo motivo?

JUSTIÇA PARA ODILAINE E BERNARDO UGLIONE BOLDRINI!

sábado, 8 de outubro de 2016

O menino Bernardo Uglione Boldrini


O MENINO BERNARDO BOLDRINI


Foto: reprodução

Transcrição: 30 Abril 2014

 "A tragédia urbana que envolveu o menino Bernardo, é réplica da tragédia rural que envolveu este outro menino que passou para a história e a literatura, com o apelido de Negrinho do Pastoreio, tal como o descreveu o cientista Saint-Hilaire que passou por aqui, por várias cidades do nosso Rio Grande e que nos deixou a descrição, em legítimo francês e depois de maneira erudita e literária pelo escritor Simões Lopes Neto", escreve Antonio Cechin, irmão marista e militante dos movimentos sociais e ambientais.

Segundo ele, "a catequista que preparou Bernardo para a primeira comunhão cumpriu muito bem seu dever de ajudar a criança, mas bem que teria podido fazer muitas coisas mais, como, por exemplo visitar mais vezes a família e melhor se inteirar dos sofrimentos de Bernardo, ainda mais que ele era também coroinha da paróquia".

Eis o artigo.

“Quando tomamos conhecimento da tragédia que envolveu esse menino de 11 anos de idade, da cidade de Três Passos, RS, nos pareceu notícia tão inverossímil que a tomamos como uma daquelas que caracterizam a imprensa marron. Revestem tudo de sensacionalismo a fim de melhor venda de seus pasquins.

O fato é que a notícia, de começo, impossível de ter acontecido, foi tomando jeito, dia após dia, de um verdadeiro terremoto. Em ondas concêntricas foi atingindo mentes e consciências, desde o seu epicentro, que foi a modesta cidade interiorana de Três Passos. Alcançou hoje, a magnitude de um tsunami no Rio Grande do Sul, se espraiando por todo o Brasil e pelo mundo inteiro devido a seu ineditismo macabro.    

A tragédia está dando de bandeja, sobrando para todo o mundo: para a família em que nasceu, para os parentes, para os vizinhos, para a escola em que estudava a criança, para a paróquia da qual era coroinha e em que fez sua primeira comunhão e em que se preparava para ser crismado, para a polícia e principalmente para a delegada que detalha o caso, para os cientistas sociais – sociólogos, psicólogos, psiquiatras, pedagogos, antropólogos, etc. – para o Ministério Público, para os cidadãos todos de Três Passos, de Frederico Westphalen e de Santa Maria, respingando em ondas concêntricas, desde o microprocesso conjuntural para o macro, para todo tipo de responsáveis sociais.

A cada dia surgem detalhes novos, que vão se somando e fazendo com que tenhamos a impressão de que Bernardo, aos 11 anos, tenha sido assassinado não por pessoas humanas, mas por verdadeiros monstros. As descrições que nos traz a mídia  são horríveis e asquerosas ao máximo. A todo instante, todos temos que nos reposicionar, desde o lugar social em que nos encontramos, para um sempre novo questionamento, a partir de nossa própria realidade em que trabalhamos e do chão em que pisamos. Chegamos ao fundo do poço quando nos obrigamos a questionar a própria espécie humana.

Retomando o início deste artigo, afirmamos que a tragédia acontecida deu de sobejo, sobrando para todo o mundo, lemos no jornal Zero Hora do dia 27 de abril, à página 34:
“Ofício nº 0177/2013, do Centro de Referência Especializada da Assistência Social para o Ministério Público, em 3 de dezembro de 2013: O senhor Leandro (pai do menino) nos recebeu prontamente e em sua fala negou todos os fatos”.

 “Outro fato que nos relataram, nos chamou a atenção e que vale aqui ressaltar é que com apenas 09 anos (idade anotada errado, pois tinha 11 anos) foi ele que providenciou, juntamente com sua catequista, toda sua documentação para poder cumprir o sacramento da comunhão. Nem seu pai, nem sua madrasta acompanharam o ano catequético de Bernardo, sendo que não foram em nenhuma reunião, nem mesmo na primeira comunhão do filho.

 “A comunidade de Três Passos, em geral, sabe que Bernardo é negligenciado por seu pai e sua madrasta. O fato que ela nos apresenta é apenas um menino de 09 anos e que não está recebendo os devidos cuidados que a idade lhe exige.”

Do episódio, sobrou e muito, para nós todos que somos Catequistas e Evangelizadores e que fazemos parte de uma Comunidade de Fé. A tragédia Bernardo Boldrini tem tudo a ver com a verdade evangélica que Deus é Amor. Nos personagens todos que se envolveram no fatídico acontecimento, é vivido um duelo entre amigos da Vida (biófilos) e amigos da morte (necrófilos). Duelam também entre si, a ternura e a maldade, o amor e o ódio.

Deus como Fonte de todo o Amor “nos amou primeiro” como diz a Bíblia. No episódio inicial do livro do Gênesis, Deus Pai Criador começou construindo a casa em que seus filhos queridíssimos deveriam morar. Fez surgir do nada, uma esplêndida mansão: a natureza e todo o universo. Só depois disso, reunidos em Comunidade de três pessoas, o Pai, o Filho e Espírito Santo proclamam: “façamos o Homem à nossa imagem e semelhança!,” e fazem saltar para dentro da vida, o ser humano. 

Se Deus não nos tivesse amado primeiro, a criatura humana, não teria tido possibilidade de amar. A beleza da Casa Humana, assim como a pintura de um artista, é o retrato de Deus, seu autor. É São Paulodizendo em sua pregação em Atenas, capital da Grécia, em plena praça pública: “Deus nos falou primeiro através da criação: a natureza e todo o universo, falou depois pela boca dos patriarcas e dos profetas e por último pelo seu próprio Filho, o Homem Jesus de Nazaré”.

Numa família, o amor precede e procede ao nascimento dos filhos. Por isso o pai e a mãe tem que se amar mutuamente para poderem, em seguida, dar amor aos filhos, simplesmente porque o filho tem que aprender do amor dos pais e por extensão da Comunidade, pelo tempo inteiro em que for criança, adolescente, jovem. Sem esses diferente graus de aprendizado do Amor humano completo, serão criaturas truncadas, incompletas. Existe até uma expressão popular que exprime o amor em criança: amor de menino, água em  cestinho.

Na sequência do que dissemos no começo do artigo, diz o Centro de Referência especializado de Assistência Social do município de Três Passos, “foi o menino Bernardo que providenciou, juntamente com sua catequista, toda sua documentação para poder cumprir o sacramento da comunhão.”

Transparecem do evento tenebroso, para os evangelizadores tanto das Comunidades Eclesiais de Base, quanto das paróquias, as palavras referenciais do Homem Jesus de Nazaré: “deixem vir a Mim as crianças!”; “quem não for como uma criança, não entrará no Reino dos Céus!” “Ai de quem escandalizar a um desses pequeninos! Melhor houvera sido que ao escandalizador lhe tivessem amarrado ao pescoço, uma mó de moinho e o tivessem lançado no fundo do mar!”

A catequista que preparou Bernardo para a primeira comunhão cumpriu muito bem seu dever de ajudar a criança, mas bem que teria podido fazer muitas coisas mais, como, por exemplo visitar mais vezes a família e melhor se inteirar dos sofrimentos de Bernardo, ainda mais que ele era também coroinha da paróquia.

Acho que há uma grande lacuna na catequese das crianças em nossas paróquias. Na arquidiocese de Paris, onde frequentei o Instituto Superior de Catequese, em cada paróquia há dois tipos de catequistas: os paroquiais e as mães catequistas que reúnem uma vez por semana as crianças para uma catequese familiar. O conhecimento das famílias dos catequizando é total e absoluto no sentido de, através dos filhos, atingir os pais.

Como evangelizadores que somos, no arrastão das Assembleias episcopais de Medellin e Puebla, marcos que foram da Catequese Libertadora do modelo novo de Igreja Ameríndia, também chamada Igreja da Teologia da Libertação, nos encontramos frente ao menino Bernardo, diante de um Sinal dos Tempos, tal como foi definida a Catequese dos sinais dos tempos, especial para nosso continente. Sinal que nos questiona em termos de fé e de militância social e política.

A tragédia urbana que envolveu o menino Bernardo, é réplica da tragédia rural que envolveu este outro menino que passou para a história e a literatura, com o apelido de Negrinho do Pastoreio, tal como o descreveu o cientista Saint-Hilaire que passou por aqui por várias cidades do nosso Rio Grande e que nos deixou a descrição, em legítimo francês e depois de maneira erudita e literária pelo escritor Simões Lopes Neto:

"Há sempre na sala um negrinho de dez a doze anos, que permanece de pé, pronto a ir chamar os outros escravos, a oferecer um copo de água e a prestar pequenos serviços caseiros. Não conheço criatura mais infeliz do que esta criança. Não se assenta, nunca sorri, jamais se diverte, passa a vida tristemente apoiado à parede e é, frequentemente, martirizado pelos filhos do patrão.

Quando anoitece, o sono o domina, e quando não há ninguém na sala, põe-se de joelhos para poder dormir; não é esta casa a única onde há este desumano hábito de se ter sempre um negrinho perto de si para dele utilizar-se, quando necessário". (Adroaldo Mesquita da Costa. Viagem ao Rio Grande do Sul. Porto Alegre: ERUS/Martins Livreiro, 1987, p. 86-87).

Ontem, como epicentro da maldade, um patrão de estância e hoje, na cidade de Três Passos, um pai-patrão e uma madrasta. Ontem um Negrinho Santo que sequer nome tinha, um símbolo para todos os meninos abandonados do meio rural. Hoje, um Menino santo, de nome Bernardo, segundo a certidão de nascimento e a certidão de batismo.

O antigo, menino de fé e devoto de Maria que invocava como “a Madrinha do que não tem madrinha”. Hoje, outro menino de nome Bernardo, com sede de amor, nunca se cansando de pessoas e famílias que lhe matassem a sede de amar e ser amado.

Em tempos de papa Francisco, depois de um rigoroso inverno retorna a primavera na Igreja. É chegada a hora e a vez da retomada do Concílio Vaticano II, e do modelo Ameríndio de Igreja da Libertação.

Disponível em:


JUSTIÇA PARA ODILAINE E BERNARDO UGLIONE BOLDRINI!