quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Edelvânia Wirganovicz


Edelvânia Wirganicz


Foto - Reprodução TV Globo

zh.clicrbs.com.br/.../fa-de-criancas-assistente-social-passava-por-dificuld

Quem conviveu com a assistente social Edelvania Wirganovicz, 40 anos, em Frederico Westphalen, tem dificuldades para entender como uma mulher extrovertida e carinhosa com as crianças é suspeita de assassinar uma criança de 11 anos — o menino Bernardo Uglione Boldrini, conforme ela própria confessou à Polícia Civil de Três Passos após ser presa no dia 16 de abril.
A explicação, para todos os ouvidos por Zero Hora, seria apenas uma: dinheiro.
— Nos conhecemos há 10 anos, temos uma boa amizade, ela sempre estava por aqui conversando conosco. Eu sei que a Edelvania passava por sufoco financeiro, o salário dela pouco cobria o estilo de vida classe média que levava. Esse crime foi movido pelo dinheiro — acredita o funcionário do posto de gasolina onde a assistente social foi vista com Bernardo e a madrasta Graciele Ugulini na tarde do dia 4 de abril. As imagens foram fundamentais para elucidar o caso.
Em depoimento prestado à polícia, Edelvânia admitiu ter recebido a quantia de R$ 6 mil, usada para pagar uma parcela do apartamento comprado por R$ 96 mil. O acerto total seria de R$ 20 mil, mas Graciele estaria disposta a quitar o restante da dívida.
— Era muito dinheiro e não teria sangue nem faca, era só abrir um buraco e ajudar a colocar dentro o menino — relatou Edelvânia aos agentes, com frieza.
No dia do crime, a assistente social sentou-se em um restaurante ao lado do posto, pediu uma cerveja e aguardou pela chegada de Graciele, que estava com o menino e havia prometido comprar a ele uma televisão em Frederico Westphalen. As duas se cumprimentaram e saíram com Bernardo para uma suposta consulta com uma benzedeira. Em seguida, aplicaram uma injeção letal no garoto e levaram o corpo para uma cova, aberta dias antes, às margens do Rio Mico. O irmão Evandro Wirganovicz acabou preso suspeito de ajudar na morte.
Foi neste local, que divide os municípios de Frederico Westphalen e Cristal do Sul, que ela cresceu na companhia de quatro irmãos e duas irmãs. A mãe ainda vive na pequena residência de madeira, localizada a 700 metros da cova de Bernardo. Na casa de Tereza Wirganovicz, a polícia encontrou a pá e a escavadeira deixadas pela filha antes do assassinato. Zero Hora foi até o local, mas ouviu que a família quer ser deixada em paz.
— São pessoas muito simples. O pai da Edelvania morreu há cerca de três anos e eles resolveram arrendar a terra e criar alguns animais, como porcos e galinhas — conta o dono do restaurante onde a suspeita foi flagrada com Graciele.
Carinho com as crianças

Para ganhar a vida na cidade, Edelvania começou a fazer serviços gerais na casa de uma família tradicional de Frederico Westphalen. Cuidava do almoço, limpava e ajudava em outras tarefas domésticas que os patrões exigiam. Em seis anos conseguiu acumular dinheiro suficiente para estudar Serviço Social na Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI). Ela chegou a passar no vestibular para Ciências Sociais da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) em 2006, mas não cursou.
— Saiu da casa dos pais sem nada, não foi ajudada e sempre trabalhou muito. O mais incrível é que adorava crianças e inclusive cuidava de uma menina pequena de outra família. É uma pessoa que, na medida do possível, sempre esteve disposta a ajudar — conta um policial conhecido dela há mais de 30 anos.
— É uma mulher alegre, divertida, de bem com a vida, vaidosa. Onde é que estava escondido esse lado ruim, meu Deus do céu? — questiona uma amiga que costumava encontrá-la em um salão de beleza.
Envolvimento com a política

A amizade com Graciele vem de longa data. As duas chegaram a dividir um apartamento por dois anos antes da madrasta de Bernardo se mudar para Três Passos. Depois, Edelvânia envolveu-se com a política, trabalhou de setembro de 2011 até agosto de 2012 como Cargo de Confiança na prefeitura de Frederico Westphalen e fez campanha para o candidato ao Executivo na época, José Alberto Panosso, do PMDB.
— Não era da nossa linha de frente, ainda bem. É indignante a situação. É um fato revoltante — afirma ele.
Quando foi presa, Edelvania recém havia encerrado o vínculo com a 19ª Coordenadoria Regional de Saúde, em Frederico Westphalen. Ela foi cedida ao município em troca de um dentista, que fora deslocado em seu lugar para Cristal do Sul, e trabalhou na assistência farmacêutica até o dia 4 de março, exatamente um mês antes da morte de Bernardo. Às vésperas de ser indiciada por homicídio qualificado, Edelvânia conta com o apoio dos familiares e do namorado, um professor da "URI" que está ajudando a pagar seu advogado de defesa. Quando deixar a Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, na Região Metropolitana, ela terá de enfrentar a rejeição de uma cidade inteira que não pode  sequer ouvir, tocar no seu nome.

— Não queremos vê-la mais aqui, estamos indignados com essa história, não aguentamos conviver com tamanha frieza e ganância. Espero que ela fique bem longe de nós —conclui uma ex-colega, que fala em nome de 30 mil pessoas.





SURPRESA

http://gaucha.clicrbs.com.br/rs/noticia-aberta/mae-de-assistente-social-confirma-que-filha-deixou-pa-e-cavadeira-em-sua-casa-95801.htmlas


A mãe de Edelvânia Wirganovicz,Tereza Wirganovicz, 64 anos, não acredita que sua filha tenha culpa na morte de Bernardo Uglione Boldrini ( apesar da confissão pública da filha que a sua participação no crime foi unicamente por dinheiro), mas confirmou que recebeu uma pá e uma cavadeira da filha, ato que causou estranheza, segundo ela. Edelvânia está presa desde o início da semana, acusada de participar da morte de Bernardo ao lado do pai e da madrasta do menino.
Viúva e mãe de sete filhos, Tereza afirma que nunca deu motivo para que os filhos fizessem algo nesta proporção. - “Ela me ajudava, me trazia as coisas. Ela nunca demonstrou agressividade. Ela sempre ajudava os irmãos”. Para Tereza, Edelvânia foi iludida por Graciele Ugulini, a madrasta de Bernardo: - “Essa mulher iludiu a minha filha. Como é que ela foi cair nessa armadilha, meu Deus do céu" -, desabafa a idosa.
Tereza Wirganovicz garante que não sabia do crime. Que só soube quando a Polícia Civil chegou na casa dela junto com a filha, que mal olhava para a mãe. Confirmou ainda que Edelvânia sempre visitava a casa dela nos finais de semana. Tereza confirma que no dia 04/04/2014, dia em que a Polícia acredita que Bernardo foi morto e enterrado, Edelvânia não teria ido a sua casa. No dia 05/04, Tereza disse que a filha a visitou. Perguntada se ela havia levado uma pá e uma cavadeira, ferramentas que a Polícia teria apreendido na casa dela, a idosa confirmou.
"Ela chegou ali e já deixou a pá e me disse: - "ó mãe, eu trouxe essas ferramentas pra ti arrumar lá" -  (o terreno que Tereza comprou). Ela trouxe uma pá e uma cavadeira. Eu senti um aperto no peito quando ela me apresentou aquelas ferramentas,  porque essas coisas a gente tem aí", admitiu a idosa. 
http://gaucha.clicrbs.com.br/rs/noticia-aberta/mae-de-assistente-social-confirma-que-filha-deixou-pa-e-cavadeira-em-sua-casa-95801.htmlas




AMIGAS

Fonte - Zero Hora.


O contato entre Graciele Ugilini e Edelvânia Wirganovicz data de muitos anos. As duas se tornaram íntimas quando Graciele, na época em que trabalhava como enfermeira, foi cedida pelo município de Três Passos, para atuar na Coordenadoria Regional de Saúde de Frederico Westphalen. Edelvânia também atuava lá, cedida pela Prefeitura da pequena localidade de Cristal do Sul. As duas chegaram a morar juntas por dois anos e freqüentemente eram vistas na cidade, inclusive em bares. O contato entre as duas, depois da mudança, teria sido apenas por meio de facebook e algumas ligações telefônicas. 
Edelvânia contou que cerca de dois meses antes da morte de Bernardo, Graciele foi ao seu trabalho e depois as duas foram para o apartamento de Edelvânia. Para envolvê-la, Graciele lhe presenteou com "cremes e enfeitezinhos" para o apartamento. Enquanto tomavam chimarrão, Kelly convidou Edelvânia para  ser madrinha da sua filha e desabafou sobre a sua relação com Bernardo, que o menino era ruim, que brigava até com o pai.

Após essa conversa, Kelly (apelido de Graciele), perguntou o que ela achava, sendo que ela tinha bastante dinheiro e que se Edelvânia lhe ajudasse a dar sumiço no guri, ela lhe daria dinheiro e ajudaria a pagar o apartamento. A resposta não foi dada no mesmo dia. Kelly deu um tempo à amiga e elas se falaram algumas vezes por telefone. Por fim Edelvânia, vencida pela ganância, aceitou a triste Incumbência.
Kelly voltou à cidade dois dias antes do crime. Edelvânia disse que estava recebendo a esposa de um delegado e que quase lhe contou sobre a proposta de Graciele. A aparição súbita desta, a deixou assustada. Se ela tivesse contado, a mulher do delegado a teria impedido.No dia 02/04/14, Kelly expôs o seu plano: dopar o menino e  depois lhe aplicar uma injeção letal na veia. Pediu também um local para consumir o corpo que ficou a cargo de Edelvânia. Elas alegam que pás e cavadeiras foram utilizadas no mesmo dia para abrir a cova, já que não estavam conseguindo com a enxada de Edelvânia. Além das ferramentas, compraram também soda cáustica "para diluir rápido o corpo e não deixar cheiro".Testemunhas viram o carro de Evandro Wirganovicz no local, dias antes do crime (depois Edelvânia admitiu que ele ajudou apenas na ocultação do corpo). As ferramentas ficaram na casa de Edelvânia e em 05/04/14, ela as levou para a casa de sua mãe.


Segundo Edelvânia, Kelly avisou que voltaria com o guri na quinta ou sexta-feira e que de segunda-feira não passava. Na sexta-feira,04/04/14, por volta das 12:00 horas, ela recebeu uma mensagem de Graciele informando que já estava a caminho de Frederico Westphalen usando um código para informar que Bernardo estava junto. Edelvânia esperou Kelly embaixo do prédio onde mora. Todos os apetrechos que seriam usados para o crime já estavam no porta-malas do Siena (ferramentas,remédio,seringa, soda, etc.), embora no vídeo não apareça as ferramentas. Ela conta que "não teria sangue, apenas uma picadinha". Ela admite que foi fraca, Kelly lhe ofereceu muito dinheiro,era só abrir o buraco e ajudar a colocar o menino dentro. (Graciele Ugulini não ajudou a abrir a cova, ela já estava pronta, preparada por Edelvânia e Evandro Wirganovicz).
Edelvânia acrescenta que somente ela e Kelly sabiam do fato ( além de Leandro Boldrini evidentemente, afinal ela pessoalmente tinha apanhado a receita do remédio que matou Bernardo no consultório do médico, e de Evandro Wirganovicz, seu irmão que auxiliou na ocultação do corpo). Antes de 14/04/14, quando o corpo de Bernardo foi encontrado, ela já tinha tido vontade de contar o acontecido e só não o fez por vergonha da mãe e da sobrinha.

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