quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Bernardo Uglione Boldrini Eterno Anjo


BÊ, NOSSO ETERNO GAÚCHINHO TCHÊ!
SAUDADES!


Vídeo incorporado do YouTube em 26/10/2016


JUSTIÇA PARA ODILAINE E BERNARDO UGLIONE BOLDRINI!

sábado, 22 de outubro de 2016

3ª cavalgada em homenagem ao menino Bernardo Uglione Boldrini


ACONTECEU EM FREDERICO WESTPHALEN, 08/10/2016, A TERCEIRA CAVALGADA EM HOMENAGEM AO MENINO BERNARDO



Foto WattsApp/Reprodução


Em 08/10/2016, foi realizada a terceira edição da Cavalgada da Divina Proteção às Crianças, que homenageia o menino Bernardo Uglione Boldrini, neste fim de semana, em Frederico Westphalen. O evento foi organizado pela 28ª Região Tradicionalista e por um grupo de cavalarianos de Frederico Westphalen.

No início da tarde de sábado, 08/10/2016, os participantes saíram da sede do CTG Rodeio da Querência, passaram pelo centro de Frederico Westphalen, e seguiram até a linha São Francisco, onde pernoitaram. Na manhã deste domingo, 09/10/2016, os cavalarianos partiram até o local onde Bernardo foi encontrado. No local, foi realizada missa.

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terça-feira, 18 de outubro de 2016

O que temos a aprender com a história de Bernardo Uglione Boldrini


O QUE NÃO PODE DEIXAR DE SER FEITO, APÓS A MORTE VIOLENTA DE UMA CRIANÇA


Arquivo: foto divulgação


           “A morte de uma criança dá vontade de devolver ao universo o meu bilhete de entrada”.
F. Dostoiévski (1879). Os irmãos Karamazov.

 Texto da Dra. Lúcia Cavalcanti de Albuquerque Williams.
Acompanhamos chocados, o noticiário sobre a morte do menino Bernardo Boldrini, de 11 anos, que morava em Três Passos (RS). Bernardo foi cruelmente assassinado no dia 4 de abril de 2014, sendo os principais suspeitos: o pai do menino que é médico, a madrasta enfermeira e uma amiga do casal, assistente social.
Além do luto pela perda da vida de um menino com a vida inteira pela frente, nossa sensação de frustração é maximizada pelas informações de que a Rede de Proteção foi acionada e falhou em proteger Bernardo de uma violência que era praticada cotidianamente, culminando com a sua morte. O Conselho Tutelar havia sido acionado, assim como a Promotoria da Infância e da Juventude, operadores de direito entraram em ação, uma assistente social da Prefeitura emitiu um relatório e um juiz da Infância e da Juventude tomou uma decisão sobre a guarda da criança.
O caso segue na Justiça que irá analisar a situação e julgar os responsáveis. Algo precisaria, no entanto, ser feito com urgência – auxiliar para que o Brasil não tenha outro caso parecido com o do Bernardo, resultando em morte.
Como fazer isso?
Em alguns países, como os Estados Unidos que se preocupam há mais tempo com os maus-tratos praticados contra crianças e adolescentes, quando uma criança ou adolescente morre de maneira violenta, traumática, obscura ou suspeita, entra em ação uma Comissão multidisciplinar denominada “Child Fatality Review” (Comissão sobre Fatalidade Infantil).
Tal Comissão é composta por especialistas que se reúnem após a morte inesperada da criança/adolescente, não para apontar culpados (a isso compete o trabalho da polícia e do Judiciário), e sim para aprender com os tristes fatos e propor formas de preveni-los no futuro, revisando a história e os dados obtidos em prontuários, relatórios, depoimentos ou esclarecimentos (na escola, no hospital, no instituto médico-legal, no Conselho Tutelar, no Judiciário ou mesmo na mídia).
Avalia-se, assim, onde ocorreu e se ocorreu falhas de atendimento/omissão de socorro ou de cuidados de proteção/abandono/negligência profissional ou familiar/falta de notificação ou denúncia e assim por diante. Ou seja, a função básica de tal Comissão consiste num esforço pouco praticado no Brasil – a prevenção. Recomendações são feitas em decorrência do trabalho de tal Comissão, havendo inclusive propostas de políticas públicas como, por exemplo, angariar recursos públicos para a capacitação de profissionais da Rede de Proteção para, por exemplo, compreender melhor os efeitos da negligência para o desenvolvimento da criança; o quão grave é a violência psicológica, modalidade que geralmente precede atos de violência física; que sem intervenções apropriadas baseadas em evidência, os atos familiares de violência escalonam para uma intensidade ou frequência mais grave e que uma criança tem o Direito de ser ouvida com propriedade pelo nosso Judiciário.
Há algo que também merece ser revisto com urgência no Brasil: a crença cega no princípio da “preservação dos laços familiares” adotando de modo rígido, a regra geral de que a melhor opção para o desenvolvimento saudável de uma criança é a convivência com um pai, mesmo quando esse pai é negligente e abusivo.
No 1º. Congresso Ibero-Americano de Psicologia Forense, realizado nesse mês de abril em Curitiba, tive o privilégio de ouvir a palestra do Desembargador José Antônio Daltoé Cezar sobre “Destituição do poder familiar e medida protetiva de acolhimento institucional”, na qual o Dr. Daltoé explicou os erros históricos de nossa sociedade que levaram à doutrina de priorizar laços familiares biológicos, nos dando exemplos de como o Judiciário deixa atualmente a criança anos a fio em uma situação de abrigamento por adotar como regra a decisão baseada no princípio de que a família biológica é sempre a melhor opção para a criança.
Preocupada com o fato de não termos Comissões que analisem mortes violentas de crianças, postei em 2011 uma pergunta sobre o funcionamento desse tipo de Comissão no endereço eletrônico da ISPCAN (International Society for the Prevention of Child Abuse & Neglect – Sociedade Internacional para a Prevenção do Abuso e Negligência da Criança e do Adolescente) e surgiram respostas (e muito material) de pesquisadores e ativistas envolvidos com o tema em diversos países. Houve muito receptividade a uma iniciativa do Brasil em tal direção e oferta de consultoria de vários membros. Um deles, o Dr. Michael Durfee, psiquiatra infantil de Los Angeles e pioneiro na implantação de tais Comissões, disse que o resultado desse trabalho é tão importante a ponto de ter mudado a forma como os médicos legistas atuam nos EUA.
Desde então, o Dr. Durfee me pergunta se surgiram iniciativas nesse sentido no Brasil, mas infelizmente minha resposta tem sido negativa. Ele disse que basta começarmos em nível local – ou seja, que um município tome essa iniciativa para depois mostrar ao país os benefícios de tal atuação.
Nas Secretarias Estaduais de Saúde geralmente existe um serviço ou departamento de investigação e classificação dos dados da certidão de óbito para fins estatísticos do Estado e, para fazer parte de um trabalho de cooperação nacional, seria importante a construção de um banco de dados nacionais. Para isso seria fundamental o apoio e os recursos da SEDH e/ou Ministério da Saúde e/ou Ministério da Justiça e/ou CONANDA de modo a desenvolver o trabalho com seriedade.
Fico pensando, por exemplo, no caso da menina Joana que morreu de forma suspeita em 2010 quando estava aos cuidados do pai biológico depois que uma Juíza acusou a mãe (médica) de alienação parental. A mãe de Joana afirma que sua filha foi vítima do poder judiciário. Ela parece ter razão, mas o erro parece também ter sido de médicos e demais membros da rede de proteção. Por que não aprender com as histórias trágicas de Joana, Bernardo, Isabela e tantas outras de forma a evitarmos mortes futuras de outras crianças brasileiras?
Lúcia Cavalcanti de Albuquerque Williams é Professora Titular do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e Coordenadora do Laprev (Laboratório de Análise e Prevenção da Violência)
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domingo, 16 de outubro de 2016

A última ligação de Bernardo Uglione Boldrini


BERNARDO UGLIONE BOLDRINI TENTOU LIGAR PARA UMA AMIGA ANTES DE SER MORTO


Foto: arquivo pessoal


Transcrição de de 30/05/2014.

Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, tentou ligar a cobrar para uma amiga da família antes de ser morto, segundo o inquérito policial. A quebra do sigilo telefônico do celular do menino mostra que foi a caminho de Frederico Westphalen (RS), onde seria morto e enterrado, que o menino fez o último pedido de socorro, provavelmente já sob efeito de sedativos. Bernardo tentou falar com Juçara Petry, a tia Ju,  a amiga que cuidava dele como se fosse um filho. As informações são do Jornal da Band.

De acordo com a investigação, antes de voltar a Três Passos, cidade onde morava, a madrasta Graciele Ugulini, presa por suspeita pela morte de Bernardo, dispensou a babá mais cedo por telefone, para evitar ser vista chegando em casa sem o menino. Em 4 de abril de 2014, quando ocorreu o assassinato, ela inventou que o garoto tinha ido dormir na casa de um colega.

Na mesma noite do crime, o pai começou a ter atitudes suspeitas. O médico Leandro Boldrini, também preso pela morte e acusado de ser negligente com o filho, ligou quatro vezes para Bernardo naquele final de semana: na sexta, às 21h25; no sábado, às 18h30; e, no domingo, mais duas tentativas. Conforme o pai, o celular estava fora de área. No entanto, Leandro não telefonou para a casa do amigo onde o filho estaria.

Para os delegados responsáveis pelo inquérito,está provado que Leandro era um pai omisso, que nunca ligava ou averiguava onde estava o menino. Eles afirmam que o médico falou para uma ex-empregada, e a mãe do amigo na casa onde o menino deveria estar, que Bernardo tinha deixado o celular em casa. "Por que então o pai passou o final de semana ligando para o menino?", questionam os investigadores. O aparelho do garoto ainda não foi localizado.

Disponível em:
https://noticias.terra.com.br/brasil/policia/bernardo-tentou-ligar-para-amiga-antes-de-ser-assassinado,ef31774a34cd5410VgnVCM5000009ccceb0aRCRD.html . Acesso em16/10/2016.

OBSERVAÇÃO: na hora da maior dificuldade, a tendência natural é pensar naquela pessoa que mais nos apoiaria. Bernardo não tentou ligar para o pai, mas para a Tia Ju.


JUSTIÇA PARA ODILAINE E BERNARDO UGLIONE BOLDRINI!


segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Júri Popular confirmado para os quatro acusados da morte do menino Bernardo


CONFIRMADO JÚRI POPULAR PARA OS QUATRO ACUSADOS DO ASSASSINATO DO MENINO BERNARDO UGLIONE BOLDRINI


Leandro Boldrini, Graciele Ugulini, Edelvânia e Evandro Wirganovicz 


Do R7, com Rede Record

Foi confirmado o júri popular dos quatro acusados da morte do menino Bernardo Boldrini. Uma decisão da Justiça manteve a alegação de motivo torpe na acusação contra o pai da criança, Leandro Boldrini, e a madrasta, Graciele Ugulini.
Também respondem pelo crime os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz. De acordo com a acusação, o casal Leandro e Graciele desejava impedir a partilha de bens com a família quando Bernardo se tornasse maior de idade.
Ainda de acordo com o Ministério Público, o motivo torpe estaria caracterizado mediante a promessa de recompensa à Edelvânia, que teria recebido uma quantia em dinheiro para participar do crime.
Bernardo Boldrini, de 11 anos, desapareceu dia 4 de abril de 2014 em Três Passos, onde morava com o pai e a madrastaO corpo de Bernardo foi achado 10 dias depois, dentro de um saco plástico, enterrado às margens de um rio em Frederico Westphalen.
 O pai participou das buscas ao menino e, fingindo desespero, comoveu a cidade inteira.

Disponível em:

OBSERVAÇÃO:  O pai, fingindo desespero, participou das buscas a Bernardo, comovendo toda a cidade. Se a motivação para matar uma criança foi patrimonial, o que os impediria de atentar contra a vida de um adulto, por esse mesmo motivo?

JUSTIÇA PARA ODILAINE E BERNARDO UGLIONE BOLDRINI!

sábado, 8 de outubro de 2016

O menino Bernardo Uglione Boldrini


O MENINO BERNARDO BOLDRINI


Foto: reprodução

Transcrição: 30 Abril 2014

 "A tragédia urbana que envolveu o menino Bernardo, é réplica da tragédia rural que envolveu este outro menino que passou para a história e a literatura, com o apelido de Negrinho do Pastoreio, tal como o descreveu o cientista Saint-Hilaire que passou por aqui, por várias cidades do nosso Rio Grande e que nos deixou a descrição, em legítimo francês e depois de maneira erudita e literária pelo escritor Simões Lopes Neto", escreve Antonio Cechin, irmão marista e militante dos movimentos sociais e ambientais.

Segundo ele, "a catequista que preparou Bernardo para a primeira comunhão cumpriu muito bem seu dever de ajudar a criança, mas bem que teria podido fazer muitas coisas mais, como, por exemplo visitar mais vezes a família e melhor se inteirar dos sofrimentos de Bernardo, ainda mais que ele era também coroinha da paróquia".

Eis o artigo.

“Quando tomamos conhecimento da tragédia que envolveu esse menino de 11 anos de idade, da cidade de Três Passos, RS, nos pareceu notícia tão inverossímil que a tomamos como uma daquelas que caracterizam a imprensa marron. Revestem tudo de sensacionalismo a fim de melhor venda de seus pasquins.

O fato é que a notícia, de começo, impossível de ter acontecido, foi tomando jeito, dia após dia, de um verdadeiro terremoto. Em ondas concêntricas foi atingindo mentes e consciências, desde o seu epicentro, que foi a modesta cidade interiorana de Três Passos. Alcançou hoje, a magnitude de um tsunami no Rio Grande do Sul, se espraiando por todo o Brasil e pelo mundo inteiro devido a seu ineditismo macabro.    

A tragédia está dando de bandeja, sobrando para todo o mundo: para a família em que nasceu, para os parentes, para os vizinhos, para a escola em que estudava a criança, para a paróquia da qual era coroinha e em que fez sua primeira comunhão e em que se preparava para ser crismado, para a polícia e principalmente para a delegada que detalha o caso, para os cientistas sociais – sociólogos, psicólogos, psiquiatras, pedagogos, antropólogos, etc. – para o Ministério Público, para os cidadãos todos de Três Passos, de Frederico Westphalen e de Santa Maria, respingando em ondas concêntricas, desde o microprocesso conjuntural para o macro, para todo tipo de responsáveis sociais.

A cada dia surgem detalhes novos, que vão se somando e fazendo com que tenhamos a impressão de que Bernardo, aos 11 anos, tenha sido assassinado não por pessoas humanas, mas por verdadeiros monstros. As descrições que nos traz a mídia  são horríveis e asquerosas ao máximo. A todo instante, todos temos que nos reposicionar, desde o lugar social em que nos encontramos, para um sempre novo questionamento, a partir de nossa própria realidade em que trabalhamos e do chão em que pisamos. Chegamos ao fundo do poço quando nos obrigamos a questionar a própria espécie humana.

Retomando o início deste artigo, afirmamos que a tragédia acontecida deu de sobejo, sobrando para todo o mundo, lemos no jornal Zero Hora do dia 27 de abril, à página 34:
“Ofício nº 0177/2013, do Centro de Referência Especializada da Assistência Social para o Ministério Público, em 3 de dezembro de 2013: O senhor Leandro (pai do menino) nos recebeu prontamente e em sua fala negou todos os fatos”.

 “Outro fato que nos relataram, nos chamou a atenção e que vale aqui ressaltar é que com apenas 09 anos (idade anotada errado, pois tinha 11 anos) foi ele que providenciou, juntamente com sua catequista, toda sua documentação para poder cumprir o sacramento da comunhão. Nem seu pai, nem sua madrasta acompanharam o ano catequético de Bernardo, sendo que não foram em nenhuma reunião, nem mesmo na primeira comunhão do filho.

 “A comunidade de Três Passos, em geral, sabe que Bernardo é negligenciado por seu pai e sua madrasta. O fato que ela nos apresenta é apenas um menino de 09 anos e que não está recebendo os devidos cuidados que a idade lhe exige.”

Do episódio, sobrou e muito, para nós todos que somos Catequistas e Evangelizadores e que fazemos parte de uma Comunidade de Fé. A tragédia Bernardo Boldrini tem tudo a ver com a verdade evangélica que Deus é Amor. Nos personagens todos que se envolveram no fatídico acontecimento, é vivido um duelo entre amigos da Vida (biófilos) e amigos da morte (necrófilos). Duelam também entre si, a ternura e a maldade, o amor e o ódio.

Deus como Fonte de todo o Amor “nos amou primeiro” como diz a Bíblia. No episódio inicial do livro do Gênesis, Deus Pai Criador começou construindo a casa em que seus filhos queridíssimos deveriam morar. Fez surgir do nada, uma esplêndida mansão: a natureza e todo o universo. Só depois disso, reunidos em Comunidade de três pessoas, o Pai, o Filho e Espírito Santo proclamam: “façamos o Homem à nossa imagem e semelhança!,” e fazem saltar para dentro da vida, o ser humano. 

Se Deus não nos tivesse amado primeiro, a criatura humana, não teria tido possibilidade de amar. A beleza da Casa Humana, assim como a pintura de um artista, é o retrato de Deus, seu autor. É São Paulodizendo em sua pregação em Atenas, capital da Grécia, em plena praça pública: “Deus nos falou primeiro através da criação: a natureza e todo o universo, falou depois pela boca dos patriarcas e dos profetas e por último pelo seu próprio Filho, o Homem Jesus de Nazaré”.

Numa família, o amor precede e procede ao nascimento dos filhos. Por isso o pai e a mãe tem que se amar mutuamente para poderem, em seguida, dar amor aos filhos, simplesmente porque o filho tem que aprender do amor dos pais e por extensão da Comunidade, pelo tempo inteiro em que for criança, adolescente, jovem. Sem esses diferente graus de aprendizado do Amor humano completo, serão criaturas truncadas, incompletas. Existe até uma expressão popular que exprime o amor em criança: amor de menino, água em  cestinho.

Na sequência do que dissemos no começo do artigo, diz o Centro de Referência especializado de Assistência Social do município de Três Passos, “foi o menino Bernardo que providenciou, juntamente com sua catequista, toda sua documentação para poder cumprir o sacramento da comunhão.”

Transparecem do evento tenebroso, para os evangelizadores tanto das Comunidades Eclesiais de Base, quanto das paróquias, as palavras referenciais do Homem Jesus de Nazaré: “deixem vir a Mim as crianças!”; “quem não for como uma criança, não entrará no Reino dos Céus!” “Ai de quem escandalizar a um desses pequeninos! Melhor houvera sido que ao escandalizador lhe tivessem amarrado ao pescoço, uma mó de moinho e o tivessem lançado no fundo do mar!”

A catequista que preparou Bernardo para a primeira comunhão cumpriu muito bem seu dever de ajudar a criança, mas bem que teria podido fazer muitas coisas mais, como, por exemplo visitar mais vezes a família e melhor se inteirar dos sofrimentos de Bernardo, ainda mais que ele era também coroinha da paróquia.

Acho que há uma grande lacuna na catequese das crianças em nossas paróquias. Na arquidiocese de Paris, onde frequentei o Instituto Superior de Catequese, em cada paróquia há dois tipos de catequistas: os paroquiais e as mães catequistas que reúnem uma vez por semana as crianças para uma catequese familiar. O conhecimento das famílias dos catequizando é total e absoluto no sentido de, através dos filhos, atingir os pais.

Como evangelizadores que somos, no arrastão das Assembleias episcopais de Medellin e Puebla, marcos que foram da Catequese Libertadora do modelo novo de Igreja Ameríndia, também chamada Igreja da Teologia da Libertação, nos encontramos frente ao menino Bernardo, diante de um Sinal dos Tempos, tal como foi definida a Catequese dos sinais dos tempos, especial para nosso continente. Sinal que nos questiona em termos de fé e de militância social e política.

A tragédia urbana que envolveu o menino Bernardo, é réplica da tragédia rural que envolveu este outro menino que passou para a história e a literatura, com o apelido de Negrinho do Pastoreio, tal como o descreveu o cientista Saint-Hilaire que passou por aqui por várias cidades do nosso Rio Grande e que nos deixou a descrição, em legítimo francês e depois de maneira erudita e literária pelo escritor Simões Lopes Neto:

"Há sempre na sala um negrinho de dez a doze anos, que permanece de pé, pronto a ir chamar os outros escravos, a oferecer um copo de água e a prestar pequenos serviços caseiros. Não conheço criatura mais infeliz do que esta criança. Não se assenta, nunca sorri, jamais se diverte, passa a vida tristemente apoiado à parede e é, frequentemente, martirizado pelos filhos do patrão.

Quando anoitece, o sono o domina, e quando não há ninguém na sala, põe-se de joelhos para poder dormir; não é esta casa a única onde há este desumano hábito de se ter sempre um negrinho perto de si para dele utilizar-se, quando necessário". (Adroaldo Mesquita da Costa. Viagem ao Rio Grande do Sul. Porto Alegre: ERUS/Martins Livreiro, 1987, p. 86-87).

Ontem, como epicentro da maldade, um patrão de estância e hoje, na cidade de Três Passos, um pai-patrão e uma madrasta. Ontem um Negrinho Santo que sequer nome tinha, um símbolo para todos os meninos abandonados do meio rural. Hoje, um Menino santo, de nome Bernardo, segundo a certidão de nascimento e a certidão de batismo.

O antigo, menino de fé e devoto de Maria que invocava como “a Madrinha do que não tem madrinha”. Hoje, outro menino de nome Bernardo, com sede de amor, nunca se cansando de pessoas e famílias que lhe matassem a sede de amar e ser amado.

Em tempos de papa Francisco, depois de um rigoroso inverno retorna a primavera na Igreja. É chegada a hora e a vez da retomada do Concílio Vaticano II, e do modelo Ameríndio de Igreja da Libertação.

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JUSTIÇA PARA ODILAINE E BERNARDO UGLIONE BOLDRINI!

A motivação patrimonial que levou Bernardo Uglione Boldrini à morte


 NESTA SEXTA-FEIRA. O PRIMEIRO GRUPO CRIMINAL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO GRANDE DO SUL DECIDIU E SEGUE SENTENÇA DE PRONÚNCIA QUE LEVA A JÚRI POPULAR, OS QUATRO ACUSADOS DA MORTE DO MENINO BERNARDO UGLIONE BOLDRINI


Foto: reprodução

O Tribunal de Justiça (TJRS) julgou nesta sexta-feira, 07/10/2016, mais um recurso da defesa  contra a sentença de pronúncia dos réus do Caso Bernardo Uglione Boldrini, assassinado em 04/04/2014 pela madrasta Graciele Ugulini em conluio com o pai biológico do menino, o médico Leandro Boldrini e que contou com a ajuda de mais dois comparsas: Os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz (grifo nosso).

Desta vez, o 1º Grupo Criminal do Tribunal de Justiça analisou embargos infringentes movido pela defesa do médico Leandro Boldrini. Os advogados tentavam afastar a qualificadora de motivo patrimonial para o assassinato. O 1º Grupo Criminal, no entanto, por quatro votos a três, manteve o motivo torpe para os réus Leandro Boldrini  e Graciele Ugulini.

A Justiça do  Rio Grande do Sul também, na mesma data, manteve a sentença de pronúncia que manda a júri popular os quatro acusados da morte do menino Bernardo Boldrini, na cidade gaúcha de Três Passos, no norte do Rio Grande do Sul. 

Respondem também pelo crime, os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz. A decisão é e foi tomada pelo 1º Grupo Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, que reúne integrantes das 1ª e 2ª Câmaras Criminais do órgão. Os magistrados analisaram os embargos infringentes, um recurso exclusivo da defesa, que se fundamenta na falta de unanimidade na decisão colegiada.

Isso só foi possível porque em  sessão de abril de 2016, o desembargador Honório Gonçalves da Silva Neto acompanhou o voto do relator, desembargador Sylvio Baptista Neto, para manter a pronúncia dos acusados, mas divergiu em relação ao motivo torpe aos réus Leandro Boldrini e Graciele Ugulini. 

De acordo com a acusação, o casal desejava impedir a partilha de bens com a vítima quando Bernardo atingisse a maioridade. Também, conforme o Ministério Público, o motivo torpe estaria caracterizado mediante a promessa de recompensa à Edelvânia, que teria recebido uma quantia em dinheiro para participar do crime.

Investigação e julgamento

Desde abril de 2014, os quatro réus estão presos, e atualmente aguardam julgamento: o médico cirurgião Leandro Boldrini, pai da criança, a madrasta Graciele Ugulini, a amiga dela, Edelvânia Wirganovicz, e o irmão Evandro Wirganovicz. A Polícia Civil investigou e concluiu que o menino morreu em razão de uma superdosagem do sedativo Midazolan. Graciele e Edelvânia teriam aplicado o medicamento que levou o garoto à morte.

 Depois, as duas teriam recebido ajuda de Evandro Wirganovicz para cavar a cova e ocultar o cadáver. A denúncia do Ministério Público ainda apontou que Boldrini foi o mentor de todo o crime. A Justiça decidiu pelo júri popular para os quatro. No entanto, as defesas de Boldrini, Graciele e Evandro recorreram. O recurso começou a ser analisado em janeiro, foi suspenso e retomado nesta quarta-feira (20).
A decisão foi mantida.

Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos, desapareceu em 4 de abril de 2014, em Três Passos. O corpo dele foi encontrado dez dias depois, dentro de um saco plástico, enterrado às margens de um rio em Frederico Westphalen.
Os réus são acusados pelos crimes de homicídio quadruplamente qualificado (Leandro e Graciele), triplamente qualificado (Edelvânia Wirganovicz) e duplamente qualificado (Evandro Wirganovicz), ocultação de cadáver e falsidade ideológica (neste caso, só Leandro Boldrini), conforme a denúncia do Ministério Público.
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OBSERVAÇÃO: a motivação para o assassinato de Bernardo Uglione foi patrimonial. Odilaine Uglione, mãe de Bernardo estava para receber uma indenização de 1,5 milhão em valores de 2010, além de uma pensão de dez mil mensais.

Após escrever uma carta supostamente suicida, que não condizia em nada com a realidade que vivia (de brigas e traições) e ainda por cima, deixava todo o seu patrimônio para o marido Leandro Boldrini, em detrimento do próprio filho menor de idade e também da mãe idosa e doente, dentro do consultório do marido, ela tirou a própria vida: acredite quem quiser.

Doutor Marlon Taborda, por favor, nos dê notícias: recorra até às últimas consequências também sobre o caso de Odilaine Uglione.


JUSTIÇA PARA ODILAINE E BERNARDO UGLIONE BOLDRINI!

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Os pais são os piores agressores de seus próprios filhos


UMA TRISTE CONSTATAÇÃO: AQUELE QUE MELHOR DEVERIA SABER CUIDAR É O PIOR AGRESSOR 




Diariamente, milhares de crianças são vítimas de quem elas mais confiavam: seus próprios genitores


Texto de Agência Brasil, de 21/04/2014.

Levantamento feito com dados dos conselhos tutelares de todo o país revela que pais e mães são responsáveis por metade dos casos de violações aos direitos de crianças e adolescentes, como maus-tratos, agressões, abandono e negligência.Os números retirados do Sistema de Informações para a Infância e Juventude, do governo federal, apontam 229.508 casos registrados desde 2009, sendo que, em 119.002 deles, os autores foram os próprios pais (45.610) e mães (73.392).

O levantamento, baseado em informações de 83% dos conselhos tutelares brasileiros, mostra também que os responsáveis legais foram autores de 4.403 casos, padrastos tiveram autoria em 5.224 casos e madrastas foram responsáveis em 991. Para Ariel de Castro Alves, advogado membro do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Condeca) e fundador da Comissão Especial da Criança e do Adolescente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), esses dados são assustadores porque as situações de risco à criança são criadas pelas pessoas em que elas mais confiam e das quais dependem para sobreviver.

Ariel de Castro citou como exemplo o caso recente do menino Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos, assassinado em Três Passos (RS). O próprio pai e a madrasta estão entre os principais suspeitos. Uma das motivações teria sido uma herança, além de uma pensão.

Ariel de Castro:
- "É um problema que não decorre apenas das situações econômicas e sociais, como o caso do menino Bernardo mostra. Muitas vezes, as situações que envolvem pessoas pobres são mais denunciadas até pela facilidade de os vizinhos terem acesso, pelas formas de moradia, as pessoas são mais comunicativas nas regiões mais periféricas. Agora, a violência também ocorre em famílias mais abastadas, mas muitas vezes, as violações não são denunciadas, na tentativa de manter um certo status familiar".

O advogado destaca a falta de programas sociais voltados para a orientação e um acompanhamento mais permanente de famílias em conflitos. Ariel de Castro criticou o fato de, muitas vezes, as autoridades não considerarem as reclamações feitas pela própria criança, como no caso do menino Bernardo, que chegou a pedir ajuda ao Ministério Público para não morar mais com o pai e a madrasta.

Ariel de Castro:
-  "A palavra da criança tem que ser levada em conta, como prevê o direito ao protagonismo, o desejo de não continuar mais com os pais".

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sábado, 1 de outubro de 2016

Nos contos de fadas, as madrastas eram menos cruéis


GRACIELE UGULINI DESBANCANDO AS MADRASTAS DE BRANCA DE NEVE E CINDERELA: PIOR QUE AS DOS CONTOS DE FADAS


Leandro Boldrini, Graciele Ugulini, Edelvânia Wirganovicz e Evandro Wirganovicz, réus do caso Bernardo no Rio Grande do Sul

Texto de Cláudia Lautiano, de 16/04/2014 (opinião).

Muito tempo antes de a revolução de costumes da segunda metade do século XX tornar corriqueiros os arranjos familiares compostos por pais e filhos de diferentes casamentos, as fábulas infantis já haviam cristalizado a figura da madrasta como o arquétipo da vilã. A contaminação da linguagem é tamanha que, nos últimos anos, muitas mulheres verdadeiramente dedicadas a amar e ajudar a criar filhos de outras mães começaram a ser chamadas de "boadrastas" - como se o "ma" de "madrasta" não carregasse a mesma raiz da palavra "mãe" e sim um índice de caráter oculto.

Se forem confirmadas todas as hipóteses levantadas até agora no caso do menino Bernardo, porém, a enfermeira Graciele Ugulini pode orgulhar-se de ser pior do que as madrastas das fábulas infantis que deram má fama ao posto. No caso da madrasta de Cinderela, por exemplo, temos uma mulher falsa e insensível que tratou a enteada relativamente bem até o marido morrer. Quando ficou viúva, transformou a menina em empregada da casa e deixou bem claro que ela não seria criada com as mesmas regalias das filhas biológicas. Foi uma péssima madrasta, mas não uma criminosa.

Já para Branca de Neve coube o trágico destino de ser criada por uma mulher vaidosa, invejosa e cruel. Mas, ao contrário de Graciele, ela preferiu transferir para outra pessoa, um caçador, a tarefa de matar a enteada. Anos mais tarde, quando ela entrega a Branca de Neve uma maçã envenenada, surge disfarçada como uma velhinha - e não com o rosto que a princesa teria reconhecido como o da mulher que ocupara por algum tempo o lugar da própria mãe. Graciele também não teve essa preocupação.

O crime de Três Passos pode ter revelado uma madrasta pior do que as piores fantasias de adultos e crianças, mas é bom lembrar que no Brasil real ainda cabe aos homens o papel de vilão mais comum nas mais trágicas histórias infantis. Estatísticas nacionais e internacionais apontam o pai e padrasto como principais agressores, seguidos pelo avô e tio. Como no caso de Bernardo, pessoas do núcleo familiar, ou muito próximas, e que têm acesso privilegiado às crianças.

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