NOVOS INDÍCIOS DE FALSIDADE NA CARTA DE ODILAINE UGLIONE
A mãe Odilaine, Bernardo e a avó materna Jussara Uglione / Arquivo pessoal.
Um laudo técnico encomendado por Jussara Uglione, avó materna de Bernardo Uglione Boldrini, o menino assassinado no Rio Grande do Sul pelo pai biológico, o médico Leandro Boldrini e pela madrasta Graciele Ugulini, veio a público neste domingo, 29/03/15, em rede nacional no "Fantástico", da TV Globo, programa que vai ao ar a partir das 21:00 hs.
- "Aquela carta nunca me confortou. Eu ainda disse: mas essa carta, essa letra não é da Odilaine". - afirmou Jussara, na entrevista dada ao programa.
Veja o link:
http://glo.bo/1Icwmfe
Disponível em <g1.globo.com/.../laudo-aponta-que>. Acesso em 30/03/2015.
Odilaine Uglione Boldrini foi vítima de um suposto suicídio ocorrido em 10/02/2010, dentro do consultório do marido, o médico Leandro Boldrini, fato esse que não convenceu a ninguém. A família de Odilaine já suspeitava que a mulher não iria cometer suicídio, mas calou-se para não prejudicar o menino Bernardo. Coisa que Leandro Boldrini e Graciele Ugulini não tiveram: um mínimo de sensibilidade para poupar o garoto, conforme mostram os vídeos apreendidos pela Polícia e com transcrição completa neste Blog.
A partir do assassinato covarde e cruel de Bernardo, perpetrado pelo pai biológico Leandro Boldrini (mentor) e Graciele Ugulini (executora com mais dois comparsas, os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz), a Rra. Jussara Uglione, avó materna de Bernardo, através do seu advogado, Dr. Marlon Taborda, começam um árduo e delicado caminho na tentativa de fazer as autoridades entenderem que o suicídio de Odilaine poderia ter outro nome. O resultado nos últimos meses foram reiteradas negativas no sentido de se investigar novamente o suposto suicídio, em que a Justiça justificava o acontecido, com informações de que a mãe de Bernardo, sendo destra, havia tirado a própria vida com a mão esquerda. Lembrando que Leandro Boldrini em entrevista à imprensa deixou claro que a esposa havia retirado a arma da bolsa com a mão direita. Ele não confirmava se ela usava luvas ou se cobria o cabo do revolver com uma gaze.
Um dos peritos responsáveis pela análise grafotécnica, Ricardo Aires dos Santos, mostra discrepâncias na caligrafia da carta presumidamente atribuída à Odilaine, contrastando com os textos legitimamente escritos por ela:
- "São dois punhos totalmente diferentes: pessoas diferentes que assinaram. É uma pessoa que já conhecia a escrita dela, uma pessoa muito próxima a ela". - Confirma o perito, baseando-se no fato de que alguém muito próximo conhecia e tentou imitar a letra de Odilaine na carta encontrada em sua bolsa e a quem a Justiça concedia a autoria.
Conforme já exposto neste Blog, o Ministério Público, na pessoa da Promotora Sílvia Jappe, da Comarca de Três Passos, solicitou novas informações a respeito do caso e a família de Odilaine aguarda uma definição sobre a reabertura das investigações. A delegada de Três Passos, onde os eventos ocorreram, Caroline Bamberg nega envolvimento de Leandro Boldrini no suicídio de Odilaine:
- "Não houve erro na investigação. O que não pode é querer forçar uma situação que não existiu, que não ficou provado. Eu não levo muita fé em perícia particular. Eu não posso me basear nisso. Eu tenho que me basear no quê? Em fatos". A questão do suicídio ficou bem comprovada, que ela se deu o tiro" - Explicou a delegada Caroline ao Fantástico. Ela é a delegada que também atuou nas investigações que apurou a morte do menino Bernardo e que levaram à prisão dos responsáveis.
Trechos da duvidosa carta escrita por Odilaine em 09/02/2010:
- "Ele pediu a separação. Perdi meu chão. Leandro, tu destruiu a minha vida, minha família, meus sonhos, minha vida. Prefiro partir do que ver meu filho nas mãos de outras mulheres, meu amor em outros braços". - Odilaine.
- "A porta se abriu e ele (Leandro) saiu correndo, chamando: socorro, homicídio, suicídio! Chama a Polícia. Mas isso questão de segundos. E aí, tum: deu-se o estouro lá dentro. Eu fui a primeira que corri lá dentro. Vi ela deitada no chão". - narra Andressa Wagner, secretária do médico na época.
- "Observa a barra que faz aqui a letra "x", o corte que ela faz" - alerta o perito, referendo-se às palavras "sexta-feira" e "exclusivamente".
- "A pessoa que escreveu a carta faz uma cruz. Seria Isso?" - Fantástico.
- "Isso. Correto" - Comparou o perito, mostrando o "x" de Odilaine, escrita em uma receita de doce.
- "Ela pega aqui, faz aqui, sobe e desce" - Diz o Perito.
- "É um "x" contínuo? - Fantástico.
- "Exatamente". Um "x" desenhado". - Destaca o perito, citando outros padrões diferentes.
- "A estrutura do "t", totalmente diverso do que é apresentado na carta. As letras "h" são de punhos diferentes. A letra "h" encontrada na carta do suposto suicídio é uma letra totalmente lenta, trêmula. Não foi a Dona Odilaine que escreveu. Você vê que é um lançamento rápido e contínuo". - Perito.
- "Esta é a assinatura que aparece na carta de suicídio. Já estas são as assinaturas autênticas de Odilaine em um contrato de locação, no diploma de auxiliar de enfermagem e em um contrato de prestação de serviços". - Perito.
O perito também faz alusão às diferenças existentes na letra "o":
- "Começou daqui e fez o arremate qui. Já essa letra "o", ela começou daqui e terminou aqui" - Perito.
- "Ao contrário. Então"? - Fantástico.
- "Ao contrário". - Perito.
O perito Ricardo Aires dos Santos mencionou também o fato de que mesmo em uma situação de estresse máximo, a assinatura de Odilaine não sofreria mudanças significativas:
- "Olha o espaçamento que tem da letra "i" para a letra "n". O formato da letra "e", olha o formato aqui. A pessoa que escreveu a carta tinha conhecimentos de documentos dela. É uma pessoa que já conhecia a escrita dela, uma pessoa muito próxima a ela". - Conclui o perito.
Foto: G1/Fantástico
- "Odilaine foi morta. Ela não cometeu suicídio. Ela ia se separar. Receber R$ 1,5 milhão. Uma pomposa pensão alimentícia para ela e para o filho". - Diz o Dr. Marlon Taborda, o advogado de Jussara Uglione, mãe de Odilaine.
- " Sempre tive dúvidas e agora mais do que nunca. Eu quero que reabra pra isso ficar esclarecido" - fala a Sra. Jussara Uglione.
- "O pai e a madrasta não aceitavam o Bernardo. Consideravam ele como um ser que atrapalhava a unidade familiar que eles formaram: casal com uma nova filha" - Diz Sílvia Jappe, Promotora da Comarca de Três Passos/RS. Ela é também a autoridade que está analisando os documentos que podem reabrir o processo sobre a morte de Odilaine Uglione, devendo a resposta sair em breve.
De acordo com as escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, a promotoria aponta provas importantes que incriminam pai biológico e madrasta de Bernardo. Em um dos telefonemas gravados pela Polícia, ouvem-se os diálogos de Clarissa Oliveira, madrinha de Bernardo e de seu marido com Leandro Boldrini e Graciele Ugulini:
- "Não tem como não passar pela minha cabeça que essa guria, num momento de fúria, de raiva e fez alguma coisa" - Clarissa.
- "Mas a Kelli não tem esse perfil. Ó, o guri provocava ela de uma maneira assim. (?) Ela deveria ter dado uma porrada nele, se fosse o caso". - Leandro.
Em algum momento, o marido de Clarissa se interpõe na conversa:
- "Vocês não estão armando,cara? Leandro, eu estou falando sério". - Marido de Clarissa.
- "Você não quer falar com ela aqui"? - Leandro.
- "Quero. Tu deu uma vassourada no guri na sexta-feira, Kelli". - Marido de Clarissa.
- "Oquê"? - Graciele.
- "Por quê você está transtornado desse jeito, cara"? - Leandro.
- "Uma semana teu piá tá sumido, rapaz. Tu tem culpa no cartório". - Marido de Clarissa.
- "Que culpa no cartório"? - Leandro.
- "Fica uma saudade, fica um sentimento de não ter feito mais porque na verdade eu queria, eu sempre quis que o Bernardo ficasse comigo. Porque o Leandro sempre foi ausente. Na verdade, ele nunca foi um pai presente" - Lamenta Clarissa, madrinha de Bernardo.
Bê e Clarissa / Arquivo pessoal
- "Que foi uma superdosagem, ele teria tomado a medicação e vindo a óbito, por circunstâncias alheias à vontade delas. E acabaram fazendo essa bobagem que foi a ocultação de cadáver". - Justifica Demetryus Grapiglia, o advogado de defesa de Edelvânia e Evandro Wirganovicz.
- "Não vai me devolver eles. É uma dor que não tem fim, mas eu preciso saber a verdade". - Sra. Jussara Uglione.
- "Se alguém fala mal de nós, a gente paga para matar". - Leandro Boldrini e Graciele Ugulini para uma ex-babá de Bernardo.
- "Vocês tem prova que eu participei? Quero provas". - Leandro Boldrini à Polícia ao ser preso em 19/04/2014.
OBSERVAÇÃO: Muito se ouve dizer sobre incompetências profissionais e que geram erros crassos mas eu não imaginava que a profissão de perito particular estivesse tão desacreditada e olha que isso não é opinião somente de uma pessoa. Mais uma perícia indicando controvérsias, embora desta vez, a Justiça esteja lançando um olhar mais demorado ao caso. Quem sabe desta vez, possamos ter uma ideia acertada sobre o que aconteceu naquele fatídico 10/02/2010.
Voltando ao assunto, será possível que alguém se aproveite da ingenuidade e da necessidade de uma pessoa idosa como é o caso da Sra. Jussara Uglione? Alguém teria o gosto de tragar uma garfada de alimento adquirido às custas de enganação? A comida não ficaria como um embolo, presa na garganta, aproveitar-se da situação, sabendo que uma mulher de idade avançada está no auge do seu desespero e agarra-se a qualquer vã esperança,, no intuito de encontrar respostas para as suas dores?
Acredito que toda pessoa que recorra à alguma perícia, está em um momento crucial de suas vidas e essa contingência deve ser tratada no mínimo, com ética e respeito pelos profissionais. Eu acredito piamente que é isso que acontece e acrescento o fato de que em várias partes do país, perícias particulares são aceitas, colaborando com a Justiça na busca pela verdade.
Quanto à frieza dos envolvidos no crime, quando relatam as suas versões, é de embrulhar o estômago:
Em outras palavras: "A ENFERMEIRA (devia pelo menos conhecer melhor sua profissão, sua missão, seu juramento), por circunstâncias alheias à sua vontade, deu medicamento demasiado para o enteado, vindo esse a falecer. A ENFERMEIRA decidiu que o melhor era enterrar o corpo e por isso pediu ajuda á amiga, ora vejam: (?) ASSISTENTE SOCIAL (devia pelo menos conhecer melhor sua profissão, sua missão, seu juramento) que por sua vez recorreu ao irmão. Observe também que na conversa com Clarissa e seu marido, Leandro refere-se a Bernardo no passado, por isso coloquei a interrogação. E ele ainda defende Graciele. Foram quatro adultos contra uma criança de apenas onze anos de vida. Nunca vou me cansar de alardear que Graciele Ugulini já existia na vida de Leandro Boldrini, muito antes de Odilaine falecer e em menos de dois anos depois de sua morte, Bernardo já sofria a primeira tentativa de ser assassinado. Seria a primeira vez? Peço a DEUS, todos os dias que me dê vida suficiente para poder ver a correção exemplar que a Justiça reserva aos acusados, daqui alguns dias, quiçá meses.
JUSTIÇA PARA ODILAINE E BERNARDO UGLIONE BOLDRINI!