CASO BERNARDO UGLIONE BOLDRINI: DILIGÊNCIA, INDIFERENÇA, INGENUIDADE, PRÉ-CONCEITO, ETC., ETC.?
Transcrição do texto do Advogado Rogério Maister de 22/04/2015. Disponível em:
Diligência?
Ainda impactados por tamanha brutalidade, não fomos
capazes de entender o porquê de tanta violência contra um garotinho de onze
anos, que tinha um enorme sentimento de abandono familiar dentro de si e que só
desejava, evidentemente, um pouco de afeto e de proteção.
O desaparecimento do menino Bernardo pôs a sociedade a
refletir se estamos realmente preparados para resolvermos judicialmente este
tipo de questão.
A resposta, quanto aos verdadeiros motivos que levaram os “anjos da morte” a finalizarem para sempre os sonhos
de Bernardo, não vai satisfazer a ninguém. Uma criança foi retirada do convívio
da família e dos amigos por motivação torpe e nada poderá explicar ou reparar
essa enorme perda.
Mas e quanto à atuação
daqueles agentes públicos que foram provocados pelo próprio Bernardo, de corpo
presente, a darem uma solução ao caso?
Entendo, pelo conhecimento
que detenho, que, simplesmente, falharam. Tive que ouvir do Juiz de Três
Passos, em entrevista, que teria sido diligente ao dar fim à questão. Afinal, segundo
ele, o pai comprometeu-se a modificar seu comportamento em relação ao filho.
Teria se comprometido a
alterar aquela realidade, transformar água em vinho, passando a respeitar e
nutrir um afeto quase solene e documental pelo filho, a quem chamava de menino.O
julgador, impulsionado, sabe-se lá por qual conhecimento, achou por bem aceitar
a palavra do pai, que estava, afinal, comprometendo-se em assumir uma nova
postura em relação a Bernardo.
Como se a postura antiga não
fosse reprovável e repugnante. Tratou a situação como se tudo dependesse de um
mero ajustamento de conduta e sem que qualquer outro meio técnico-jurídico
pudesse ser aplicado. Provou que não detém conhecimento algum e que desconhece
o sentido da palavra diligência.
Ser diligente é entender
rapidamente uma questão posta em juízo, mas nunca solucioná-la no afogadilho. O
Ministério Público, igualmente, atuou com muita diligência ao entender que não
havia motivos plausíveis para interceder de forma mais abrangente naquele caso.
Não havia, segundo as palavras na nobre promotora, indícios de maus tratos em
relação ao menor (como se os psicológicos não contassem).
Não podemos esquecer que
Bernardo buscou ajuda no lugar adequado: no Foro da Comarca de Três Passos,
sede da Justiça do Município. Depois de relatar às autoridades que estava em
profundo sofrimento, causado pelo abandono afetivo do pai e da madrasta, foi
mandado para casa para conviver com seus algozes, como se o Juiz e a Promotora
dissessem ao garoto, na saída do foro:
Agora ficará tudo bem,
Bernardo. Siga em paz e, qualquer coisa, nos procure. Estaremos aqui, sempre à
sua disposição, caso você não morra.
Meu nome é Rogério Maister.
Sou advogado e essa é a minha visão.
Bernardo:
- "Mas se alguma coisa de ruim acontecer?"
Promotora Dinamárcia:
-"Você corre para o MP".
OBSERVAÇÃO: como se isso fosse possível, com todo o respeito à pessoa da Promotora. Não era só a questão da negligência afetiva: o menino Bernardo estava com muito medo, daí o motivo do seu deslocamento até o Fórum local em janeiro de 2014. Bernardo era um menino contido e não queria envolver seus amigos, muito provavelmente em algum perigo que só ele conhecia. Então, ele tentava dentro de suas pequenas possibilidades, mas aguerridamente, remediar as suas próprias dificuldades. Lamentavelmente sem sucesso, mesmo buscando ajuda aos órgãos que pensava ele, pudesse lhe proteger.
P.S.: vocês, mulheres e homens do Direito: por favor, ajudem as pessoas. Caminhem com elas até às últimas consequências. Vocês, mais do que ninguém, sabem das consequências de se fiar somente nas aparências, sob todos os aspectos. Maldade e injustiça são uma realidade empírica: então, ajude as pessoas com muita empatia, com muita diligência e sobretudo, com muito amor, em especial aos mais vulneráveis, sejam eles quais forem: crianças, jovens, adultos, idosos, animais, natureza,...
JUSTIÇA PARA ODILAINE E BERNARDO UGLIONE BOLDRINI!
Juiz e promotora, que devolveram Bernardo ao pai e não confiou no apelo da criança vai com certeza carregar essa morte pelo resto da vida. Não investigaram a fundo a real situação da criança, não fizeram um acompanhamento necessário!!!! Foram omissos e culpados pela morte de Bernardo!!!! QUEREMOS JUSTIÇA!!!
ResponderExcluirForam omissos e coniventes com este crime bárbaro que fez muita gente adoecer. Já li vários relatos de pessoas que ficaram deprimidas após a morte de Bernardo. Eu mesma sou uma. Precisei de ajuda profissional.
ExcluirJuiz e promotora deveriam ser exonerados.
Justiça para Bernardo e Odilaine Uglione.