terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Preservação da memória de Bernardo Uglione Boldrini


Em carta a juiz, Leandro Boldrini pede que memória do filho seja preservada Adriana Irion/Agencia RBS
foto Adriana Irion /RBS

LEANDRO BOLDRINI PEDE QUE PRESERVEM A MEMÓRIA DO FILHO

Um pai, indignado com a exposição indevida de seu filho, resolve de dentro da Penitenciária de Segurança Máxima de Charqueadas, na Região Metropolitana de Porto Alegre/RS, escrever ao Juiz, responsável pelo caso, solicitar providências no sentido de se preservar a memória dele. A carta datada de 11/09/14 e enviada ao Juiz, contém a seguinte mensagem:

- "Peço que o senhor tome providências no sentido de preservar a memória do meu filho Bernardo Uglione Boldrini  e a imagem da minha filha Maria Eduarda. Esse processo é uma tragédia na minha vida ao mesmo tempo que sou acusado de ser o assassino. Minha vida, minha carreira que tanto priorizei, hoje já não me importam mais. Não posso, por mais falhas que cometi como pai, concordar que utilizem essa tragédia, para se promoverem".

O motivo do desabafo foi uma palestra propiciada pela Universidade de Santa Maria, que contou com a participação da promotora do caso na época , Dinamárcia Maciel de Oliveira e da delegada Caroline Bamberg, que investigou o assassinato do menino Bernardo, em 04/04/14. Leandro Boldrini, autor da carta e pai de Bernardo Uglione Boldrini é acusado de planejar o crime em cumplicidade com a mulher Graciele Ugulini, executora  com mais dois cúmplices: Edelvânia e Evandro Wirganovicz.

Procuradas pela RBS/TV, a delegada Caroline Bamberg disse não ter nada a comentar sobre o ocorrido. Já a promotora Dinamárcia Maciel de Oliveira, confirmou que: - " Foi uma palestra do meio acadêmico, sem nenhuma novidade, que não expôs nada além do conhecimento do Ministério Público e amplamente divulgado pela imprensa".

Para o psiquiatra forense Rogério Cardoso, trata-se de uma carta escrita por uma "pessoa lúcida e esclarecida". Segundo o especialista, o texto tem início, meio e fim e uma mensagem objetiva: ele mostra desconforto e indignação com o tratamento que a delegada e promotora estão dando ao caso. Mostra sentimentos de pai". -  resumiu ao analisar o texto. Falando dessa maneira, dá-se a impressão que estamos falando de um débil mental. Não! Estamos falando de uma pessoa articulada, determinada, fria e inteligente que passou 6 anos num banco de faculdade aprendendo medicina, fora o tempo de especialização!

Leandro Boldrini se encontra detido desde abril de 2014, acusado de haver planejado o assassinato do próprio filho juntamente com a mulher Graciele Ugulini, executora, juntamente com outros dois cúmplices.

" A palavra aborrece tanto os Estados arbitrários, porque a palavra é o instrumento irresistível da conquista da liberdade. Deixai-a livre, onde quer que seja, e o despotismo está morto". (RUI BARBOSA).

- E aborrece também as  pessoas arbitrárias, via de regra.

É dado as pessoas, o direito da livre expressão, desde que não afronte  direitos humanos fundamentais. A liberdade de expressão subdivide-se em direito DE informar, direito de SE informar e direito de SER informado, ainda mais quando se trata de assuntos de interesse coletivo. Evidente que há de se ter responsabilidade na veiculação de informações e idéias. No entanto, no caso da delegada e da promotora, não vejo o porquê da indignação do doutor Leandro Boldrini. Pelo que consta, a Universidade de Santa Maria, possui em seu currículo, cursos de Direito. Não sei se é o caso, mas geralmente nesses cursos, é praxe debater assuntos de relevância nacional, além da presença de especialistas na área tratada e que possam agregar valores aos conhecimentos dos discentes.

Quisera nós que o nome de Bernardo Uglione Boldrini não fosse alvo de tantas citações, conjeturas, especulações e opiniões. Há que ter responsabilidade também no âmbito da ética, conduzir-se, se não pela perfeição, pelo menos por um bom caminho. Os únicos culpados por tal exposição são justamente: pai e madrasta. É tarde demais para tentar remediar o fato e evitar questionamentos e divulgações, ainda mais com o advento da internet. Aplaudo e respeito a atitude e intenção da delegada e promotora. Em vez de se recolherem às suas residências para usufruir do convívio com suas famílias, após um árduo dia de trabalho, estão dando a cara à tapa, que debalde os esclarecimentos, são pressionadas.

O que o doutor Leandro Boldrini quer que a Justiça faça? Que cale a boca de seus abnegados defensores? Leandro Boldrini sabia e participava dos maus tratos a seu filho Bernardo. Leandro Boldrini gravava cenas de tortura psicológica de seu Bernardo. Leandro Boldrini, juntamente com Graciele Boldrini pareciam quase felizes, quando se apresentavam na delegacia para saber notícias de Bernardo. Leandro Boldrini fumou charuto em balada na qual compareceu, uma noite depois da morte de Bernardo. Leandro Boldrini sabia o que a mulher tinha feito com Bernardo e mesmo assim calou-se, negando levar o fato ao conhecimento da polícia, POR QUÊ? Leandro Boldrini chegou cantando ao local de trabalho, três dias após o desaparecimento do filho Bernardo. Etc.,etc., etc....

Ele diz que a  vida e carreira que tanto priorizou, agora não tem nenhuma importância. Ele não cita a família, esta não foi prioridade em sua vida. Parece que o doutor Leandro Boldrini anda se preocupando demasiado com a movimentação da Justiça trespassense. Lógico que ele tem o direito de escrever quantas cartas quiser para sensibilizar o Juiz, entretanto, acredito que ele faria melhor se estivesse se ocupando em escrever um tratado sobre a sua inocência, aliás, bastante custosa. Haja visto, o empenho dos advogados e  todos seus "Habeas Corpus" negados. 
Disponivel em G1 e www. ambito-juridico.com.br.


" Que a felicidade não dependa do tempo, nem da paisagem, nem da sorte, nem do dinheiro. Que ela possa vir com toda a simplicidade, de dentro para fora, de cada um para todos. Que as pessoas saibam falar, calar e acima de tudo ouvir. Que tenham amor ou então sintam falta de não tê-lo. Que tenham ideais e medo de perdê-los. Que amem o próximo e respeitem sua dor. Para que tenhamos certeza de que: ser feliz é a mais autêntica forma de felicidade". (CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE).




OBSERVAÇÃO: A propósito, a alegação do doutor Leandro Boldrini de que a letra na receita azul do Midazolam não era dele, então algum conhecido seu, deve ser mestre em copiar assinaturas. As duas são iguaizinhas: a da carta escrita por ele e a da receita entregue a Edelvânia Wirganovicz, uma das cúmplices na morte de Bernardo. 

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