A FALTA QUE FAZ O PARCEIRO DE TRAVESSURAS: O MENINO BERNARDO.
Gabriel dos Santos e Ivone Tonelo em foto de Marcelo Monteiro/Agência RBS
Nunca mais as horas de lazer foram as mesmas para Gabriel dos Santos de 12 anos. Para ele, as brincadeiras de pique (esconde-esconde), os jogos de futebol, as corridas de bicicleta ao redor da Cia. Riograndense de Saneamento (CORSAN), deixaram de ter o mesmo valor depois da partida de Bernardo Uglione Boldrini, o menino assassinado em 04/04/14, na cidade de Três Passos/RS. O pai Leandro Boldrini e a madrasta Graciele Ugulini são os principais acusados do crime que comoveu o País.
Estas e outras brincadeiras faziam parte da série de peripécias de infância de Bernardo e Gabriel, nas proximidades da Rua Gaspar Silveira Martins, Centro de Três Passos, onde Bê morava:
- "Ele (Bernardo) era muito bagunceiro". As poucas palavras de Gabriel define o amigo com quem, apesar de não frequentarem a mesma escola, diversas vezes voltou para casa.
Nesse retorno da escola, os planos para as travessuras do dia eram traçadas pela dupla. Algumas eram mais ousadas, como por exemplo, apanhar as bergamotas (tangerinas) amarelinhas do quintal da vizinha, entupir as canalizações de água com pedras, apertar campainha e sair em disparada, etc.:
- "O Bê era agitado. Ele apertava a campainha e saía correndo. Era ele quem pulava a cerca para pegar a bola quando caía no pátio dos vizinhos". - Revela Gabriel, a respeito do parceiro de tantas travessuras.
Os amigos Bernardo, Gabriel e Maicon tinham o costume de disputar corridas de bicicleta. O troféu de propriedade de Gabriel e entregue metaforicamente ao vencedor, no final, voltava sempre para as mãos do dono original.
- "Não andamos mais de bike". - conta Gabriel, erguendo o troféu para a foto em frente a bergamoteira da casa de Ivone Tonelo.
Ela lamenta o fato de não ter conhecido Bernardo:
- "Só fiquei sabendo que eles vinham pegar bergamotas aqui depois que ele morreu" - relata Ivone.
- "De noite, a gente entrava, mas ele ficava na rua. Podia passar ali (casa da família Boldrini), a qualquer hora do dia, ele sempre estava do lado de fora". - Conta Gabriel.
Claudete, mãe do menino Gabriel, opina que Bernardo não deixou um vazio somente no coração do filho, mas de todas a pessoas que o conheciam.
- "A gente sente falta. Parece que enxerga ele ali, sentadinho na calçada". - Conclui Claudete.
Disponível em <zh.clirbs.com.br/notícias/parceiro-de>. Matéria de Marcelo Monteiro. Acesso em 08/04/2015.
OBSERVAÇÃO: Bernardo não era levado à escola. Bernardo não era buscado na escola. Não fazia diferença alguma, para Leandro Boldrini e Graciele Ugulini, o fato do menino precisar fazer a higiene pessoal, se alimentar, fazer as tarefas escolares, dormir. Bernardo era simplesmente o menino invisível: há muito tempo ele tinha deixado de existir para pai e madrasta e até as crianças, seus amiguinhos, tinham a noção de sua situação. Lamentável e muito triste!
JUSTIÇA PARA ODILAINE E BERNARDO UGLIONE BOLDRINI!
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