quarta-feira, 15 de julho de 2015

Midazolam no caso do menino Bernardo Uglione Boldrini


SENHORES,TIREM SUAS PRÓPRIAS CONCLUSÕES

Cartazes na frente da casa onde morou o menino Bernardo. Foto: Tadeu Vilani / Agência RBS

Estratégia dos advogados: um dos diálogos captados por meio de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, entre parentes do médico Leandro Boldrini:

Familiar 1 (não identificado):
- "Aquela de Frederico Westphalen (Edelvânia Wirganovicz), vai manter o que já disse e a Kelly (a madrasta Graciele Ugulini) vai falar que o Leandro está fora, que não tinha nada, nenhuma participação e tal".
Por Adriana Irion em: 13/05/2014. Trecho de: Polícia analisa suposta receita de Midazolam assinada por Leandro.

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 Graciele Ugulini fala com amiga sobre estratégia de Leandro para livrá-la da cadeia, caso ela viesse a ser presa.
Fala de Leandro Boldrini em 27/05/2015, durante interrogatório no Fórum de Três Passos /SBT.

Em 23/04/2014, Jader Marques, advogado do médico na época, esteve na Delegacia de Três Passos, para solicitar que três policiais atestassem que na hora que Leandro Boldrini recebeu a notícia da morte de Bernardo, ele teria "desabado", se desesperado, chorado e até investido contra a madrasta, no que foi contido pela Polícia.

Advogado Jader Marques:
- "A situação que está sendo apontada contra ele (Leandro) não condiz com o que ele me disse. No momento da prisão, ele perguntou se a Keli (Graciele) sabia o que tinha acontecido, se algo tinha acontecido com o menino".
- "O Leandro para ela (Graciele) se matou ele (Bernardo), ela titubeia, não responde, depois que ele insiste, ela acaba confessando, ele investe contra ela e acaba seguro pelos policiais".

De acordo com essa versão dada por Leandro Boldrini ao advogado, este salienta que o ocorrido comprova a inocência do seu cliente e que inclusive possui um documento que comprova essa passagem, ocorrida na Delegacia de Três Passos em 14/04/2014. (?)

Alguns minutos mais tarde, a Delegada Caroline Bamberg adentrou na Delegacia e teve a oportunidade de ainda encontrar o advogado e contestar suas declarações:

Delegada Caroline Bamberg:
- "Quando ela (Graciele) admite que matou (Bernardo), ele (Leandro) não faz nenhum movimento brusco".

- "Vocês acham que ele (advogado) viria dizer: "meu cliente tem culpa"? Na hora que ele (Leandro recebeu a prisão, ele não desabou. Eu que contei o fato da morte do menino e ele foi extremamente frio nesta hora".
Disponível em:

OBSERVAÇÃO: traduzindo: ele não desabou, ele não chorou, ele não se desesperou e nem mesmo partiu para a agressão contra a madrasta. Se o oposto dessa situação, conforme o advogado, confirma a inocência de Leandro Boldrini, então ele decididamente: não é inocente da acusação de mentor, mandante e patrocinador da morte do próprio filho.
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Mistura letal do Midazolam causa Polêmica nos EUA

Dennis McGuire, acusado do assassinato de uma mulher grávida em 1989, foi morto com uma injeção letal de Midazolam associado ao analgésico/narcótico Hidromorfona, utilizados pela primeira vez em um processo de execução no Estado de Ohio, EUA, em janeiro de 2014.

Um repórter do Jornal Daily News, presente à execução, relatou:
- Às 10:29 hs, seus olhos rolaram para trás como se estivesse indo dormir e às 10:35 hs, MacGuire que parecia inconsciente entrou em convulsão, parecia engasgar, lutava para respirar".
Dennis MacGuire foi considerado oficialmente morto às 10:53 hs, de acordo com comunicado do Departamento de Reabilitação e Correção de Ohio.

Outras testemunhas presentes também observaram a dificuldade do condenado para respirar. Um juiz federal rejeitou o apelo dos advogados de McGuire de que aquela combinação de medicamentos iria expô-lo a um risco considerável de dor intensa e terrível incapacidade de absorver o ar, antes de atingir a inconsciência.

Os familiares do condenado que assistiam a execução choraram e um deles, conforme o Daily News, censurou:
- "Como isso pode continuar por tanto tempo"?

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Seis meses depois da polêmica execução de Dennis MacGuire, outro preso de nome Joseph Wood, foi executado no Estado do Arizona, com a mesma combinação de medicamentos. Joseph Wood foi declarado oficialmente morto, uma hora e cinquenta e sete minutos, depois de receber via intravenosa, o coquetel mortal do sedativo Midazolam com o analgésico Hidromorfona.

Michael Kiefer, do Jornal Arizona Republic e uma das testemunhas que assistiu a execução, disse:
- "Buscava o ar como um peixe na terra. O movimento era como de um pistão. Abria a boca, levantava o peito, enchia o abdômen. E quando o médico foi examiná-lo, anunciou pelo microfone que Wood continuava sedado, mas podíamos ouvir os ruídos que fazia, como quando o filtro de uma piscina chupa ar. Foi morte por apnéia e durou mais de uma hora e meia".

Testemunhas também relataram que o agonizante tentou respirar centenas de vezes, quando o processo não poderia passar de 10 minutos. A execução de Joseph Wood reacendeu a discussão sobre a punição restabelecida em 1976 pela Suprema Corte dos Estados Unidos. Apesar da pena de morte ser admitida em 32 estados americanos, a Oitava Emenda da Constituição Americana proíbe "punições cruéis e inusitadas".

Em abril de 2014, um terceiro condenado, Clayton Lockett de 38 anos, morreu de uma parada cardíaca, uma hora depois da administração de uma combinação medicamentosa que incluía o Midazolam.
A defesa de Joseph Wood também se manisfestou a respeito da combinação dos compostos químicos utilizados na execução e da recusa do departamento de Correção do Arizona em disponibilizar informações sobre as verbas destinadas à aquisição dessas drogas.

Houve censura por parte de Daile Baich, um dos advogados de Joseph Wood:
- "O Arizona se somou aos estados responsáveis por um horror que poderia ser evitado totalmente: uma execução mal executada. O público deveria responsabilizar os funcionários e exigir que este processo fosse mais transparente".

As polêmicas sobre a pena de morte nos EUA, tiveram um aumento significativo, depois que os exames de DNA, provaram a inocência de inúmeros condenados. Uma campanha global liderado por grupos contrários à pena de execução, conseguiram proibir no mês de junho de 2015, a fabricação do narcótico tiopentato de sódio, um dos componentes usados nos coquetéis mortíferos. Esse é um dos motivos dos estados tentarem soluções alternativas em compostos nunca antes utilizados. Atualmente 3.070 pessoas aguardam no corredor da morte.



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A presença do medicamento Midazolam, detectada no corpo do menino Bernardo Uglione Boldrini, pelo Instituto Geral de Perícias (IGP), pode ter sido a causa da sua morte.
Se não for utilizada da forma correta, ou seja, em ambiente hospitalar, com monitoramento constante de médicos, a substância pode matar.

O Doutor Luiz Fernando Menezes, gestor do Hospital Mãe de Deus, de Porto Alegre/RS, adverte:
- "Sedativo muito potente que requer a aplicação por um anestesista e o acompanhamento para evitar complicações, pois deprime a respiração, ou seja, diminui a capacidade do paciente de respirar". 

- "Em geral, o Midazolam funciona como agente indutor, induz a anestesia geral, tira a consciência do paciente em doses mais elevadas. Dependendo da dose, também deprime a capacidade respiratória. Pode levar à morte se o paciente não for assistido. O ideal é que seja aplicado por médicos treinados para sedação, no caso um anestesista".

O IGP apontou Midazolam, mas o laudo não menciona nenhuma outra substância que poderia ter sido encontrada no organismo de Bernardo. Edelvânia Wirganovicz informou em depoimento que foi a madrasta Graciele Uglini quem injetou no braço do menino a injeção letal. Caso tenha sido somente o Midazolam, no mínimo, a aplicação desobedece dois princípios elementares:

a) - O Midazolam não pode ser aplicado por enfermeira e sobretudo, deve ser ministrada em local onde se possa observar efetivamente a respiração do paciente:

Doutor Luiz Fernando Menezes:
- "Ele (Midazolam) pode ser prescrito diretamente por um médico em uma unidade onde há capacidade de fazer o monitoramento da respiração do paciente, como uma unidade de tratamento intensivo, uma sala de respiração ou em uma unidade de centro cirúrgico".

b) - Após a aplicação do Midazolam, com injeção na veia (forma mais potente)ou no músculo ou ainda por via oral (comprimidos), o paciente precisa estar em constante observação:

Doutor Luiz Fernando Menezes:
- "Não posso simplesmente aplicar e virar as costas, deixar o paciente sozinho. tenho de monitorar, ver os sinais vitais, a respiração e a função circulatória e principalmente a respiratória".

c) - Apesar de não haver restrições ao uso por crianças e idosos, o Médico recomenda o acompanhamento próximo, devido a resposta individual de cada paciente à medicação:

Doutor Luiz Fernando Menezes:
- "Há pacientes que se agitam, não dormem, ficam angustiados e agitados. É muito individual".

Disponível em: 

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Os peritos do IGP entregaram à Polícia Civil de Três Passos, um laudo atestando a presença da substância caracterizada como Midazolam no organismo do menino Bernardo, cujos traços do medicamento foram identificados por meio de exames específicos feitos com reagentes químicos. Entretanto, o Órgão não soube precisar em que parte do corpo do menino se concentrou a maior parte do medicamento e tampouco de que forma o Midazolam foi administrado (se comprimidos ou solução injetável).

Edelvânia Wirganovicz disse que Graciele Ugulini aplicou uma injeção no braço do menino e os exames laboratoriais realizados pelo IGP confirmaram em parte sua versão inicial. Os peritos descartaram a hipótese de que ele estivesse respirando ao ser enterrado, pois como seu corpo se achava envolvido em um saco poroso, provavelmente teria sido encontrado vestígios de terra em suas vias respiratórias. O laudo do IGP confirma que a morte do menino Bernardo ocorreu no mesmo dia do seu desaparecimento em 04/04/2014.
Disponível em: 

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Graciele Ugulini em 22/04/2014, quando foi interrogada pela Polícia Civil de Três Passos

Graciele Ugulini:
- "No caminho eu vim pensando: oque eu vou dizer pro pai dele? Aí eu resolvi falar isso, que ele tinha ido dormir num colega. Mas eu estava tão desesperada, tão desesperada, que só queria consumir o corpo. mas eu não fiz por querer. Eu nunca quis, não era essa a intenção, não era". 

OBSERVAÇÃO:  a correção não se encerra com a condenação efetiva de Graciele Ugulini e de seu companheiro, o médico Leandro Boldrini. Bernardo Uglione Boldrini era uma criança de apenas onze anos de idade. Faço questão absoluta de acompanhar a cassação da enfermeira pelo Conselho Regional de Enfermagem do Rio Grande do Sul (COREN) bem como do médico junto ao Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (CREMERS), ambos pela indignidade de ostentar o título que carregam.

JUSTIÇA PARA ODILAINE E BERNARDO UGLIONE BOLDRINI!

Um comentário:

  1. Quanta maldade fizeram com o Bernardo. Uma criança que só queria amor e atenção do pai.
    Eu sinto muito por ti Bernardo.

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