Edelvânia Wirganicz
Foto - Reprodução TV Globo
zh.clicrbs.com.br/.../fa-de-criancas-assistente-social-passava-por-dificuld
Quem
conviveu com a assistente social Edelvania Wirganovicz, 40 anos, em Frederico
Westphalen, tem dificuldades para entender como uma mulher extrovertida e
carinhosa com as crianças é suspeita de assassinar uma criança de 11 anos — o menino Bernardo Uglione Boldrini,
conforme ela própria confessou à Polícia Civil de Três Passos após ser presa no
dia 16 de abril.
A explicação, para todos os ouvidos
por Zero Hora, seria apenas uma: dinheiro.
— Nos conhecemos há 10 anos, temos
uma boa amizade, ela sempre estava por aqui conversando conosco. Eu sei que a
Edelvania passava por sufoco financeiro, o salário dela pouco cobria o estilo
de vida classe média que levava. Esse crime foi movido pelo dinheiro — acredita
o funcionário do posto de gasolina onde a assistente social foi vista com
Bernardo e a madrasta Graciele Ugulini na tarde do dia 4 de abril. As imagens
foram fundamentais para elucidar o caso.
Em depoimento prestado à polícia, Edelvânia admitiu ter recebido a quantia de
R$ 6 mil, usada para pagar uma parcela do apartamento comprado por R$ 96 mil. O
acerto total seria de R$ 20 mil, mas Graciele estaria disposta a quitar o
restante da dívida.
— Era muito dinheiro e não teria
sangue nem faca, era só abrir um buraco e ajudar a colocar dentro o menino —
relatou Edelvânia aos agentes, com frieza.
No dia do crime, a assistente social
sentou-se em um restaurante ao lado do posto, pediu uma cerveja e aguardou pela
chegada de Graciele, que estava com o menino e havia prometido comprar a ele
uma televisão em Frederico Westphalen. As duas se cumprimentaram e saíram com
Bernardo para uma suposta consulta com uma benzedeira. Em seguida, aplicaram
uma injeção letal no garoto e levaram o corpo para uma cova, aberta dias antes,
às margens do Rio Mico. O irmão Evandro Wirganovicz acabou preso suspeito de
ajudar na morte.
Foi neste local, que divide os
municípios de Frederico Westphalen e Cristal do Sul, que ela cresceu na
companhia de quatro irmãos e duas irmãs. A mãe ainda vive na pequena residência
de madeira, localizada a 700 metros da cova de Bernardo. Na casa de Tereza
Wirganovicz, a polícia encontrou a pá e a escavadeira deixadas pela filha antes
do assassinato. Zero Hora foi até o local, mas ouviu que a família quer ser
deixada em paz.
— São pessoas muito simples. O pai da
Edelvania morreu há cerca de três anos e eles resolveram arrendar a terra e
criar alguns animais, como porcos e galinhas — conta o dono do restaurante onde
a suspeita foi flagrada com Graciele.
Carinho
com as crianças
Para ganhar a vida na cidade,
Edelvania começou a fazer serviços gerais na casa de uma família tradicional de
Frederico Westphalen. Cuidava do almoço, limpava e ajudava em outras tarefas
domésticas que os patrões exigiam. Em seis anos conseguiu acumular dinheiro
suficiente para estudar Serviço Social na Universidade Regional Integrada do
Alto Uruguai e das Missões (URI). Ela chegou a passar no vestibular para
Ciências Sociais da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) em 2006, mas não
cursou.
— Saiu da casa dos pais sem nada, não
foi ajudada e sempre trabalhou muito. O mais incrível é que adorava crianças e
inclusive cuidava de uma menina pequena de outra família. É uma pessoa que, na
medida do possível, sempre esteve disposta a ajudar — conta um policial
conhecido dela há mais de 30 anos.
— É uma mulher alegre, divertida, de
bem com a vida, vaidosa. Onde é que estava escondido esse lado ruim, meu Deus
do céu? — questiona uma amiga que costumava encontrá-la em um salão de beleza.
Envolvimento
com a política
A amizade com Graciele vem de longa
data. As duas chegaram a dividir um apartamento por dois anos antes da madrasta
de Bernardo se mudar para Três Passos. Depois, Edelvânia envolveu-se com a
política, trabalhou de setembro de 2011 até agosto de 2012 como Cargo de
Confiança na prefeitura de Frederico Westphalen e fez campanha para o candidato
ao Executivo na época, José Alberto Panosso, do PMDB.
— Não era da nossa linha de frente,
ainda bem. É indignante a situação. É um fato revoltante — afirma ele.
Quando foi presa, Edelvania recém
havia encerrado o vínculo com a 19ª Coordenadoria Regional de Saúde, em
Frederico Westphalen. Ela foi cedida ao município em troca de um dentista, que
fora deslocado em seu lugar para Cristal do Sul, e trabalhou na assistência
farmacêutica até o dia 4 de março, exatamente um mês antes da morte de
Bernardo. Às vésperas de ser indiciada por homicídio qualificado, Edelvânia
conta com o apoio dos familiares e do namorado, um professor da "URI" que está
ajudando a pagar seu advogado de defesa. Quando deixar a Penitenciária Estadual
Feminina de Guaíba, na Região Metropolitana, ela terá de enfrentar a rejeição
de uma cidade inteira que não pode sequer ouvir, tocar no seu nome.
— Não queremos vê-la mais aqui, estamos
indignados com essa história, não aguentamos conviver com tamanha frieza e
ganância. Espero que ela fique bem longe de nós —conclui uma ex-colega, que fala em nome de 30 mil pessoas.
SURPRESA
http://gaucha.clicrbs.com.br/rs/noticia-aberta/mae-de-assistente-social-confirma-que-filha-deixou-pa-e-cavadeira-em-sua-casa-95801.htmlas
A mãe de Edelvânia Wirganovicz,Tereza Wirganovicz, 64
anos, não acredita que sua filha tenha culpa na morte de Bernardo Uglione Boldrini ( apesar da confissão pública da filha que a sua participação no crime foi unicamente por dinheiro), mas confirmou
que recebeu uma pá e uma cavadeira da filha, ato que causou
estranheza, segundo ela. Edelvânia está presa desde o início da semana, acusada
de participar da morte de Bernardo ao lado do pai e da madrasta do menino.
Viúva e mãe de sete filhos, Tereza afirma que nunca deu
motivo para que os filhos fizessem algo nesta proporção. - “Ela me ajudava, me
trazia as coisas. Ela nunca demonstrou agressividade. Ela sempre ajudava os
irmãos”. Para Tereza, Edelvânia foi iludida por Graciele Ugulini, a
madrasta de Bernardo: - “Essa mulher iludiu a minha filha. Como é que ela foi
cair nessa armadilha, meu Deus do céu" -, desabafa a idosa.
Tereza Wirganovicz garante que não sabia do crime. Que só
soube quando a Polícia Civil chegou na casa dela junto com a filha, que mal
olhava para a mãe. Confirmou ainda que Edelvânia sempre visitava a casa
dela nos finais de semana. Tereza confirma que no dia 04/04/2014, dia em que a
Polícia acredita que Bernardo foi morto e enterrado, Edelvânia não teria ido a
sua casa. No dia 05/04, Tereza disse que a filha a visitou. Perguntada se
ela havia levado uma pá e uma cavadeira, ferramentas que a Polícia teria
apreendido na casa dela, a idosa confirmou.
"Ela chegou ali e já deixou a pá e me disse: - "ó mãe, eu
trouxe essas ferramentas pra ti arrumar lá" - (o terreno que Tereza comprou). Ela
trouxe uma pá e uma cavadeira. Eu senti um aperto no peito quando ela me
apresentou aquelas ferramentas, porque
essas coisas a gente tem aí", admitiu a idosa.
http://gaucha.clicrbs.com.br/rs/noticia-aberta/mae-de-assistente-social-confirma-que-filha-deixou-pa-e-cavadeira-em-sua-casa-95801.htmlas
AMIGAS
Fonte - Zero Hora.
O contato
entre Graciele Ugilini e Edelvânia Wirganovicz data de muitos anos. As duas se
tornaram íntimas quando Graciele, na época em que trabalhava como
enfermeira, foi cedida pelo município de Três Passos, para atuar na Coordenadoria
Regional de Saúde de Frederico Westphalen. Edelvânia também atuava lá, cedida
pela Prefeitura da pequena
localidade de Cristal do Sul. As duas chegaram a morar juntas por dois anos e
freqüentemente eram vistas na cidade, inclusive em bares. O contato
entre as duas, depois da mudança, teria sido apenas por meio de facebook e
algumas ligações telefônicas.
Edelvânia
contou que cerca de dois meses antes da morte de Bernardo, Graciele foi ao seu
trabalho e depois as duas foram para o apartamento de Edelvânia. Para
envolvê-la, Graciele lhe presenteou com "cremes e enfeitezinhos" para
o apartamento. Enquanto tomavam chimarrão, Kelly convidou Edelvânia para ser madrinha da sua filha e desabafou sobre a sua relação com Bernardo, que o
menino era ruim, que brigava até com o pai.
Após essa
conversa, Kelly (apelido de Graciele), perguntou o que ela achava, sendo que
ela tinha bastante dinheiro e que se Edelvânia lhe ajudasse a dar sumiço
no guri, ela lhe daria dinheiro e ajudaria a pagar o apartamento. A resposta não
foi dada no mesmo dia. Kelly deu um tempo à amiga e elas se falaram algumas
vezes por telefone. Por fim Edelvânia, vencida pela ganância, aceitou a triste Incumbência.
Kelly voltou
à cidade dois dias antes do crime. Edelvânia disse que estava recebendo a
esposa de um delegado e que quase lhe contou sobre a proposta de Graciele.
A aparição súbita desta, a deixou assustada. Se ela tivesse contado, a
mulher do delegado a teria impedido.No dia 02/04/14, Kelly expôs o seu plano:
dopar o menino e depois lhe aplicar uma injeção letal na veia. Pediu
também um local
para consumir o corpo que ficou a cargo de Edelvânia. Elas alegam que pás e
cavadeiras foram utilizadas no mesmo dia para abrir a cova, já que não
estavam conseguindo com a enxada de Edelvânia. Além das ferramentas, compraram também
soda cáustica "para diluir rápido o corpo e não deixar cheiro".Testemunhas
viram o carro de Evandro Wirganovicz no local, dias antes do crime (depois Edelvânia admitiu que ele ajudou apenas na ocultação do corpo). As ferramentas
ficaram na casa de Edelvânia e em 05/04/14, ela as levou para a casa de
sua mãe.
Segundo
Edelvânia, Kelly avisou que voltaria com o guri na quinta ou sexta-feira e que de segunda-feira não passava. Na sexta-feira,04/04/14, por volta das 12:00
horas, ela recebeu uma mensagem de Graciele informando que já estava a caminho
de Frederico Westphalen usando um código para informar que Bernardo estava
junto. Edelvânia esperou Kelly embaixo do prédio onde mora. Todos os apetrechos
que seriam usados para o crime já estavam no porta-malas do Siena (ferramentas,remédio,seringa,
soda, etc.), embora no vídeo não apareça as ferramentas. Ela conta que "não
teria sangue, apenas uma picadinha". Ela admite que foi fraca, Kelly lhe
ofereceu muito dinheiro,era só abrir o buraco e ajudar a
colocar o menino dentro. (Graciele Ugulini não ajudou a abrir a cova, ela
já estava pronta, preparada por Edelvânia e Evandro Wirganovicz).
Edelvânia
acrescenta que somente ela e Kelly sabiam do fato ( além de Leandro Boldrini evidentemente, afinal ela pessoalmente tinha apanhado a receita do remédio que matou Bernardo no consultório do médico, e de Evandro Wirganovicz, seu irmão que auxiliou na ocultação do corpo). Antes de 14/04/14, quando o
corpo de Bernardo foi encontrado, ela já tinha tido vontade de contar o
acontecido e só não o fez por vergonha da mãe e da sobrinha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário