sábado, 30 de maio de 2015

O depoimento de Evandro Wirganovicz



EVANDRO WIRGANOVICZ CHORA E DIZ QUE É INOCENTE

Evandro Wirganovicz / Foto: Felipe Truda / G1

Em seu depoimento de 50 minutos prestado à Justiça em 27/05/2015, Evandro Wirganoviz nega envolvimento na morte do menino Bernardo Uglione Boldrini. Ele é acusado de participação no crime, moral e materialmente ( por ter aberto o buraco onde o menino foi enterrado).

Veja trechos do interrogatório de Evandro Wirganovicz:

Sobre o dia em que o acusado abriu o buraco onde o menino foi enterrado:
-"Fui pescar. Peguei oito peixes: três trairinhas para o lado de baixo e acho que uns cinco jundiás para o lado de cima naquele pesqueiro."

Juiz:
- “Vamos falar sobre esse local para a gente entender melhor então. A tua mãe mora perto desse local onde a vítima foi enterrada”?

Interrogando:
- “Mora perto”.

Juiz:
- “Que distância é a casa da tua mãe para esse lugar”?

Interrogando:
- “Um quilômetro e pouco eu acho".

Juiz:
- “Um quilômetro e pouco"?

Interrogando:
- “Por aí".

Juiz:
- “Tem um caminho apenas para ir até lá, ou tem mais de um caminho"?

Interrogando:
- “Para ir até o rio tem esse caminho só que atravessa".

Juiz:
- “Eu digo da casa da sua mãe para ir até esse local onde foi feito a cova, tem mais de um caminho ou tem um caminho apenas”?

Interrogando:
- “Uma estrada que atravessa o rio Excelência, que cruza da banda de Cristal para”...

Juiz:
- “Tem apenas uma estrada”?

Interrogando:
- “ É”.

Juiz:
 - “E ali a distância da casa da sua mãe para esse local é de quanto”?

Interrogando:
- “Um quilômetro e pouco eu acho”.

Juiz:
- “E foi esse o trajeto que o senhor fez naquele dia”?

Interrogando:
- “Naquele dia”.

Juiz:
- “Foi nesse dia mesmo que eu falei, no dia dois”?

Interrogando:
- “No dia dois, na quarta-feira”.

Juiz:
- “O senhor sabe onde foi feito essa cova? Hoje assim, o senhor sabe”?

Interrogando:
- “Não sei, eu só ouvi falar que foi do outro lado do rio Excelência”.

Ministério Público:
- “O senhor pegou peixes”?

Interrogando:
- “Peguei, eu peguei três trairinhas para o lado de baixo e acho que uns cinco jundiás para o lado de cima naquele pesqueiro”.

Ministério Público:
- “Então ao total...”?

Interrogando:
- “Uns oito peixes”.

Ministério Público:
- “O senhor colocou, acondicionou aonde esses peixes”?

Interrogando:
- “Eu botei numa sacolinha e levei para a casa da minha mãe quando fui”.

Ministério Público:
- “Quando o senhor chegou na casa da sua mãe as pessoas que estavam lá viram o senhor chegando”?

Interrogando:
- “A minha esposa já estava dormindo com as crianças, a minha mãe viu”.

Ministério Público:
- “A tua mãe estava ali”?

Interrogando:
- “Estava acordada”.

Ministério Público:
- “E ela viu”?

Interrogando:
- “Viu os peixes”.

Ministério Público:
- “Viu o senhor chegando com os peixes”?

Interrogando:
- “Viu eu chegando com os peixes”.”

Ministério Público:
- “E o que o senhor fez com esses peixes”?

Interrogando:
- “A minha mãe limpou, no outro dia ela limpou os peixes”.

Ministério Público:
- “Mas naquele momento que o senhor chegou em casa com os peixes o que o senhor fez”?

Interrogando:
- “Eu botei dentro da pia e botei água em cima.”

Ministério Público:
- “E daí ficou lá...?”

Interrogando:
- “E daí no outro dia a minha mãe limpou.”

Ministério Público:
- “Até o outro dia”?

Interrogando:
- “No outro dia de manhã”.

Ministério Público:
- “Quando a sua mulher acordou ela viu os peixes na pia”?

Interrogando:
- “Ela viu, no outro dia ela viu os peixes”.


Sobre o local em que Bernardo foi enterrado:
- "Na beira do rio, é terra macia".

Sobre sua participação no crime:
- "Eu não fiz nada. Quem fez tem de pagar. Se ela (Edelvânia) fez, tem que assumir o que fez. Capaz que eu ia fazer isso, com dois inocentes que tenho dentro de casa. Eu quero que Deus tira a vida deles se eu estiver mentindo. Eu não fiz nada."

Sobre a participação de Edelvânia na abertura do buraco:
Evandro acredita que Edelvânia possa ter cavado o buraco, apesar de ela nunca ter confirmado isso para ele. Mas garante que como ela foi criada em fazenda, tem conhecimento sobre o tipo de ferramenta adequada para abrir a "terra macia" do local à beira do rio.

Sobre sua inocência:
- "Eu boto minha cabeça no travesseiro de noite e durmo. Minha consciência está tranquila. Não sou assassino. Se eu ficar na cadeia, vou estar pagando por uma coisa que eu não fiz".

Ao Juiz, na saída da audiência e chorando muito:
- "Deus vai tocar no seu coração e o senhor vai ver que estou falando a verdade."

Evandro Wirganovicz foi o único réu que não portava o colete à prova de balas.

Agora, as contradições do senhor Evandro Wirganovicz:

- "Pesquei duas trairas...e três ou quatro jundiás...peixe pequeno." Disse Evandro no teste do polígrafo em 21/05/2014. 

- O militar aposentado Valdecir Johan, descreveu o local como de terra muito dura e com muitas raízes. Por isso desconfiou que Evandro pode ter ajudado as duas mulheres  pois seu carro estava há 50 metros do buraco, dois dias antes da morte de Bernardo.

3º - A testemunha, o senhor Valdecir Johan afirma que Evandro Wirganovicz sabia das condições inadequadas para peixe naquele dia 02/04/2014, pois o rio estava muito baixo. Ele estranhou o fato de Evandro estar ali de carro, sendo a casa de sua mãe tão perto.

 - É costume as pessoas pescarem no Rio Lajeado, entretanto, a testemunha afirma que Evandro costumava pescar com os irmãos, mas sempre iam a pé.

- Leandro Assis Brondani, da loja de ferragens, conta:
- "Naquele dia, não sei dizer bem quando, Edelvânia perguntou como se fazia para abrir um buraco e o que ela precisaria. Eu respondi e disse o que ela precisaria, as ferramentas. Aí perguntei o motivo do buraco. Ela me disse que seria próximo à casa de sua mãe."

- A mulher de Evandro desconfiou da pescaria. Lembra que ao confrontar o marido, logo após a prisão de Edelvânia, Evandro começou a chorar, mas não disse nada. Ela não lembrava se ele havia chegado com peixe ou se estava sujo de terra.

Conforme testemunhas, na época do desaparecimento de Bernardo, Evandro Wirganovicz começou a quitar dívidas no comércio local.

- No depoimento à Justiça, Evandro disse que levou o pescado para a mãe limpar. Já Luciane Saldanha, sua companheira, na segunda versão dada em 18/09/2014, informa que foi o próprio Evandro quem limpou os peixes:
Luciane Saldanha:
- "Ele limpou os peixes no outro dia. Tinha aqueles com barbinha grande e uns pequeninhos."

- Evandro disse que foi pescar de carro: não tinha como andar a pé, porque o local é cheio de pedregulhos e o nível do rio naquele dia estava baixo, deu para passar com o veículo (corroborando as informações do senhor Valdecir Johan).

10º - Na antevéspera do crime, 02/04/2014, ele foi pescar, mas "do outro lado" do rio.
(Grifo meu: QUE OUTRO LADO DO RIO? De que lado do rio Bernardo foi enterrado? Lado direito ou lado esquerdo? Existe acesso fácil dos dois lados? Como Evandro Wirganovicz sabia de que lado estava a cova do menino? Não me lembro da imprensa, divulgando o mapa do local, a não ser que era um lugar afastado, de denso matagal e à beira de um rio  em Frederico Westphalen).

11º - Atitude diversionista de Evandro: ele ressaltou que não circulava na região onde o corpo de Bernardo foi encontrado em 14/04/2014, havia dois meses. Voltou atrás somente quando testemunhas disseram ter visto seu carro nas imediações. Depois ele alegou que escondeu a verdade por medo, mas quem não deve não teme.

No teste do polígrafo a que Evandro Wirganovicz se submeteu em 21/05/2014, em pelo menos três quesitos, o aparelho detectou estresse, desconforto e possibilidade de mentira:

- Sobre o planejamento da morte do menino Bernardo.

- Quem seriam, efetivamente, os responsáveis pela abertura do buraco.

-  Se Evandro sabia antes de 04/04/2014, que Bernardo seria morto.

OBSERVAÇÃO:  Na minha modesta opinião, se antes já não restava dúvida, agora é concreta a participação do senhor Evandro Wirganovicz no hediondo feito. Ele foi denunciado pelo Ministério Público sob acusação de homicídio triplamente qualificado, juntamente com a irmã Edelvânia Wirganovicz.

Foto de Felipe Schroeder Franke / Terra.

"É uma terra dura, com muitas raízes de árvore. É muito difícil de cavar" - disse um policial militar aposentado que denunciou  a presença do carro de Evandro Wirganovicz, 50 metros onde o menino Bernardo foi enterrado. Edelvânia não daria conta de cavar, ainda mais sozinha.

Evandro Wirganovicz: " Perto do rio, a terra é macia." (Tentando se livrar do feito hediondo.)

P.S.:  A terra perto do rio é macia? Sério? Como você sabe, sr. Evandro Wirganovicz?

Disponível em: <zh.clicrbs.com.br>.Veja o que cada réu falou durante audiência. Acesso em 30/05/2015.
Disponível em:<zh.clicrbs.com.br>. 2014. Detector aponta que Evandro Wirganovicz pode ter mentido. Acesso em 30/05/2015.
Disponível em:<tjrs.jus.br/site/imprensa>. Evandro Wirganovicz encerra interrogatório. Acesso em 29/05/2015.


JUSTIÇA PARA ODILAINE E BERNARDO UGLIONE BOLDRINI!





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