sexta-feira, 12 de junho de 2015

Um olhar crítico e pessoal sobre a Verdade de Leandro Boldrini



TRECHOS IMPORTANTES DO INTERROGATÓRIO DE LEANDRO BOLDRINI

Leandro Boldrini / Foto de Ricardo Duarte / Agência RBS

Trechos importantes para analisar o depoimento de Leandro Boldrini em 27/05/2015, acusado de participação no assassinato do próprio filho, o menino  Bernardo Uglione Boldrini, em conluio com a madrasta Graciele Ugulini e contando com a cumplicidade dos irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz.

Intercalei perguntas do Juiz e do Ministério Público para amarrar as questões e tentar melhorar o entendimento tanto quanto possível. Todo cidadão brasileiro tem direito à ampla defesa, mas também à devida correção se assim o permitirem seus atos.

Tornei-me defensor ferrenho da causa de Bernardo Uglione Boldrini e Peço ao Senhor, todos os dias: não permita que os meus olhos se fechem, até a merecida Justiça para Bernardo e sua mãe Odilaine.

JESUS subiu à montanha e sentado diante dos discípulos, lhes ensinava: "Bem-aventurados os que tem fome e sede de justiça, porque serão saciados (Mateus, 5,6 - As bem-aventuranças.)


PROCESSO Nº 21400007048.

Interrogando: Leandro Boldrini, viúvo, 39 anos, médico, residente e domiciliado na Rua Gaspar Silveira Martins, 1061, Três Passos/RS.

Disponível em:<tjrs.jus.br/site/caso-bernardo>. Acesso em 09/06/2015.


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Sobre recusa em se submeter ao detector de mentira da Polícia

Ministério Público: 
- "Por quê o senhor não se submeteu ao detector de mentiras da Polícia, mas se submeteu ao detector de mentiras contratado pelo seu então advogado"?

Interrogando: 
- "Porque assim, eu nem sabia que era detector de mentiras que a Polícia estava lá no presídio para fazer comigo, que foi durante esse período que estava preso. Não sabia, não tinha acompanhamento de advogado, pedi para ligar para o advogado, porque o advogado me orientou o seguinte "tu não fala mais...", porque o meu primeiro depoimento consta, quero que todos saibam, consta que eu dei sem advogado, por quê"?

- "Porque eu tenho a verdade comigo e eu falaria para qualquer um, para qualquer Juiz, para qualquer Promotor, para qualquer Desembargador, qualquer cadeira do Poder Judiciário, sem advogado, porque a verdade está comigo. Eu me submeteria à máquina da verdade, essa, esse software israelense a qualquer hora, qualquer lugar e qualquer planeta, sou bem sincero em lhe dizer isso".

Ministério Público:
- "Não foi essa a informação do seu advogado. Nada mais".

Interrogando:
  "Mas o que eu posso lhe afirmar é isso".

OBSERVAÇÃO:

- "O detector de mentira é uma mentira". - disse o então advogado de defesa de Leandro Boldrini, o senhor Jader Marques, assumindo que o aparelho é facilmente programável. (06/05/2014). Entendi muito bem que o exame particular do doutor Leandro Boldrini não deve considerado e muito menos validado: é tudo uma farsa. Graças a Deus.

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Sobre medicação dada a Bernardo em agosto de 2013, quando o menino gritava por socorro na janela da sua casa

Assistente de acusação:
- " Então, eu lhe pergunto, não posso debater com o senhor, que medicação que foi ministrada em Bernardo no dia que foi gravado aquele dia no seu telefone"? (Bernardo gritando por socorro).

Interrogando:
- "Respondo prontamente e objetivamente, Ibuprofeno, Alivium, que é a mesma coisa. Ibuprofeno é o sal. Alivium é o nome científico, na apresentação de 100 miligramas por ml, ou seja, a cada quilo você dá duas gotas, então uma criança com 30 quilos, você vai dar 60 gotas, e isso é uma medicação antitérmica, analgésica, anti-inflamatória, não tem  efeito sobre o sistema nervoso central nenhum".

Assistente de acusação:
- "Mas por quê o Bernardo ficou com a voz embaçada"?

Interrogando:
- "Ele estava exausto, doutor, de tanto gritar. Ele estava cansado".

OBSERVAÇÃO:

Ibuprofeno:

Ibuprofeno de 50 mg/ml: cada ml contém 50 mg de ibuprofeno. A dose máxima recomendada é de 40 gotas ( 200 mg).

Ibuprofeno de 100 mg/ml: cada ml contém 100 mg de ibuprofeno e cada gota corresponde a 10 mg de Ibuprofeno. A dose máxima recomendada é 20 gotas (200 mg).

Ibuprofeno comprimidos de 200 mg: oral, uso adulto e pediátrico acima de 12 anos.

Advertência: 

Não administrar o medicamento em crianças com menos de 12 anos de idade, exceto sobe orientação e acompanhamento médico.

Paciente pediátricos com mais de 30 quilos não pode exceder a dose máxima de 40 gotas (200 mg).

Efeitos Colaterais:

As reações adversas mais comuns são de origem gastrintestinal ( náusea, vômito, dor epigástrica, desconforto abdominal, diarreia, constipação intestinal. Podem ocorrer também reações de hipersensibilidade, ambliopia tóxica, elevação significativa da transaminase no soro, retenção de líquidos, edema, inibição da agregação plaquetária, linfopenia, anemia hemolítica, tontura, "rash" cutâneo, depressão, insônia e insuficiência renal em pacientes desidratados.

Indicações:

O Ibuprofeno é um analgésico e antipirético, indicado para alívio temporário da dor, de leve a moderada, associada ao resfriado comum, dor de cabeça, dor de dente, dores musculares e na redução da febre. Assemelha-se ao Paracetamol, apenas um pouco mais potente.

OBSERVAÇÃO:

 - Esse vídeo foi mostrado à Polícia em 2013, para fazer crer que o comportamento do menino era difícil. Por que Leandro Boldrini e Graciele não nomeiam o o medicamento dado a Bernardo?

- "Com um milhão de coisas para fazer, um milhão de gente morrendo, um milhão de gente com dor, um milhão de coisa para fazer, 'tá, faz'", referindo-se a compra da TV. Como ele se lembrou do que ministrou a  Bernardo em agosto de 2013? Ele  nem mesmo se lembrava  se nesta data havia ou não passado o dia dos pais com o filho.

- Qual o motivo do menino em alto nível de estresse receber medicamento para dor e febre?

 - Na hipótese de Bernardo ter recebido essa medicação, o que duvido muito, Leandro Boldrini sendo médico, não soube dizer a posologia adequada para dar à criança ou paciente pediátrico, como os médicos dizem, ou seja,  ele teria dado a Bernardo o triplo da dose máxima recomendada, além do menino não poder recebê-la devido a idade. Ele falou a verdade?

Informações sobre o remédio, disponível em: <www.medicinanet. com.br> e <www.bulas.med.br>.

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Sobre sua união estável com Graciele Ugulini

Juiz:
- "O senhor vivia em união estável com Graciele Ugulini? Desde quando iniciou a união entre vocês"?

Interrogando:
- "Foi a partir da Páscoa de 2010".

Juiz:
- "Isso incluiu algum período de namoro ou já era convivência na residência"?

Interrogando:
- "Não, teve um período de namoro preliminar e depois"...

Juiz:
- "Essa Páscoa de 2010 é o início do namoro"?

Interrogando:
  "É, do conhecimento, eu conheci ela na Páscoa de 2010".

Juiz:
- "E quando vocês passaram a conviver na mesma residência"?

Interrogando:
- "Foi a partir de 2010, metade do ano".

Juiz:
- "Metade de 2010"?

Interrogando:
- "É".

OBSERVAÇÃO:

 - De acordo com declaração de um parente de Graciele Ugulini que reside em Santo Ângelo, em abril de 2014, quando foram presos, haviam 6 anos que Leandro e Graciele eram casados ou seja, eles se casaram dois anos antes do suposto suicídio de Odilaine Uglione. Odilaine faleceu em 10/02/2010 e a Páscoa de 2010 foi em 04 de abril.

 - A sociedade três-passense ficou revoltada com o casal: dois meses depois da morte da esposa, em 10/02/2010, Leandro Boldrini assumia seu relacionamento com Graciele Ugulini, publicamente. Menos de dois meses depois.

- Graciele Ugulini era o pivô da separação de Leandro e Odilaine. Ela disse à mãe: "Leandro está pulando a cerca: eu flagrei."

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Sobre a dissolução de sua união com Graciele Ugulini

Ministério Público:
- "Em algum momento, a Graciele impôs ao senhor ou ela ou ele"?

Interrogando:
- "Não, eu disse para a Graciele mais de uma vez a seguinte questão 'Graciele, o Bernardo é meu filho, eu não vou abrir mão dele, tu tem a liberdade para seguir com tua vida com a Maria Valentina, ou a gente sai de casa ou tu sai de casa', enfim...Eu".

Ministério Público:
- "O senhor propôs"?

Interrogando: 
- "Eu propus essa opção a ela, não ela chegar a mim e dizer assim 'Leandro tu escolhe ou o Bernardo ou a mim, não, o que é isso"?

Ministério Público:
- "E ela não aceitou essa opção que o senhor deu"?

Interrogando:
- "Permaneceu como"...

Ministério Público:
- "E o senhor superou essa questão de se separar dela? Como está essa situação atual"?

Interrogando:
- "A gente está se separando".

Ministério Público:
- "Mas existe a vontade de se separar formalmente"?

Interrogando:
- "Obviamente".

Ministério Público:
- "E como o senhor explica o arquivamento da ação que tinha sido ajuizada para esse fim"?

Interrogando:
- "É que assim"...

Defesa de Leandro Boldrini:
- "Doutor, eu vou pedir, primeiro porque não tem relação nenhuma com o feito e segundo que o arquivamento do processo, a Promotora sabe que foi porque não foram pagas as custas porque os bens estão bloqueados, a senhora sabe disso, Doutora".

Ministério Público:
- "Mas foi dito ao processo que ele poderia pedir no processo do bloqueio e nunca veio o pedido nesse sentido".

Defesa de Leandro Boldrini:
- " Isso não tem nada a ver com o processo".

OBSERVAÇÃO: Eu acho que a "separação" de Leandro e Graciele tem tudo a ver com o feito: não fosse o crime ter sido descoberto ou Leandro Boldrini incriminado e eles até hoje estariam casados . Em 15/04/2014, em escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, a mãe de Graciele Ugulini conversa muito com o amigo Bridi e ela diz que Graciele até pensou em se separar de Leandro Boldrini, pois era ela ou Bernardo. A mãe fala que Leandro implorou pra que Graciele não o abandonasse, pois iria deixar ele com aquela "bucha" se referindo ao menino Bernardo.

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Sobre conhecer Edelvânia Wirganovicz

Juiz:
- "E a acusada Edelvânia, o senhor conhece"?

Interrogando:
- "Ouvi falar dela umas duas ocasiões, mas superficialmente, ouvi falar, que foi uma colega de tempos de trabalho que ela trabalhava na Coordenadoria de Frederico Westphalen. Ouvi falar apenas".

Juiz:
- "A Graciele falou de Edelvânia"?

Interrogando:
- "Isto".

Juiz:
- "O senhor lembra quando ela falou de Edelvânia"?

Interrogando:
- "Foi um período antes assim...talvez...antes, assim"...

OBSERVAÇÃO: Leandro Boldrini conhecia muito bem Edelvânia Wirganovicz: ela ia ser sua comadre, ele assinou uma receita de Midazolam para ela e ela esteve no seu consultório em Três Passos.

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Sobre desaparecimento de ampolas de Midazolam


Juiz:
- "Nos últimos dias que antecederam os fatos, últimas semanas, houve alguma conversa entre vocês? O senhor ouviu alguém falando? O senhor percebeu falta de alguma ampola desse medicamento"?

Interrogando:
- " Eu não percebi, Doutor, eu não"...

Juiz:
- "Alguém falou? Seus funcionários, a Graciele"?

Interrogando:
- "Não chegou até mim essa informação".

Juiz:
- " O senhor não sabe".

Interrogando:
- "Não sei".

OBSERVAÇÃO: Cecília Henz, ex-enfermeira do médico disse que avisou ao médico e a Graciele Ugulini sobre o sumiço das ampolas. Ele estava olhando no computador e não disse uma palavra. Já Graciele Ugulini, disse que iria colocar trancas no armário dos medicamentos.

Cecília Henz completa diz que naquela semana da morte de Bernardo, faltaram várias ampolas de Midazolam, cada ampola de 5 ml de solução injetável. Numa perícia solicitada pela Polícia, com o peso e altura aproximada de Bernardo, uma superdosagem de 10 ml, seriam suficientes para matar o menino. Não foram duas ampolas de 5 ml que sumiram, foram várias, além do fato do menino ter ingerido vários compridos de 15 mg, expressamente proibido para uso de crianças.

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Sobre sua assinatura na receita do Midazolam

Juiz:
- "Está nos autos, o receituário de Midazolam, que teria sido usado, segundo a acusação para a compra do medicamento, do comprimido na farmácia em Frederico Westphalen no dia dois de abril. A questão do carimbo, a perícia atesta que a rigidez do carimbo a princípio é seu, é seu o carimbo, é da Clínica, e há uma conclusão pericial que não esclarece se a sua assinatura é autêntica ou inautêntica. Eu vou lhe mostrar a sua assinatura e o senhor vai me dizer".

Interrogando:
- "Essa receita, essa assinatura não é minha não, Doutor".

Juiz:
- "O senhor tem certeza que não"?

Interrogando:
- "Absoluta".

Juiz:
- " O Midazolam comprimidos para ser receitado, ele precisa de alguma receita especial, alguma coisa"?

Interrogando:
- "Ela precisa de receita azul tipo B".

Juiz: 
- " Como o senhor fazia o controle disso? O senhor mantinha um controle rigoroso em relação a esses receituários ou o senhor eventualmente deixava algum assinado  em branco para algum paciente que viesse procurar, como que era esse controle?"

Interrogando:
- "Doutor, o controle era extremamente rigoroso, ou eu prescrevia a medicação para o paciente e diretamente entregava nas mãos ou ele vinha até meu consultório para pedir uma receita para dar continuidade ao seu tratamento de medicamentos que são comprados com esse tipo de receita".

- "A minha secretária Andressa, ela escutava o paciente na bancada do atendimento e ela, Doutor, vamos supor, o senhor João precisa de uma receita para o seu Bromazepan, o senhor pode assinar aqui que eu preencho lá, isso era uma prática que eu fazia e eu tinha e tenho extrema confiança na Andressa, entendeu? Dessa forma que procedia".

Juiz:
- " Então, para o senhor assinar algum tipo de receitário em branco teria que ser pedido dela?"

Interrogando:
"Dela".

Juiz:
- "E bem específico que o paciente queria?"

Interrogando:
- "Bem específico para o paciente, porque assim se o paciente não recebesse esse receituário como que ele iria comprar o medicamento, entende? O fim da receita não iria chegar ao paciente, ele viria outro dia pedir."

OBSERVAÇÃO:

- Peritos particulares mas com experiência de muitos anos de trabalho, inclusive para juízes estaduais e federais confirmam: a assinatura na receita do Midazolam partiu da mão do médico Leandro Boldrini.

- Destacaram uma via do talão azul do médico ou da secretária e eles não perceberam?

3º -  Edelvânia Wirganovicz não era cliente do doutor Leandro e ele assinou uma receita em branco para ela sem questionar sobre isso?

- A perícia do IGP resultou inconclusiva a autoria da assinatura na receita. Essa condição beneficia o médico, entretanto a perícia particular é categórica: a assinatura na receita do Midazolam partiu com certeza, do punho de Leandro Boldrini..

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Sobre a proximidade com o filho


Juiz:
- " O interesse da pergunta é mais no sentido afetivo, vocês tinham momentos de troca de afeto?"

Interrogado:
- "Claro, claro."

Juiz:
- "Alguma coisa pai e filho, sair para conversar, fazer uma programa juntos?"

Interrogando:
- "Sim, a gente fazia, eu fazia isso, fazia esse diálogo, principalmente assim, Doutor, no final da noite, no final da noite que era hora de dormir porque tinha que acordar cedo para ir na escola de manhã, ou enfim, ocupar a noite para o sono e o dia para as atividades. Então sentava com o Bernardo, fazia uma oração e dizia para ele, 'Bernardo, eu sou teu pai, eu sou tua mãe, a Kelly está aqui para ajudar e a gente só quer o teu bem".

OBSERVAÇÃO: a Kelly só quer o teu bem: tentando asfixiar o menino, negando-lhe o básico para sua sobrevivência, lembrando que Bernardo tinha direitos legais sobre todos os bens deixados por Odilaine e matando o menino com requintes de crueldade? Se o menino pedia frequentemente para dormir na casa dos amiguinhos, por medo de Graciele? Quantas vezes, Juçara Petry não atendeu o menino com profundas olheiras e se perguntado o motivo. ele sempre desconversava?

Se Graciele Ugulini queria o bem do menino, eu pergunto: que papel ingrato estou a desempenhar, tentando denegrir a imagem de uma doce e imaculada  mãe de família?
A verdade nua e crua é que foi uma tortura sem precedentes para esse menino, ser obrigado a conviver esses 4 ou cinco anos com a madrasta Graciele Ugulini.

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Sobre a medicação controlada que Bernardo ingeria

Juiz:
- " Com relação a essa questão dos medicamentos, que medicamentos ele estava tomando?"

Interrogando:
- "Doutor, teve"...

Juiz:
- "Tu falou Ritalina antes"...

Interrogando:
- "Ritalina e daí outros tipos de medicamentos que foram receitados pelo psiquiatra, o Doutor Bellinaso. Pelo Doutor Bellinaso por consulta. Um desses medicamentos e o Valproato, de pacote,   se não me engano e o outro é a Risperidona. Ele usou por um período os três e aí teve em uma nova consulta e aí o Doutor entrou em acordo com ele e disse 'não Bernardo, vamos manter só a Ritalina'." 

Juiz:
- "Na verdade, ele estava em acompanhamento psiquiátrico?"

Interrogando:
- "Estava em acompanhamento psiquiátrico."

Juiz:
- "Eram consultas com o doutor Bellinaso, o senhor disse?"

Interrogando:
- ""Isto."

Juiz:
- "Cada quanto tempo?"

Interrogando:
- "Essas consultas foram em 2013, que foi o período mais crítico, ali eles foram mensais, acompanhamento psicológico."

Juiz:
- "Mas isso parou ou foi até o fato?"

Interrogando:
- "Não, não, isso parou."

Juiz:
- "Durou quanto tempo?"

Interrogado:
- "Vamos supor que durou o segundo semestre de 2013."

Interrogando:
- "Mas ele persistiu tomando a medicação?"

Interrogando:
- "Aí depois essa medicação eu vou lhe relatar e o que eu sei sobre o porque ele parou com essa medicação, ele visitou a madrinha dele, a Clarissa em Santa Maria e levou a medicação."

Juiz:
- "Eram as três?"

Interrogando:
- "Que eram as três. E ela é educadora especial. Ela pegou o bulário do Valproato e da Risperidona e disse assim 'Bernardo, você tem que parar de tomar essa medicação, porque ela, medicação é para convulsão', veja bem, um leigo dando opinião lendo uma receita."

Juiz:
- " Entendeu que a medicação era muito pesada."

Interrogando:
- "É."

Juiz:
- "Está nos autos isso, a pergunta não foi nesse sentido, a pergunta foi se ele cessou o acompanhamento psiquiátrico? Que ele começou nesses meses e cessou, mas ele continuou tomando a Ritalina. O senhor ministrava, o senhor receitava, ou o doutor Bellinaso continuou fornecendo receitas?"

Interrogando:
- "Veja bem, vamos esclarecer isso aí. A Ritalina era basicamente usada para concentração escolar, desempenho escolar e para que o comportamento dele não atrapalhasse as outras crianças. Terminaram-se as aulas  e ele parou de tomar a medicação e aí, tanto que depois o Doutor Fernando me chamou no Fórum para aquele acolhimento, que o senhor deve saber, aquele acolhimento que eu deveria ter com Bernardo e que eu realmente tive, eu fui ao Colégio Ipiranga, com o coordenador do curso me reclamou 'o Bernardo precisa de um atendimento, porque ele não consegue se concentrar, ele está atrapalhando a dinâmica da turma, os pais vem reclamar conosco, então precisa se fazer alguma coisa', então o intuito era que ele voltasse a usar pelo menos Metiofinidato que é a Ritalina."

Juiz:
- "A pergunta é: o senhor, receitou ou o senhor procurou o Doutor Bellinaso para continuar receitando?"

Interrogando:
- "Isso em 2013?"

Juiz:
- "Agora, ultimamente."

Interrogando:
- "Não, não, isso eu ia fazer na sequência, eu iria procurar reconsultar para prescrever essa medicação."

Juiz:
 - "Quando do fato, o Bernardo estava tomando então Ritalina? Ou tinha outros medicamentos? Ou não estava tomando nada? Isso que eu quero saber."

Interrogando:
- "Não, não ele não estava tomando nada, março, abril, ali na escola ele não estava usando."

Ministério Público:
- "E por ocasião do período que ele ficou tomando esses três medicamentos, quem dava esses medicamentos para ele?"

Interrogando:
 - "Tanto eu, quanto a Graciele, e ele mesmo, mas veja bem, eram separados em caixas e  doses usadas para determinado período. Não era entregue assim 'te vira', não, não. Uma caixinha ali dividida com uma Risperidona de manhã e outra de noite, um copinho de medida de Valproato de manhã e de noite, uma Ritalina quando fosse para a escola e toda pessoa que ele ia posar, que tinha que manter o Valproato e a Risperidona, a gente comunicava que o Bernardo estava tomando esses medicamentos por orientação médica e doses fracionadas."

Ministério Público:
- "O senhor disse que em determinado momento, o psiquiatra achou que não precisava mais de dois, que ficaria só com a Ritalina?"

Interrogando:
- "Certo."

Ministério Público:
- "Quando foi isso?"

Interrogando:
- "Isso foi o terceiro semestre em diante de 2013."

OBSERVAÇÃO: Clarissa Oliveira, madrinha de Bernardo, aconselhou o menino a parar de tomar os medicamentos porque eram remédios controlados, todos amostras grátis. De acordo com o psiquiatra de Bernardo, quando do acontecido, fazia um ano que ele tinha deixado de comparecer às consultas.
Mais uma vez a questão da negligência: total e irrestrita de pai e madrasta.
Segundo uma professora de Bernardo, ele próprio controlava a medicação quando estava na casa dela.
Outra coisa que desperta dúvida: O Depackote (Divalproato de sódio) é apresentado em comprimidos revestidos de 250 mg e 500 mg. Como o doutor Leandro Boldrini disse um copinho de medida de Valproato? Realmente não era "te vira". Era exatamente e conforme Graciele Ugulini: "Que ele (Bernardo) se exploda."

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Sobre agressão ao menino Bernardo

Juiz:
- "Chegou a agredir fisicamente o Bernardo alguma vez?"

Interrogando:
- "Não, eu nunca fiz isso, não."

Juiz:
- "E alguma ofensa moral em relação a ele, xingamento, alguma coisa nesse sentido?"

Interrogando:
- "Não, eu só queria que ele me respeitasse e que ele não fosse uma criança agressiva, hostil."

Juiz:
- "E a Graciele, chegou a agredir ele, fisicamente ou moralmente que o senhor tenha presenciado ou ficou sabendo?"

Interrogando:
- "Não, nunca, isso eu nunca presenciei."

Juiz:
- "Nem fisicamente nem moralmente?"

Interrogando:
- "Não."

OBSERVAÇÃO: Leandro Boldrini agrediam o menino Bernardo fisicamente e moralmente sim:

 - Em vídeos apreendidos pela Polícia (datados de agosto de 2013 e disponíveis nesse blog)  nem vou transcrever os palavrões que Leandro Boldrini e Graciele Ugulini dirigem a Bernardo, pois o nosso Bê não merece.

- Ivo Weiss, colega e ex-vizinho de Leandro Boldrini afirma que Graciele tentava jogar o marido contra o enteado.
- "Segundo a babá, ela inventava coisas que o Bernardo tinha feito para que o pai o castigasse quando chegasse em casa."

-  Leandro tirava o cinto, se fechava em um cômodo da casa com Bernardo e Graciele só dizia:
- "Bem feito, precisa apanhar mais para aprender a ser educado." - depoimento de uma ex-babá de 
Bernardo.

- Uma ex-vizinha escutou Bernardo gritando: "não me bata, não me bata." Saindo à janela, ela observou que o menino estava em cima do telhado e Graciele gritava para ele descer." Quando notou a vizinha, a madrasta fingiu que varria o chão. Para sua ex-babá, Elaine Rader Pinto, Bernardo tinha contado que Graciele tinha se irritado por ele ter derrubado uma vassoura e lhe dado duas vassouradas.

 - 
Bernardo: "Tu me agrediu." 
Graciele:  - "E vou agredir mais, tu não sabe do que sou capaz.Teu fim vai ser igual ao da tua mãe. Prefiro apodrecer na cadeia do que viver contigo me incomodando."

 - Tentativa de asfixia por Graciele Ugulini enquanto o menino dormia. Ele acordou assustado e sufocado e a madrasta desculpou-se por estar no quarto dele e disse que ia fechar as janelas devido ao frio. Nunca mais o menino foi o mesmo, ele estava sempre querendo dormir na casa dos amigos e Juçara Petry, muitas vezes o recebeu em sua casa, ele com profundas olheiras.

- Carmina Lúcia Negrini conta que o menino vivia em situação miserável, apesar da ótima situação financeira do pai. Nem casacos para o rigoroso inverno gaúcho o menino tinha e passava dias com o mesmo uniforme surrado.
- "Num dia de muito frio, ele (Bernardo) estava trancado do lado de fora só com chinelo de dedo. Uma dentista ficou com pena e o levou para sua casa. Era sempre assim."

- No vídeo do facão, Leandro Boldrini  provoca Bernardo o tempo todo, mesmo o menino não representando a mínima ameaça. No final do vídeo, Leandro pega o facão e joga de novo para Bernardo. Segundo Carlos Petry, um atestado incontestável de mau pai.

 - Passou fome, passou frio, passou medo, passou necessidades e como se tudo isso não bastasse, pai e madrasta o assassinaram com requintes de crueldades.

P.S:  Acho que nunca chorei tanto em minha vida quanto conhecendo a história do menino Bernardo e não foram poucas as vezes que escrevi sobre ele, com lágrimas nos olhos e um nó na garganta. Bê era uma criança extremamente calma, carinhosa, cordial, amava abraçar as pessoas: nada além de um garoto precisando de afeto. Bernardo Uglione Boldrini: perdão por tanto desamor, tanto desrespeito, tanta insensibilidade e tanta maldade!

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Sobre o dia da morte de Bernardo

Juiz:
- "No dia da morte do Bernardo, que segundo consta aqui no processo, nas perícias, foi quatro de abril de 2014, uma sexta-feira, tu recorda nesse dia a sua rotina, o que o senhor fez?"

Interrogando:
- "Recordo. Sexta-feira de manhã eu acordei e fomos fazer colonoscopias, isso foi até o meio dia, aí vi meus pacientes, cheguei em casa, almoçamos eu, a Graciele, O Bernardo, a Maria Valentina, a Dita, as tatas né, a Dita e a Bernadete, que faziam o almoço. Era uma refeição de peixe grelhado e o Bernardo estava numa alegria, numa euforia assim que eu como pai, como qualquer um que fosse pensar, iria dizer que estava dando um hiper resultado, que o Doutor Fernando me deu, que a Doutora Dinamárcia me deram, que me ajudaram, me nortearam, o Bernardo está feliz, contente, uma atitude assim surpreendente mesmo, eu fiquei muito contente."

- "Almoçamos, ele repetiu a refeição de peixe grelhado, a partir daí eu fui pra minha sesta, depois acordei e fui para o consultório. Eu sabia que a Graciele ia para Frederico Westphalen comprar uma televisão no Magazine Luíza."

Juiz:
- " O senhor sabia já?"

Interrogando:
- "Sabia da televisão, a gente tinha comentado isso e a partir de quarta-feira tinha sido decidido porque a televisão da sala tinha queimado e aí a gente acordou que no Magazine Luíza teria uma oferta melhor, que se gastaria menos numa televisão e compraria um computador junto."

- "Uma televisão de LED, de LED não, perdão, uma televisão de Plasma, porque as de LED são mais caras, uma de LED porque já tinha uma de Plasma na sala principal, uma de LED só para constar ali na ante-sala. Aí então foi acordado, usa-se menos valor numa televisão de Plasma, compre-se um computador junto, bote-se esse computador para uso comum, porque eu tinha trocado o meu consultório e o computador veio de lá, foi trocado porque já estava ultrapassado, então a intenção era essa."

Juiz:
- "É costume de vocês, da família, comprar eletrodomésticos na Magazine Luíza em Frederico?"

Interrogando:
- "Não era costume, mas por publicidade e pelo fato de haver conhecimento da Graciele que lá havia uma loja da Magazine Luíza, ela sugeriu isso e eu não vi nenhum problema nisso, porque ela disse 'eu vou, bato e volto ali em Frederico Westphalen, compro lá, volto e trago a televisão'."

Juiz:
- "E que o Bernardo iria junto com ela, ficou definido em que momento?"

Interrogando:
- "O Bernardo não iria junto com ele. Eu sabia que o Bernardo iria fazer a atividade dele na sexta-feira à tarde ou com amigo, ou com escola de inglês, enfim, ele não iria ir junto."

Juiz:
- "O senhor não sabia que ele iria ir junto?"

Interrogando:
- "Não, não sabia, o Bernardo não iria ir junto, não sabia."

Juiz:
- "E ela contou para o senhor que tinha ido à Frederico Westphalen no dia dois de abril, quarta-feira?"

Interrogando:
- "Não, não sabia, nunca soube que ela foi a Frederico Westphalen nesse dia."

Ministério Público:
- "A Graciele ligou para o senhor naquela quarta-feira, ligou para o consultório e pediu para falar com o senhor naquela sexta-feira que ela estava em Frederico, o senhor se recorda  qual foi o assunto?"

Interrogando:
- "Só se ela ligou para o telefone do consultório, o número 3618, mas para o meu celular não.

Ministério Público:
- "Mas ela pediu para falar com o senhor?

Interrogando:
- "Não falou comigo."

Ministério Público:
- "Não?"

Interrogando:
- "Não, a única coisa que eu me recordo de sexta-feira de tarde é o SMS que eu falei para o Doutor que veio da compra da televisão, só."


Depoimento de Andressa Wagner ao Ministério Público em 2014


Ministério Público:
- "A senhora lembra de ela ter ligado no consultório na sexta-feira à tarde?" (04/04/2014)

Testemunha:
- "Eu disse primeiro que não, mas depois sim, ela ligou sim."

Ministério Público:
- "E aí ela falou com a senhora?"

Testemunha:
 - "Sim, falou - 'Oi, tudo bem? Como está as rotinas? O Leandro vai ser logo dispensado?' Daí eu disse que estava tranquilo que logo o Doutor ia ser liberado, aí ela pediu pra passar pra ele e eu passei pra ele a ligação."

Ministério Público:
- "Consta que isso seria 15:55, é possível que tenha sido esse horário?"

Testemunha:
- "Não me recordo."

Ministério Público:
- "Daí, a senhora passou pro Doutor Leandro, a ligação?"

Testemunha:
 - "Sim, passei."

OBSERVAÇÃO:

- Todo esse tempo até 27/05/2015, eu (e também o Bernardo) achando que a televisão era para ele. Ele teria apenas um aquário de segunda mão doado por uma amiga da família.

 - Que história é essa de Magazine Luíza? Quando perguntada pelo cunhado Paulo Boldrini porque tinha comprado a televisão em Frederico Westphalen, Graciele Ugulini disse simplesmente:
- "Comprei lá porque comprei."

- Leandro Boldrini  por telefone, ao irmão Vilson sobre o fato da Polícia ter  achado vestígio de uma substância que poderia ser sangue em um dos bancos da caminhonete:
- "Bah, iam cortar o banco lá se o guri nem veio sentado nesse banco."

4º - Bernardo foi obrigado pelo pai a pedir desculpas para Graciele (já que os dois tinham um pacto de convivência, em que uma das regras era não se falarem) e ainda ir com ela a uma benzedeira em 04/04/2014, numa sexta-feira, à tarde.

- Leandro Boldrini assinou a receita do Midazolam para Edelvânia Wirganovicz em 02/04/2014 e Graciele ficou com a incumbência de entregá-la a Edelvânia Wirganovicz. Tanto que a atendente da farmácia em Frederico Westphalen disse que conhecia Edelvânia, mas não a mulher que a acompanhava.

- Edelvânia disse que no dia 02/04/2014, ela e Graciele passaram a tarde juntas nos preparativos para o assassinato de Bernardo e o doutor Leandro não notou a ausência da companheira? Quem está mentindo nessa história?

E etc., etc., etc., entre tantas, entre muitas evidências que não deixam margem a nenhuma dúvida quanto ao envolvimento do doutor Leandro Boldrini na morte do filho.

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Sobre o desaparecimento de Bernardo

Juiz:
-"O senhor não sabia que ele iria ir junto com a Graciele?"

Interrogando:
- "Não sabia não, o Bernardo não iria ir junto, não sabia."

Juiz:
- "Saiu que horas de casa?" (04/04/2014)

Interrogando:
- "Saí de casa antes do consultório, tipo 14:30, uma coisa assim, Fui para ao consultório porque eu tinha um cirurgia eletiva de um tumor do colo esquerdo depois do consultório, e daí eu fui dar máquina no consultório, atender o consultório, para depois fazer essa cirurgia, que era uma cirurgia que eu estava programando já durante a semana (inaudível) estava a tipagem pronta para a cirurgia e precisava ser operada."

- "A cirurgia estava marcada para 17:30, eu termino o consultório em torno de 17:40, 17:50, ali nesse período. Eu saio, desço do consultório e tento fazer uma ligação para a Graciele. Quando vi, ela estava com a caminhonete estacionada na frente ali, aí abriu a porta esquerda traseira da caminhonete e vejo ali a televisão, vejo ela carregando o aquário que tinha pegado da Deise, um aquário em boas condições que a Deise tinha nos ofertado lá."

 - "E tinha recebido uma mensagem do Banco do Brasil no smartphone, porque a minha conta de pessoa física toda vez que era feita uma operação no cartão de crédito ou de débito, automaticamente, o Banco do Brasil mandava uma mensagem em SMS, avisando fora realizada compra tal no Magazine Luíza, valor de mil, quatrocentos  e alguma coisa, às dezesseis horas."

Juiz:
- "Quando o senhor retornou. a Graciele falou sobre o Bernardo?"

Interrogando:
- "Ela me contou, quando eu  cheguei em casa (20:30), depois da cirurgia, quando estava em casa, ela disse 'não, eu levei o Bernardo junto porque se não ele iria ficar aqui por casa fazendo barulho e iria atrapalhar a sesta da Maria', aí eu pensei, bom, ir para Frederico juntos é um sinal de que estão se dando bem, compreende? Ela falou que levou uma multa, que o Bernardo se assustou quando viu o policial que o policial parou ela."

Ministério Público:
- "E quando o senhor encontrou ela ali embaixo, quando ela estava pegando o aquário, o senhor não estranhou o fato do Bernardo não estar junto?"

Interrogando:
(Silêncio)

Ministério Público:
- "Esse aquário era uma coisa que ele queria bastante né?"

Interrogando:
- "Sim, sim, porque assim, depois ela me relata que tinha chegado em casa, pegado a cadeirinha para ir pegar a Maria e... Estranheza é uma coisa que quando você confia em uma pessoa, você até pode ter uma estranheza, mas não chega a ser um fato concreto."

Juiz:
- "E o aquário?'

Interrogando:
- "O aquário ela estava carregando na parte da porta traseira direita da caminhonete."

Juiz:
- "A televisão estava na caminhonete?"

Interrogando:
- "Estava no banco traseiro, na posição transversal do carro, no banco de trás."

Juiz:
- "E havia ainda o carrinho da nenê?"

Interrogando:
- "parece que esta carrinho estaria na frente, no banco..."

Juiz:
- "O senhor não viu?"

Interrogando:
- "Eu não vi, o que  eu vi mesmo, que eu gravei, foi a televisão e ela carregando o aquário, daí tudo certo, tudo certo..."

OBSERVAÇÃO: Pontos conflitantes

1º - Graciele ligou para a empregada dispensando-a para que não a visse chegando sem Bernardo. Mas antes ela parou no consultório de médico dizendo que havia pegado a cadeirinha da nenê em casa para buscá-la na casa da irmã, mas sem descer a televisão e o aquário?  (?).

- Nenhuma das empregadas da casa de Leandro Boldrini sabia que seria comprar uma TV em Frederico Westphalen. Bernardo saiu com Graciele para buscar um aquário na casa da Deyse.

- Segundo uma testemunha, um médico que trabalhou com Leandro no Hospital de Três Passos, Graciele Ugulini que nunca falava alto, quase gritou no telefone sobre a Magazine Luíza para Leandro. Sobre isso, o médico disse que a Keli tinha resolvido comprar uma TV em Frederico Westphalen.

- Naquele fatídico 04/04/2014, tudo que era negado ao menino Bernardo lhe foi permitido: comer fartamente, brincar com a irmã, ser feliz. Tudo sob os olhos de Leandro Boldrini e Graciele Ugulini. Ah! Se Bernardo soubesse...
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Sobre a função de Graciele Ugulini na Clínica do médico Leandro Boldrini


Ministério Público:
- "Com relação a Graciele, o senhor referiu para o Juiz que ela lhe auxiliava nos exames?"

Interrogando:
- "Sim, endoscópicos."

Ministério Público:
- "E por parte da tarde, qual era a tarefa dela?"

Interrogando:
- "Ela me levava lanche no consultório, fazia os afazeres burocráticos de pagamento de contas do consultório, afazeres domésticos, enfim.

Ministério Público:
- "O senhor falou que no dia dois de abril, na quarta-feira, não sabia que ela foi para Frederico Westphalen?"

Interrogando:
- "Não, não."

Ministério Público:
- "E ela não lhe levou lanche, obviamente, nesse dia?"

Interrogando:
- "Provavelmente não, não me lembro disso, porque assim, o lanche, se ela não levava, a secretária providenciava ou ela deixava pronto o lanche." 

Depoimento de Andressa Wagner ao Ministério Público:
(Testemunha)

Ministério Público:
- "Na quarta-feira, dia dois, a Keli foi de tarde ao consultório?"

Testemunha:
- "Sim."

Ministério Público:
- "Que horas?"

Testemunha:
- "Provavelmente nesse horário, a partir de 15, 15 e pouco né, a partir desse horário."

Ministério Público:
- "Na verdade, consta que ela não teria ido na quarta-feira, dias dois, porque ela..."

Testemunha:
- "Ah! Na quarta-feira ela não foi."

Ministério Público:
- "E ela avisou que não iria?"

Testemunha:
- "Não, não avisou."

Ministério Público:
- "E nesse dia, à  tarde que a senhora ligou para sua mãe na casa para saber dela?

Testemunha:
 - "Sim."

Ministério Público:
- "Ligou para perguntar porque ela não teria ido?"

Testemunha:
- "É porque normalmente ela me comentava quando não vinha, porque ia estar em algum lugar, daí eu tinha contas também pra ela, daí liguei para minha mãe lá e pedi se a Keli estava, daí a mãe disse que não, que ela não estava, daí eu disse que não tinha vindo e não tinha dito nada, mas só foi por isso."

OBSERVAÇÃO: Andressa Wagner providenciou o lanche do doutor ou Graciele já tinha deixado pronto?
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Sobre o Facebook de Bernardo


Ministério Público:
- "O senhor acompanhava o Facebook do Bernardo? O que ele fazia?"

Interrogando:
- "O Facebook do Bernardo era protegido com senha que eu realmente sabia e ele sabia operar muito bem um computador."

Ministério Público:
- "Mas, as postagens?"

Interrogando:
- "Não acompanhava."

OBSERVAÇÃO: Procurando o nome Bernardo Uglione Boldrini e Bernardo Boldrini em Três Passos, não localizei. Pelo que eu soube, na idade de 11 anos, Bernardo não tinha Facebook. Estou enganado?

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Sobre o comportamento de Graciele Ugulini nos dias consequentes ao desaparecimento de Bernardo

Juiz:
- "E a Graciele naqueles momentos ali, nos dias ali depois do fato, da sexta-feira até as prisões, o senhor percebeu alguma alteração do comportamento dela? O senhor desconfiou de alguma situação?

Interrogando:
- "Não desconfiei de nada, de absolutamente nada."

OBSERVAÇÃO: Quando todos já desconfiavam da madrasta, Leandro Boldrini foi o único que não desconfiou de nada:

- A mãe de Leandro Boldrini esteve em sua casa e ele afirmou que não tinha nada a ver com o caso, ao contrário de Graciele e segundo a mãe do médico, eles (Polícia) iriam colocá-la numa "caixinha".

- Numa conversa com uma mulher de nome Faby, Leandro toma o telefone de Graciele e fala para a amiga que quando Graciele for presa, a visitará na cadeia.

-  A madrinha de Bernardo, Clarissa Oliveira e seu marido confrontam Leandro a respeito da provável culpa de Graciele. Leandro prontamente a defende.

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Sobre sua atitude ao confrontar Graciele quando foram presos em 14/04/2014

Interrogando:
- "Doutor, a polícia me segurou, porque preso e com a informação de que o filho estava morto, eu acho que partiria para a agressão física, sei lá o que eu iria fazer, tive um descontrole, uma raiva intensa. Já estávamos presos, já estávamos sob custódia da polícia...a polícia apartou.

Juiz:
- "E ela confirmou para o senhor na hora ali, a Graciele que ela teria participação?

Interrogando:
- "Sim, que teria participação. E aí sei que quando eu caí na real mesmo, de ficar sabendo que realmente tinha acontecido, algemado, eu sou muito sincero em dizer para o senhor que eu entrei em desespero".

Juiz:
- "Nesse momento que o senhor ficou sabendo, o senhor já teve um comportamento de desespero, é isso? Queria agredi-la?

Interrogando:
- "Não, não, eu chorei. Quando eu soube da notícia de que ela tinha participação, eu fiquei indignado com ela". 

OBSERVAÇÃO: o doutor Leandro Boldrini teve o desplante de deslocar o seu advogado até a Delegacia de Três Passos em 23/04/2014, para colher de três policiais um atestado, comprovando que ele havia tentado agredir a madrasta ao tomar conhecimento que de ela havia matado Bernardo. Isso seria, segundo o advogado, um indicativo de sua inocência. Não é à toa que ele está sendo acusado também de falsidade ideológica.

Delegada Caroline Bamberg:
- "Quando ela (Graciele), admite que matou (Bernardo), ele (Leandro) não faz nenhum movimento brusco". Na hora que ele recebeu a prisão, ele não desabou. Eu que contei o fato da morte do menino e ele foi extremamente frio".
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"Pode-se enganar todas as pessoas por algum tempo;
E algumas pessoas durante todo o tempo.
Mas não se pode enganar todo o mundo por todo o tempo".
Abraham Linconl (1809-1865) - 16º Presidente dos EUA.

JUSTIÇA PARA BERNARDO UGLIONE BOLDRINI!

 Foto: Carlos Macedo / Agência RBS


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