AS "VERDADES" REVELADAS POR EDELVÂNIA WIRGANOVICZ NO CASO BERNARDO
Foto Reprodução depoimento de 21/205/2015
O relato que a assistente social Edelvânia Wirganovicz deu à Polícia
Civil ao confessar a participação na morte de Bernardo Uglione Boldrini, 11
anos, mostra um roteiro de "frieza e premeditação", no qual Edelvânia justifica
o fato de ter aceitado participar do crime de “forma singela”.
Edelvânia Wirganovicz
- “ Era muito dinheiro e não teria sangue nem faca, era só abrir
um buraco e ajudar a colocar dentro o menino”.
O Jornal Zero Hora teve acesso ao depoimento dado em 14 de abril de
2014, que deu à polícia o embasamento para prender Edelvânia, a madrasta do
menino, Graciele Ugulini, e o pai de Bernardo, o médico cirurgião Leandro
Boldrini. Pelo relato de Edelvânia, Graciele (conhecida como Kelly entre as
amigas) planejava há muito tempo a morte do enteado, considerado um “incômodo” na vida do casal.
Quanto à suposta participação de Boldrini, no entanto, Edelvânia
repetiu aos policiais o que teria ouvido da amiga: que ele “não sabia”, mas,
futuramente, ele ia dar graças de se livrar do incômodo, porque Bernardo era
muito “agitado”. A polícia suspeita de que o médico tenha ajudado a
encobrir o crime depois de “supostamente” ficar sabendo do que havia
acontecido.
Bernardo rumou para a morte depois de sair da escola em 4 de abril de
2014, acreditando que ganharia um aparelho de televisão e que faria uma
consulta com uma “benzedeira”, segundo contou Edelvânia. Conforme o
depoimento, ainda em Três Passos, Graciele teria dado um remédio ao menino
para que dormisse — teria dito a ele que o comprimido era para evitar que
vomitasse na viagem. Mas o remédio não fez efeito e ele chegou em Frederico
Westphalen acordado. Desceu do carro da madrasta e entrou no Siena de
Edelvânia. No veículo, ele teria recebido outra dose.
No trajeto em direção ao local onde seria enterrado, Bernardo teria
ouvido da madrasta mais uma vez a explicação de que estava indo a uma
consulta com uma benzedeira e que precisava, para isso, levar um “piquezinho
na veia”. Edelvânia disse à polícia que “mandaram ele deitar sobre uma toalha
de banho cor azul. Que Kelly aplicou na veia do braço esquerdo com uma
seringa e ele foi “apagando”.
Depois de tirar a roupa — que seria o uniforme da escola — e os tênis,
enterraram o menino, sem conferir se ainda estava vivo: “Que a depoente e
Kelly colocaram o menino no buraco sendo que Kelly jogou a soda sobre o corpo
e a depoente colocou pedras. Que a depoente acha que ele já estava morto. Que
a depoente não viu se Kelly olhou se o menino tinha “pulsação”. A polícia
suspeita que o menino possa ter sido enterrado vivo.
Segundo relato, por volta das 16 hs. de 4 de abril, o crime estava
consumado, o corpo de Bernardo, enterrado, e as duas amigas retornaram para a
cidade. Depois de lavar-se na casa de Edelvânia, Kelly foi até uma loja e
comprou a “ televisão prometida a Bernardo”. Edelvânia levou uma sobrinha para
tomar picolé e, após, foi para casa dormir.
A relação de amizade de Graciele e Edelvânia seria do passado, elas
teriam morado juntas por dois anos antes de Graciele se mudar para Três
Passos. O contato entre as duas depois da mudança teria sido apenas por meio
do Facebook e algumas ligações telefônicas.
Edelvânia contou que o contato foi retomado há cerca de dois meses.
Que Graciele teria ido a seu trabalho e depois as duas foram para o
apartamento da assistente social. Graciele teria levado presentes como “cremes
e enfeitezinhos” para o imóvel. Enquanto tomavam chimarrão, Kelly teria
convidado Edelvânia para ser madrinha de sua filha e teria desabafado sobre a
relação com Bernardo.
Teria dito que o menino era “ruim”, que era difícil de lidar e que
brigava até com o pai. “Que após essa conversa Kelly perguntou o que achava, sendo que ela
tinha bastante dinheiro e que se a depoente a ajudasse a dar um sumiço no
guri ela lhe daria dinheiro e ajudaria a pagar o apartamento”, informa um
trecho do depoimento.
A “assistente social” quase revelou plano de morte à mulher de um
delegado. A resposta não foi dada naquele dia. Segundo Edelvânia, Kelly “deu um
tempo” e elas teriam se falado algumas vezes por telefone. Kelly teria
voltado à cidade em 2 de abril, dois dias antes do crime. Edelvânia disse
que, na ocasião, se assustou com a presença da amiga Kelly, uma vez que
estava recebendo em casa outra conhecida, a mulher de um delegado.
Edelvânia disse à polícia que estava “começando a se abrir com a
mulher sobre a proposta de Kelly, que se tivesse contado tudo, ela não
deixaria a depoente fazer o que fez”.Segundo a “assistente social”, a
madrasta planejava o crime há muito tempo, tendo, inclusive, contado que
teria tentado matar o menino usando um travesseiro. Bernardo havia contado
esse fato a uma ex-babá, que relatou para a avó materna. O caso chegou ao
conhecimento do Conselho Tutelar e do Ministério Público, mas nenhuma
autoridade procurou a babá para apurar a veracidade.
Naquele dia, Kelly teria revelado todo o plano: dopar o menino e
depois aplicar uma injeção letal na veia. Teria pedido um local para “consumir”
o corpo. No mesmo dia, as duas teriam ao local, no interior de Frederico
Westphalen, e começado a cavar com uma enxada de Edelvânia.
Como havia dificuldade, teria decidido comprar outras ferramentas,
além de um produto para “diluir rápido o corpo e que não desse cheiro”. As
ferramentas, uma pá e uma cavadeira, foram apreendidas pela polícia na casa
da mãe de Edelvânia. No dia 2, tudo ficou guardado na casa de Edelvânia e
Kelly teria dito que voltaria com o menino “na quinta ou sexta-feira e que de
segunda-feira não passaria”.
Edelvânia sustentou à polícia que, no dia seguinte, quinta-feira, dia
3, voltou ao local para terminar de cavar a cova. Na sexta-feira, Kelly teria
passado uma mensagem informando que estava indo para Frederico e teria usado
um “código” combinado por elas para confirmar que Bernardo estava junto.
Teria sido por volta do meio-dia de 4 de abril.
“A depoente já estava esperando lá embaixo do prédio onde mora, tendo
Kelly estacionado a camioneta do lado do Siena e o menino desceu e entrou no
Siena. Que as coisas já estavam no porta-malas, a cavadeira, a pá, a soda e
as ‘coisarada’ do kit do remédio que Kelly já tinha deixado com a depoente na
quarta-feira e que iria usar para matar o guri”.
Edelvânia contou que “não teve sangue, apenas da picadinha”. As roupas
do menino, a seringa e outros materiais foram colocados no lixo. Ela disse
que recebeu no dia 2 R$ 6 mil, que usou para pagar uma parcela do apartamento
comprado por R$ 96 mil. O acerto total seria de um pagamento de R$ 20 mil,
mas, segundo Edelvânia, depois Kelly teria se disposto a pagar o total que
faltava para quitar o apartamento.
“Que Kelly lhe ofereceu muito dinheiro e a depoente foi fraca, mas era
muito dinheiro e não teria sangue nem faca, era só abrir um buraco e ajudar a
colocar dentro o menino (...) Que Kelly tinha lhe prometido no início R$ 20
mil, mas depois lhe disse que daria o apartamento inteiro, pagando R$ 90 mil
que faltava para a depoente”, justificou Edelvânia à polícia.
Ao encerrar o depoimento, Edelvânia afirmou que “somente ela e Kelly
sabem sobre o fato. Que antes de hoje (dia 14, quando confessou) já teve
vontade de contar para outra pessoa o que tinha feito, mas não contou por
vergonha de sua mãe e pensou na sua pequena (referindo-se a sua sobrinha)”.
Contraponto:
Procurado para falar sobre os detalhes do crime e sobre o que seu
cliente contou em depoimento à polícia na semana passada, o advogado Jader
Marques, que defende Leandro Boldrini, se negou a comentar a confissão de
Edelvânia, mas disse estar surpreso com o fato de a informação de que seu
cliente não sabia do crime nunca ter sido divulgada pela polícia. Edelvânia e
Graciele não têm advogado atuando no caso.
Disponível em:
http://ariquemesonline.com.br/noticia.asp?cod=291495&codDep=22 . Fonte: Jornal Zero hora de 21/04/2015. Acesso em 24/09/2015.
OBSERVAÇÃO: por quê Edelvânia Wirganovicz nunca falou nada a respeito da receita do Midazolam? Ela disse em 14/04/2014 quando foi presa que estava colaborando com a Justiça, mas tem muita coisa encoberta sob um manto de comprometimento (Evandro Wirganovicz) e medo (Leandro Boldrini). Por tudo isso e principalmente pelo horror do ato cometido:
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JUSTIÇA PARA ODILAINE E BERNARDO UGLIONE BOLDRINI!
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