sábado, 29 de agosto de 2015

Bernardo era criado na ponta do facão


A PSICOLOGIA APRENDIDA NA FACULDADE DE LEANDRO BOLDRINI

Foto de vídeo RBS

O menino Bernardo Uglione Boldrini era criado na ponta do facão: essa frase não é pejorativa, é literalmente o que acontecia e o que também explica a existência de um facão dentro da casa dos Boldrini. O facão exibido em vídeo recuperado pela Polícia, ajudou a montar o cenário de horror em que vivia o garoto e  que agora faz parte do processo do Caso Bernardo.

Em 08/09/2014, em depoimento prestado ao Ministério Público de Três Passos, a Coordenadora do Colégio Ipiranga, ex-professora de Bernardo Uglione Boldrini e mãe do seu melhor amigo, expôs a dramaticidade da vida do menino Bernardo. Simone Mïller falou que Bernardo apresentava problemas emocionais e dentro da escola, se exaltava, se irritava e não conseguia fixar atenção às aulas. Contudo, fora do ambiente escolar, seu comportamento era amável e educado.

Essas atitudes desconcertantes de Bernardo motivou a intervenção da coordenação do Colégio Ipiranga que procurou Leandro Boldrini, sugerindo acompanhamento psicológico para o menino, opção que foi prontamente rebatida pelo médico.

Coordenadora Simone Mïller:
- "Ele (Leandro Boldrini disse que tinha feito cadeiras de Psicologia na faculdade e que o filho dele não precisava disso, que ele (Boldrini) tinha sido criado na ponta do facão e assim seria com Bernardo."

De acordo com as declarações da Coordenadora Simone Mïller, Bernardo era proibido pelo pai e pela madrasta de falar da mãe Odilaine Uglione, vítima de um suposto suicídio em 2010 ( e agora sob investigação policial), frequentemente se ocupava das próprias refeições e nos finais de semana era expulso de casa, tendo que se abrigar em casa de amigos. 

Coordenadora Simone Mïller:
- "Existia um código de convivência e ele (Bernardo) não podia falar da vida familiar na escola."

Um fato que causou estranheza à Coordenadora quando do desaparecimento de Bernardo  na sexta-feira, 04/04/2014 é que na segunda-feira, pai e madrasta não procuraram pelo menino na escola e nem telefonaram para comunicar o ocorrido.

Simone Mïller é uma das 77 testemunhas arroladas, entre defesa e acusação no caso do assassinato do menino Bernardo, onde os principais acusados, pai e madrasta muito em breve deverão ser submetidos ao Tribunal do Júri Popular na cidade de Três Passos/RS.

Disponível em:
http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2014/09/professora-diz-que-bernardo-era-criado-pelo-pai-na-ponta-do-facao-4593413.html . Acesso em 29/08/2015.

Depoimento de Leandro Boldrini à Justiça em 21/05/2015.

Juiz:
- "Está nos autos isso, a pergunta não foi nesse sentido, a pergunta foi se ele cessou o acompanhamento psiquiátrico? Que ele começou nesses meses e cessou, mas ele continuou tomando a Ritalina. O senhor ministrava, o senhor receitava, ou o doutor Bellinaso continuou fornecendo receitas?"

Interrogando:
- "Veja bem, vamos esclarecer isso aí. A Ritalina era basicamente usada para concentração escolar, desempenho escolar e para que o comportamento dele não atrapalhasse as outras crianças. Terminaram-se as aulas  e ele parou de tomar a medicação e aí, tanto que depois o Doutor Fernando me chamou no Fórum para aquele acolhimento, que o senhor deve saber, aquele acolhimento que eu deveria ter com Bernardo e que eu realmente tive, eu fui ao Colégio Ipiranga, com o coordenador do curso me reclamou 'o Bernardo precisa de um atendimento, porque ele não consegue se concentrar, ele está atrapalhando a dinâmica da turma, os pais vem reclamar conosco, então precisa se fazer alguma coisa', então o intuito era que ele voltasse a usar pelo menos Metiofinidato que é a Ritalina."

Juiz:
- "A pergunta é: o senhor, receitou ou o senhor procurou o Doutor Bellinaso para continuar receitando?"

Interrogando:
- "Isso em 2013?"

Juiz:
- "Agora, ultimamente."

Interrogando:
- "Não, não, isso eu ia fazer na sequência, eu iria procurar reconsultar para prescrever essa medicação."

Juiz:
 - "Quando do fato, o Bernardo estava tomando então Ritalina? Ou tinha outros medicamentos? Ou não estava tomando nada? Isso que eu quero saber."

Interrogando:
- "Não, não ele não estava tomando nada, março, abril, ali na escola ele não estava usando."

OBSERVAÇÃO: não, Bernardo não estava tendo acompanhamento psicológico ou psiquiátrico, principalmente pelo fato de que ele não podia revelar o que acontecia dentro do ambiente familiar. Traduzindo, ele estava sendo criado na ponta do facão.

JUSTIÇA PARA ODILAINE E BERNARDO UGLIONE BOLDRINI!

Um comentário:

  1. Por mais que o tempo passe, a tristeza que sentimos, por toda maldade que fizeram com Bernardo, não diminui.

    Justiça para Bernardo e Odilaine Uglione.

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