quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Advogado da Família Uglione deve solicitar explicações ao IGP/RS


O DOUTOR MARLON TABORDA VAI REQUERER QUE O IGP/RS INFORME CRITÉRIOS ADOTADOS NA ANÁLISE DA SUPOSTA CARTA DE SUICÍDIO, AGORA ATRIBUÍDA À ODILAINE UGLIONE

REPRODUÇÃO RBS TV

Após a confirmação do Instituto Geral de Perícias do Rio Grande do Sul / IGP, de que a letra na suposta carta de suicídio encontrada na bolsa de Odilaine Uglione partiu dela mesma, o Doutor Marlon Taborda, advogado de Jussara Uglione, mãe de Odilaine, decidiu questionar os critérios que foram adotados por todos os peritos especialistas em exames grafotécnicos do citado órgão para que chegassem ao mesmo consenso.

O Advogado manifestou o desejo de ter acesso ao material de confronto e acredita que o IGP pode ter se equivocado na coleta dos elementos para a comparação das provas materiais. A conclusão do IGP vem de encontro ao posicionamento da perícia particular que confirmou ter a carta de Odilaine sido escrita por Andressa Wagner, secretária do médico Leandro Boldrini. Andressa Wagner, além de negar o fato, abriu um B.O contra os peritos particulares e ainda forneceu material gráfico do seu punho para que o IGP fizesse a comparação.

Doutor Marlon Taborda:
- "Questionamos os critérios por eles adotados e também nos manifestamos no sentido de incerteza quanto à prova material de confronto que possivelmente possa ter sido utilizada. Acreditamos que o Instituto-Geral de Perícias tenha colhido material de confronto errado para chegar a essa conclusão, não descartando que tenham sido utilizados outros documentos que não sejam de autoria de Odilaine. E, portanto, chegado a uma conclusão errada”.

Embora os resquícios de material genético encontrado debaixo das unhas de Odilaine possam indicar Leandro Boldrini, ao mesmo tempo apontam para o menino Bernardo Uglione Boldrini e não para um terceiro participante no consultório em 10/020/2010. O Doutor Marlon Tabora confirma que a Família autorizou que a Justiça faça a exumação do corpo de Bernardo com o objetivo de realizar o exame de DNA e acabar com esse impasse.

Disponível em:

“É um dever resistir à injustiça ultrajante que chega a provocar a própria pessoa, isto é, à lesão ao direito que, em conseqüência da maneira porque é cometida, contém o caráter de um desprezo pelo direito, de uma lesão pessoal. É a luta,  um dever do interessado para consigo próprio; É a luta,  um dever para com a sociedade, porque esta resistência é necessária para o direito se realize." (Rudolf Van Ihering).

OBSERVAÇÃO: Vê-se uma profunda ansiedade e por quê não dizer  desespero, mas jamais desalento por parte da Família Uglione e seu defensor na tentativa de de se elucidar tão cruel questão. Doutor Marlon Taborda, não temos a força que o senhor possui de lutar pelo Direito, mas temos a força das palavras e das orações. Nem é preciso dizer, mas por favor, não desanime nunca nessa empreitada que o senhor assumiu para si. E conte sempre conosco, até que se faça Justiça: por Bernardo, por Odilaine... Por quem vier. 

JÚRI POPULAR URGENTE PARA BERNARDO UGLIONE BOLDRINI E JUSTIÇA PARA ODILAINE UGLIONE!

IGP/RS confirma que Odilaine Uglione escreveu suposta carta de suicídio


DE ACORDO COM O INSTITUTO GERAL DE PERÍCIAS DO RIO GRANDE DO SUL, ODILAINE FOI A AUTORA DA SUPOSTA CARTA DE SUÍCIDIO ENCONTRADA NA SUA BOLSA EM 10/02/2010.

Foto: Reprodução RBS

Faltando cerca de dois meses para o término das investigações a respeito do suposto suicídio de Odilaine Uglione, o Diretor-Geral do IGP, o senhor Cléber Müller adiantou na data de 23/12/2015, que a análise do resultado da carta encontrada na bolsa de Odilaine no dia de sua morte em 10/02/2010 foi escrita por ela própria, fato confirmado pela equipe de peritos do Instituto Geral de Perícias do Rio Grande do Sul, especialista em Grafoscopia, ao comparar a carta com documentos pessoais encontrados também na sua bolsa. 

Cléber Müller/IGP-RS:
- "É consenso entre todos os peritos, sem sombra de dúvida, que a carta foi escrita pela Odilaine.""A riqueza de coincidências, de grafismos do punho da carta com o material que foi encaminhado, os peritos têm certeza absoluta que aquela carta que foi encaminhada para nós, que foi localizada na bolsa dela no local do crime, ela foi escrita pelo punho da Odilaine Uglione".

Cléber explica que foram analisados vários documentos escritos.

Cléber Müller:
- "A delegacia enviou uma quantidade grande de escritas que teriam sido feitas pelo punho da Odilaine e de uma outra suspeita".


Os peritos do IGP constataram variações na sua grafia:

Cléber Müller:
- " No mesmo texto, ela escreve de uma forma, aqui de outra. Mais triangular, aqui redondado, mais alongado." 

Quase todas as perícias relativas à segunda fase das investigações do Caso Odilaine, reabertas em 21/05/2015 já foram encerradas. Resta verificar a movimentação de Leandro Boldrini dentro do consultório antes, durante e depois do disparo, além de outras pendências.

Delegado Marcelo Mendes Lech:
- "Neste ano, é certo que não dá (concluir a investigação), porque ainda temos testemunhas para serem ouvidas e mais diligências."

O exame de balística não conseguiu apurar quem teria efetuado o disparo que matou Odilaine mesmo depois da comparação do material genético colhido das unhas de Odilaine com o DNA de Leandro Boldrini, quando os peritos tentaram ainda entender se poderia ter havido luta corporal entre o casal. O material coletado demonstrou possuir o cromossomo Y, característico do sexo masculino, mas o resultado foi inconclusivo. 

Cléber Müller:
- "Ele (exame) é uma mistura de dois indivíduos do sexo masculino. (?). O exame por si só não tem como afirmar que é do Leandro Boldrini."

Vinte peritos com muita experiência e que inclusive auxiliaram a Polícia no esclarecimento de várias ocorrências, conseguiram reproduzir a trajetória do tiro que vitimou Odilaine. Os testes realizados foram conclusivos para suicídio, apesar de que o tiro pode ter sido disparado por outra pessoa. (?).

O crânio de Odilaine Uglione, reproduzido em 3D foi fotografado de diversos ângulos e as imagens transferidas para um computador. A partir daí, simulações foram realizadas no sentido de determinar onde entrou o projétil até o ponto em que ele foi encontrado. Essas simulações permitiram concluir que  o disparo pode ter sido efetuado por uma segunda pessoa. Testes também foram feitos com a arma encontrada ao lado do seu corpo.


Reprodução RBS TV

Cléber Müller:
- "Todos nós vemos como hipótese provável o suicídio, mas a investigação ainda está em andamento. Não conseguimos descartar a hipótese de uma segunda pessoa ter participado. Ou seja, o assassinato não está descartado. O exame mostra que poderia ter sido suicídio como poderia ter uma segunda pessoa participado."

Reprodução RBS TV

Disponível em:

http://www.trespassosnews.com.br/noticias/item/8607-carta-de-despedida-foi-escrita-pela-m%C3%A3e-de-bernardo-diz-igp . Acesso em 30/12/2015.

http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2015/12/pericia-afirma-que-carta-de-despedida-foi-escrita-pela-mae-de-bernardo.html . Acesso em 30/12/2015.

http://circuitomt.com.br/editorias/brasil/79194-carta-achada-apos-morte-foi-escrita-por-mae-de-bernardo.html . Acesso em 30/12/2015.

http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2015/12/carta-encontrada-apos-morte-foi-escrita-por-mae-de-bernardo-aponta-igp-4937190.html . Acesso em 30/12/2015.

Não queremos vingança, mas iremos perseguir a Justiça até que ela se canse!
(Fotos da agenda de Andressa Wagner e da carta de Odilaine Uglione no texto: Ora, quem diria, foi a secretária quem escreveu, neste blog.)

Jussara Uglione/mãe de Odilaine:
- "Aquela carta nunca me confortou. Eu ainda disse, mas essa carta, essa letra não é da Odilaine!".


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quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

A morte de Odilaine Uglione na versão de Leandro Boldrini


A VERSÃO DE LEANDRO BOLDRINI ACERCA DO SUPOSTO SUICÍDIO DE ODILAINE UGLIONE

Andressa Wagner, de blusa amarela chega para depor / Foto de Débora Ely.

Na terça-feira, 15/12/2015, na primeira fase da reprodução dos acontecimentos de 10/02/2010, cinco testemunhas depuseram e houve divergências entre elas quanto ao momento em que foi ouvido o barulho do tiro no consultório do médico Leandro Boldrini.

Para o dia 16/12/2015, quarta-feira, a versão de Leandro Boldrini, referente ao caso: 
Ele confirma que ao chegar no consultório naquele dia, 10/02/2010, encontrou Odilaine sentada e com a mão direita já dentro da bolsa. 

Eles conversavam sobre amenidades quando de repente, Odilaine se levantou, sacando um revólver 38 que trazia dentro da bolsa e apontou em sua direção dizendo: "Então é assim, então vai ser isso!".

Ao se ver na mira da arma, ele também se levantou e entre o canto da mesa e a porta da sala de espera, ele escutou o estampido. Ou seja, dentro do consultório.

Na sequência dos fatos, o médico Leandro Boldrini afirma ter saído correndo e pedido à secretária Andressa Wagner que buscasse socorro. Enquanto isso, ele desceu dois andares até uma farmácia situada no térreo do edifício e depois disse ter procurado auxílio no consultório de um amigo, alguns metros do Centro Clínico.

O médico relata que ficou chocado ao receber a notícia da morte de Odilaine, já na Delegacia de Polícia de Três Passos, acompanhado de um advogado, para prestar depoimento.

Ele ainda confirma ter pensado que só poderia ela mesma (Odilaine) se dado o tiro fatal, constatando ele ter sido suicídio.

Leandro Boldrini disse ter somente visto o filho Bernardo ao meio-dia de 10/02/2010. Esse é seu primeiro depoimento à Polícia, acerca do suposto suicídio de Odilaine. Pai e filho dormiram fora de casa naquele dia fatídico.

Leandro Boldrini apresentava tensão e preocupação e recusou-se a refazer o percurso externo até o consultório do amigo, limitando-se a narrar a sua movimentação em fevereiro de 2010. Após a reconstituição com o médico, foi a vez de Andressa Wagner.

Delegado Marcelo Mendes Lech:
- "Neste ano, é certo que não dá (concluir a investigação), porque ainda temos testemunhas para serem ouvidas e mais diligências"



Foto: Vinícius Araúlo / Especial CP

Disponível em:

http://diariogaucho.clicrbs.com.br/rs/noticia/2015/12/boldrini-disse-a-policia-que-saiu-de-consultorio-depois-de-ouvir-um-tiro-4932304.html . Acesso em 17/12/2015.

http://www.correiodopovo.com.br/Noticias/Policia/2015/12/574804/Pai-de-Bernardo-participa-de-reconstituicao-da-morte-de-Odilaine-Uglione . Acesso em 23/12/2015.

http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/caso-bernardo-boldrini/noticia/2015/12/em-depoimento-leandro-da-versao-sobre-dia-da-morte-de-odilaine.html . Acesso em 30/12/2015


OBSERVAÇÃO: Agora, as contradições de Leandro Boldrini referente à morte de Odilaine Uglione, percebidas nas poucas explicações narradas pelo Jornal on line na data de 16/12/2015:

  1. Odilaine mantinha a mão direita dentro da bolsa. Porquê? Estando a arma escondida na bolsa, ela poderia muito bem, simular estar remexendo em alguma coisa e então sacar a arma, fácilmente.
  2. Odilaine Uglione não apresentou nenhum resquício de pólvora na mão direita e pelo que consta ela não usava luvas.
  3. Eles conversaram sobre amenidades. Isso depois dela saber-se traída, pedido a separação e de acordo com testemunhas que se encontravam na antessala, ter entrado no consultório bastante nervosa.
  4. De repente, Odilaine se levantou, tirou a arma de dentro da bolsa e mirou em sua direção. Ele estava sentado de frente para ela. Nesse meio tempo, dele se levantar da cadeira, correr para a porta, entre o canto da mesa e a sala de espera, isto é, dentro do consultório, Odilaine não conseguiu acertá-lo nem mesmo de raspão. Não houve mais de um disparo, afinal apenas um estampido foi ouvido... e diretamente na boca de Odilaine.
  5. Ainda dentro do consultório, ele escutou um estampido. Para Bernardo, ele dizia que Odilaine teria tentado matá-lo e não conseguindo se suicidou. Então, por quê uma carta de suicídio, enorme?  Sabe-se hoje que a carta foi escrita pela sua secretária Andressa Wagner. 
  6. Leandro Boldrini saiu correndo do consultório e buscou refúgio na farmácia. O que ele teria feito ali? Lavado as mãos? E por quê saiu gritando "homicídio, suicídio" se apenas e posteriormente na Delegacia ele disse ter pensado que Odilaine poderia ter se dado o tiro? 
  7. Qual o objetivo de buscar ajuda com um amigo em outro consultório, alguns metros do Centro Clínico? Ele como médico não teria que ter evacuado a sala e retirado a secretária e as pessoas? Eu respondo: Odilaine Uglione já não representava nenhum perigo.
  8. Por quê Andressa Wagner entrou no consultório, corajosamente, a despeito de todo o tumulto e enfrentando uma mulher armada? Eu respondo: Odilaine Uglione já não representava nenhum perigo.
  9. Como Leandro Boldrini sabia que se tratava de um revólver 38, nesses milésimos de segundos da ocorrência, se para a Polícia ele dizia não possuir armas? Sabe-se hoje que ele tinha uma armada guardada em seu cofre.
  10. Entrevista de Leandro Boldrini à Jornalista Adriana Irion, do Jornal Zero Hora em junho de 2014:
Adriana Irion:
- "A família de sua ex-mulher tenta reabrir a investigação de Odilaine. Ela teria comprado uma arma para matar o senhor, por conta da crise no casamento. Por que então ela se matou? O que vocês falaram antes do disparo?

Leandro Boldrini:
- "Ela só chegou e puxou a arma, não sei se balbuciou algumas palavras que não consegui entender, mirou nos meus olhos e disparou.

Adriana Irion:
- " Vocês não conversaram nada?"

Leandro Boldrini:
- "Ela estava sentada com a mão dentro da bolsa, daí ela sacou e já foi atirando."
              
             11. Em depoimentos de 14/04/2014 e 21/05/2015, Leandro Boldrini aparentava estar calmo e agora tensão e preocupação. Lembrando que no caso do filho, ele participou da execução como mentor e patrocinador. Qual terá sido a diferença nos dois casos?    

              12. Leandro Boldrini afirmou para a Polícia durante a reconstituição em 16/12/2015 que não sabia dizer até a presente data qual era a intenção de Odilaine. Para seu filho Bernardo, ele disse claramente que ela foi ao consultório na tentativa de matá-lo e não conseguindo se suicidou. 
              13.  Leandro Boldrini disse que no carro de Odilaine foi encontrado o coldre de uma arma, em cima do banco do passageiro.  Arma comprada na vila, no paralelo, vem com coldre?  Qual a utilidade de um coldre para Odilaine? Por quê ela deixaria, justo e apenas um coldre no banco do carro? Por quê Leandro Boldrini se recusou a fazer o trajeto da clínica até o consultório do médico amigo? Essa informação consta do processo de 2010?
 
              14.  Leandro Boldrini disse para os peritos do Instituto Geral de Perícias em 2010, que poderiam periciar seu carro e sua casa em busca de vestígios de alguma arma. Sua empregada disse ter visto um revólver quando ele abriu um cofre que existia na sua casa.

               15. Tirem, Senhores, as suas próprias conclusões...


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Arquivo Pessoal

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Gritos de "assassino" acolhem Leandro Boldrini para reconstituição


LEANDRO BOLDRINI CHEGA PARA A RECONSTITUIÇÃO DO SUPOSTO SUICÍDIO DE ODILAINE UGLIONE SOB GRITOS DE "ASSASSINO"

Foto de Félix Zucco / Agência RBS

Algemado e sob forte esquema de segurança, Leandro Boldrini chegou às 13:30 hs. de hoje, 16/12/15, no camburão da Superintendência dos Serviços Penitenciários (SUSEPE), ao Centro Clínico São Mateus para participar juntamente com mais onze testemunhas, da reconstituição do suposto suicídio de Odilaine Uglione, ocorrido em 10/02/2010, em seu consultório. Antes de sua chegada, a Brigada Militar havia isolado a área em torno e espalhado policiais e 12 viaturas nas proximidades.

Ele trajava calça jeans, camisa polo branca, tênis e portava um colete à prova de balas. As mãos algemadas nas costas seguravam um pacote de bolacha de água e sal e uma banana. Disse estar com sede, pediu água e ao adentrar o recinto onde seria realizada a reconstituição quis saber com quem se encontraria e tranquilizaram-no informando que se tratava de peritos e policiais civis.

O médico Leandro Boldrini permaneceu no consultório por cerca de uma hora e meia, reconstituindo cada passo dado no local em 10/02/2010, quando Odilaine morreu, vitimada por um tiro de revólver 38 disparado contra a sua cabeça. De acordo com Leandro Boldrini, ele estava deixando o consultório quando ouviu o estampido e desceu  até uma farmácia que ficava no térreo do prédio.

Assim que ele apareceu por detrás da porta de vidro foi alvo de veementes protestos de pessoas que acompanhavam a reprodução dos fatos:
- "Assassino! Não pesa a tua consciência?

A defesa de Leandro Boldrini não permitiu que ele reproduzisse o momento em que disse ter corrido em direção a outro consultório que existia ao lado do seu. Terminada a simulação, ele deixou o edifício e se encaminhou para o camburão da SUSEPE que o aguardava para ser reconduzido à Penitenciária Estadual de Charqueadas (PASC).

Foto de Vinícius Araújo/Especial/CP

Disponível em:


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Acontece em Três Passos/RS, a reconstituição da morte de Odilaine Uglione


A RECONSTITUIÇÃO DO SUPOSTO SUICÍDIO DE ODILAINE UGLIONE, MÃE DO MENINO BERNARDO


Imagem do Centro Clínico São Mateus / Foto de vídeo G1

Iniciaram-se na tarde de terça-feira, 15/12/2015, os preparativos para a reconstituição do suposto suicídio de Odilaine Uglione, mãe do menino Bernardo Uglione Boldrini, assassinado aos 11 anos de idade, cujos principais acusados são o pai biológico, o médico Leandro Boldrini  e a madrasta, a enfermeira Graciele Ugulini, que se encontram presos desde 14/04/2014, quando o corpo do garoto foi encontrado em uma cova rasa às margens do Rio Mico em Frederico Westphalen. O casal aguarda julgamento pelo Tribunal do Júri Popular.

O Centro Clínico São Mateus será o palco da reprodução dos fatos de 10/02/2010, onde Odilaine Uglione na versão da Polícia Civil na época, teria cometido suicídio dentro do consultório do marido, o médico Leandro Boldrini, três dias antes de assinar um acordo de separação que lhe garantiria uma indenização de 1,5 milhão mais uma pensão mensal de R$ 10.000 para ela e o filho Bernardo.  O caso foi encerrado com essa tese, mas em maio de 2015, pressionado pela mãe de Odilaine através do Advogado Marlon Taborda que nunca acreditou nessa interpretação reforçada pelas inúmeras evidências contrárias à hipótese de suicídio, inclusive atestadas por peritos particulares, o Ministério Público resolveu reabrir o inquérito, não antes de sucessivas negativas. (Ver matérias nesse blog).

Jussara Uglione:
- "Ela (Odilaine) não faria isso. Ela não tinha coragem, Odilaine não!

O novo inquérito está sendo conduzido pelo Delegado Marcelo Mendes Lech que irá acompanhar a simulação dos fatos. O médico Leandro Boldrini é um dos que participará da reconstituição em conjunto com mais 11 testemunhas e na presença dele, tudo o que cada testemunha disser será fotografado e gravado por peritos criminais da Seção de Perícias em Áudio e Imagens, acompanhados de um fotógrafo. O Centro Clínico São Mateus, amanheceu rodeado de faixas com pedidos de justiça e ao lado deles, a moradora Rosani Rentz depositou um ramalhete de flores.

Rosani Rentz:
- "Vim pedir justiça, quem fez tem que pagar." 
.
Foto de Jonas Campos / RBS TV


O Advogado de Jussara Uglione, avó materna de Bernardo fez uma declaração.

Advogado Marlon Taborda:
- "É uma prova importante para elucidar os fatos. Acredito numa conclusão diversa da primeira. Ou seja, que pode ter sido homicídio." 

Odilaine Uglione foi oficialmente declarada morta às 18:50 hs. de 10/02/2010, no Hospital de Três Passos/RS, após ter supostamente atirado contra a sua própria cabeça dentro do consultório de Leandro Boldrini. Testemunhas disseram ter visto Odilaine chegar nervosa e adentrar o consultório do marido, mas depois disso elas divergem quanto ao momento do disparo que vitimou Odilaine: umas dizem que foi depois que o médico saiu do consultório e outras dizem que, primeiro ouviram o tiro e depois Leandro Boldrini deixando o consultório. O Delegado Marcelo Mendes Lech pretende com a reprodução, dirimir essas dúvidas. 

Antessala do consultório de Leandro Boldrini em 2010 / Peritos IGP

Para isso, policiais civis desempenharão o papel de Odilaine e das outras testemunhas, presentes no local do fato em fevereiro de 2010. A atuação dos policiais decorre da necessidade de se evitar influências de uma testemunha sobre a outra e também divergências entre elas. A duração de dois dias para a conclusão da reconstituição se deve à quantidade de testemunhas e detalhes fundamentais, necessários para apuração dos fatos. A participação de Leandro Boldrini deve ocorrer hoje, 16/12/2015, na parte da tarde.

Peritos particulares constataram que a carta encontrada na bolsa de Odilaine não foi escrita por ela e sim por Andressa Wagner, secretária de Leandro Boldrini. Andressa Wagner, além de negar a acusação abriu um B.O. contra os peritos e ainda forneceu material gráfico para comparação, mas o resultado dessa perícia ainda não é conhecido.

A partir da reprodução simulada dos acontecimentos de fevereiro de 2010, os peritos deverão analisar as compatibilidades e as divergências das versões apresentadas e em confronto com os laudos periciais documentados nos dois inquéritos (de 2010 e 2015), incluindo a reconstrução em 3D do crânio de Odilaine, chegar a conclusão se a sua morte resultou de suicídio ou homicídio.

 Foto Jonas Campos /RBS TV

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Foto Três Passos News

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Graciele Ugulini depõe pela segunda vez sobre suposto suicídio


DEPOIS DAS REVELAÇÕES DE EDELVÂNIA WIRGANOVICZ EM 11/11/2015, A POLÍCIA OUVE GRACIELE UGULINI  PELA SEGUNDA VEZ.


Graciele Ugulini e Edelvânia Wirganovicz / Foto Três Passos News

Na segunda-feira, 07/12/2015, Graciele Ugulini, madrasta e principal executadora do menino Bernardo Uglione Boldrini em 04/04/2014, foi ouvida pela Polícia Civil, agora a respeito do suposto suicídio de Odilaine Uglione, mãe de Bernardo, ocorrido em 10/02/2010, no consultório do médico Leandro Boldrini. Mais de 50 pessoas já prestaram depoimento nessa nova fase das investigações iniciadas em maio de 2015, depois que o Ministério Público pediu o desarquivamento do processo em virtude das várias perícias particulares que levantaram dúvidas acerca da apuração do suposto suicídio de Odilaine Uglione, contradizendo a apuração policial encerrada ainda em 2010.

A entrevista que Edelvânia Wirganovicz prestou ao Jornal Zero Hora em 11/11/2015 foi o que bastou para que a Polícia a convocasse para relatar sua versão dos fatos. Depois disso, a madrasta Graciele Ugulini também foi chamada para explicar o que havia dito à cúmplice. Edelvânia, além de incriminar Graciele também incluiu a Delegada Caroline Bamberg, alegando que essa foi subornada por Leandro Boldrini a fim de que encerrasse com maior brevidade as investigações sobre a morte de Odilaine Uglione. A Delegada nega a acusação.

A esse respeito, fala o defensor de Edelvânia Wiragnovicz:

Advogado Jean de Menezes Severo:
- "Eu respeito esses servidores da Polícia. No entanto, essas informações que foram trazidas pela Edelvânia devem ser investigadas. A própria outra ré (Graciele) lhe disse que o pai do menino havia pago valores para a Delegada para arquivar esse primeiro inquérito sobre a morte da mãe (Odilaine)."

Após a reabertura das investigações em maio de 2015, uma testemunha denunciou que a Delegada havia iniciado a construção de um prédio no centro da cidade de Três Passos/RS, com verbas recebidas de Leandro Boldrini para o custeio da mão de obra em troca do encerramento do processo em 2010 sobre a morte de Odilaine. Essa mesma testemunha relatou que por diversas vezes tentou levar o fato ao conhecimento das autoridades policiais, mas só agora com as novas investigações, isso estava sendo possível.

A partir da entrevista de Edelvânia, o Delegado Marcelo Mendes Lech teve a oportunidade de ouvir as duas mulheres e com isso confrontar as versões de Edelvânia e Graciele. Ele informa ainda que todas as informações que foram colhidas no decurso das novas investigações serão apuradas e levadas ao conhecimento do Judiciário no inquérito policial. 

Marlon Taborda, advogado de Jussara Uglione, mãe de Odilaine confia que tudo seja apurado da melhor forma possível.

Advogado Marlon Taborda:
- "Existem documentos no próprio inquérito que corroboram aquilo que a Edelvânia disse."

O próximo passo das investigações será a reprodução simulada da morte de Odilaine Uglione, que deverá acontecer em 16/12/2015, a partir das 14:00 hs., na Clínica São Mateus em Três Passos e cujo local ficará isolado a partir de 15/12/2015. Leandro Boldrini aceitou prontamente participar da simulação e sua parte foi autorizada pela Justiça. 

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sábado, 5 de dezembro de 2015

Advogado defende acareação entre Edelvânia Wirganovicz e Graciele Ugulini


ADVOGADO DA FAMÍLIA UGLIONE DEFENDE A NECESSIDADE DE ACAREAÇÃO ENTRE EDELVÂNIA WIRGANOVICZ E GRACIELE UGULINI


Foto: arquivo pessoal


Na terceira entrevista que Edelvânia Wirganovicz falou a respeito de sua participação na morte de Bernardo Uglione Boldrini, tentando se safar da acusação de crime hediondo envolvendo criança, ela agora nega que o crime tenha sido premeditado afirmando que o menino apenas ingeriu comprimidos e não que recebeu injeção letal como havia dito em interrogatório de 14/04/2014 à Polícia Civil de Três Passos/RS.

O que mais chama a atenção na entrevista concedida ao Jornal Zero Hora em 11/11/2015, é ela saber detalhes sobre a morte de Odilaine Uglione, mãe de Bernardo, chegando inclusive a denunciar Caroline Bamberg como parte da trama, mas essa acusação foi prontamente rebatida pela Delegada da Polícia Civil, responsável pelo inquérito que investigou o suposto suicídio de Odilaine em 10/02/2010 e também o assassinato de Bernardo e  que acabou levando para detrás das grades, os quatro acusados.

O Doutor Marlon Taborda, advogado da família Uglione ressalta que parte das novas revelações de Edelvânia não tem outro objetivo a não ser o de tentar diminuir a dimensão do crime, já que parte de suas afirmações não tem nenhum respaldo dentro do processo, em face das evidências que foram colhidas durantes as investigações em abril de 2014.

No sábado seguinte, 14/11/2015,  foi a vez do Doutor Marlon Taborda falar pela Rádio Província de Porto Alegre/RS, no Programa Tribuna Popular, sobre a entrevista de Edelvânia. O advogado destaca a leitura corporal de Edelvânia ao se referir aos acontecimentos que resultaram na morte do pequeno Bernardo, demonstrando que ela não estava sendo verdadeira. Mas ao se referir ao suposto suicídio de Odilaine Uglione, acendeu para ele um sinal vermelho, porque a família de Odilaine sempre defendeu a ideia dela ter sido assassinada. 

Nessa parte das declarações de Edelvânia, sua fala e expressão denotam profunda convicção, principalmente quanto relata  as confidências de Graciele Ugulini feitas a ela a respeito da morte de Odilaine. De acordo com o Advogado, ele confirma que já solicitou ao Delegado Marcelo Mendes Lech, que as revelações de Edelvânia, concernentes a morte de Odilaine sejam devidamente apuradas. O Doutor Marlon Taborda alega que existem no processo policial iniciado em maio de 2015 e  conduzido pelo Delegado Marcelo Mendes Lech, evidências de pagamentos que foram inclusive, validados em cartório.

Doutor Marlon Taborda:
- "Temos documentos que corroboram no mesmo sentido e trazem elementos mais concretos. Estamos tratando a declaração como mera coincidência, pois como chegaria até a ré, presa numa penitenciária de forte segurança, essa informação contida no inquérito policial que transcorre sem muita publicidade"?

O Doutor Marlon Taborda pede que seja feita a acareação das declarações de Edelvânia Wirganovicz com os novos elementos atrelados ao inquérito de Odilaine, reaberto em maio de 2015 por determinação judicial.

Doutor Marlon Taborda:
- "Caso a apuração chegue a um nível elevado e fique clara a possibilidade de que houve suborno a chefe das investigações ocorridas em 2010, vou pedir que o material seja encaminhado para a Corregedoria da Polícia Civil. 

O Advogado reiterou sua certeza de que o assassinato de Bernardo tenha sido cometido pela crença na impunidade, pois os autores se sentiram compelidos a executá-lo, por não terem sido punidos no passado pelo crime que vitimou Odilaine Uglione.

Douotr Marlon Taborda:
- "Acredito que as duas mortes tiveram relação, por isso queremos que tudo seja resolvido. Não podemos permitir que pessoas cometam delitos, na certeza da impunidade".

O Doutor Marlon Taborda ressalta que o acompanhamento da inclusão das novas provas que se somam ao processo dia a dia é realizado em tempo real, sendo o procedimento classificado por ele como robusto e bem instruído.

Doutor Marlon Taborda:
- "É um inquérito multidisciplinar no que diz respeito à abordagem dos fatos. Estamos aguardando os resultados de exames técnicos que poderão colaborar em algumas circunstâncias ou afastá-las, mas não serão provas isoladas".

Segundo o Advogado, a preocupação maior agora não se refere ao prazo final para a conclusão das investigações, mas sim aos trabalhos  que estão sendo efetuados no sentido de se elucidar todos os fatos obscuros. Ele elogia o empenho e o comprometimento da Polícia Civil em relação às diligências aplicadas ao caso, no intuito de colocar  a limpo todas as circunstâncias ligadas ao suposto suicídio de Odilaine.

No Programa Tribuna Popular,o Doutor Marlon Taborda acentuou que muitos elementos confirmam que Odilaine não tinha a intenção de se matar, visto que até uma transportadora tinha sido contratada para fazer sua mudança até Santa Maria/Rs, onde passaria a residir com o filho, depois que se separasse do marido, o médico Leandro Boldrini.

Doutor Marlon Taborda:
- "A questão patrimonial também não poderia ser motivo para o suicídio, pois já tinha em andamento um processo de separação e partilha de bens".

O Advogado disse considerar estranha a demora do Instituto Geral de Perícias (IGP) em devolver as Autoridades Policiais os resultados das análises grafoscópica, grafológica e do exame de balística que deverá demonstrar o trajeto do projétil de arma de fogo que penetrou no crânio de Odilaine. Conforme o Doutor Marlon Taborda, laudo emitido recentemente confirma que a bala que matou Odilaine não saiu da arma encontrada no consultório do doutor Leandro Boldrini, em 10/02/2010.

O Doutor Marlon Taborda critica o inquérito policial produzido anteriormente, sendo que a averiguação dos fatos foi feita de maneira muito superficial, deixando muitos indícios importantes sem a devida comprovação.

Doutor Marlon Taborda:
- "Pessoas que foram novamente convocadas para os depoimentos nesta nova fase das investigações, disseram que em 2010 responderam pouquíssimas perguntas, por isso afirmo que o inquérito foi superficial".

O Advogado ainda complementou sua fala, referindo-se à atmosfera de suicídio que foi criada em torno de Odilaine Uglione.

Doutor Marlon Taborda:
- "Por todos os elementos de provas juntados até agora, eu não acredito na possibilidade de suicídio".

Disponível em:


OBSERVAÇÃO: Nem nós, Doutor Marlon Taborda, nem nós!

JÚRI POPULAR URGENTE PARA BERNARDO UGLIONE BOLDRINI E JUSTIÇA PARA ODILAINE UGLIONE!


segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Reconstituição da morte de Odilaine Uglione terá a participação de Leandro Boldrini


O MÉDICO LEANDRO BOLDRINI PARTICIPARÁ DA RECONSTITUIÇÃO DA MORTE DE ODILAINE UGLIONE

Arquivo pessoal

16 de dezembro de 2015 é a data marcada para a reconstituição da morte de Odilaine Uglione, ocorrida em 10/02/2010 e encerrada como suicídio pela Polícia Civil de Três Passos. Odilaine Uglione é a mãe do menino Bernardo uglione Boldrini, de 11 anos, cruelmente assassinado em 04/04/2014, onde os principais acusados são o pai do menino, o médico Leandro Boldrini e a madrasta Graciele Ugulini. Ambos permanecem presos desde 14/04/2014, quando o corpo do garoto foi encontrado em um matagal, na cidade de Frederico Westphalen e aguardam julgamento pelo Tribunal do Júri Popular.

O doutor Leandro Boldrini mostrou-se disposto a cooperar com a reprodução simulada dos fatos e sua participação foi autorizada pela Juíza Vívian Feliciano, titular da Primeira Vara Judicial da Comarca de Três Passos. A reconstituição está marcada para as 14:00 hs. do dia 16/12/2015, na Clínica São Mateus, em Três Passos. O local permanecerá totalmente interditado a partir do dia 15/12.

Juíza Vívian Feliciano:
- "É de relevante valor para a elucidação dos fatos". 

Disponível em:


OBSERVAÇÃO: Odilaine Uglione foi vítima de um suposto suicídio, quatro anos antes da morte do filho Bernardo: quando a isso, não restam dúvidas, de acordo com perícias particulares contratadas por sua família e até mesmo por outros peritos capacitados e que, inconformados com a tese de suicídio se prontificaram a desmontar a versão que vigorava até maio de 2015 e quando finalmente o Ministério Público resolveu reabrir o caso, no intuito da elucidação.

Uma carta escrita por outra pessoa e encontrada na bolsa de Odilaine tentando parecer suicídio, um revólver no cofre de Leandro Boldrini quando o mesmo tinha dito à Polícia não possuir arma de fogo. A obscuridade do Caso Odilaine Uglione está prestes a ser clareada. Não é possível que as evidências gritantes, tenham se voltado contra o médico Leandro Boldrini, apenas como forma de afronta ou de castigo. No nosso entendimento, está mais para uma forma de protesto.

JÚRI POPULAR JÁ PARA O CASO BERNARDO UGLIONE BOLDRINI E JUSTIÇA PARA ODILAINE UGLIONE!

domingo, 22 de novembro de 2015

Entrevista de Edelvânia será parte no processo do caso Bernardo


SE A JUSTIÇA PERMITIR, A ENTREVISTA DE EDELVÂNIA WIRGANOVICZ EM 12/11/2015 DEVERÁ SER INCLUÍDA NO PROCESSO DO CASO BERNARDO 

Foto de Jefferson Botega / Agência RBS

O advogado Jean Menezes Severo disse que irá encaminhar ofício à Justiça para que a entrevista que sua cliente Edelvânia Wirganovicz forneceu ao Jornal Zero Hora em 12/11/2015, seja incluída no processo do Caso Bernardo.

Jean M. Severo:
- "Quem irá valorar a prova não é o juiz, é o jurado. Então posso apresentar todo o processo novamente e mostrar as contradições. A grande pergunta é por quê em um interrogatório tão importante, a polícia se preocupou em gravar um depoimento e não deixou que ela fosse acompanhada por um advogado".

No depoimento a que o advogado se refere, em 14/04/2014, Edelvânia relatava à Polícia Civil que Graciele Ugulini a tinha procurado pedindo ajuda, no intuito de se desfazer do enteado, Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos. Na ocasião ela informava que havia recebido dinheiro de Graciele e ainda confirmava que ajudara a matar o menino, afinal ela estava na cena do crime, enquanto a madrasta aplicava no menino, a injeção mortal. E ela nada fez em defesa do garoto.

Na quarta-feira, 12/11/2015, Edelvânia negou tudo o que dissera anteriormente: ela disse agora que Bernardo foi vítima de uma superdosagem de medicamentos por acidente, que ela foi coagida pela Polícia e que ainda lhe foi proibido o acompanhamento jurídico. Conforme citado no jornal (e grifo nosso), a defesa de Edelvânia tenta minimizar a importância do depoimento anterior quando ela estava em plena posse de suas faculdades mentais, sem influência de medicamentos, mastigando chicletes e narrando friamente como tinha participado do assassinato do menino Bernardo.

Em dois momentos do vídeo ( para quem quiser conferir neste blog), os policiais reforçam o direito que Edelvânia tem a um advogado, bem como o de ficar calada e só se expressar em juízo, mas ela rejeita a orientação. Andrei Zenjner, professor de Direito Penal da PUCRS, esclarece que as negações do acusado quanto a ficar em silêncio e rejeitar acompanhamento jurídico não invalida seu depoimento anterior, no entanto, se a defesa conseguir a inclusão da entrevista no processo, sua nova versão pode ter validade.

Andrei Zenkner:
- "A versão nova, se encontrar amparo nos autos, pode prevalecer em face das declarações antigas. Isso vem para o processo como mais um elemento dos autos que será confirmado ou não, no depoimento judicial. É mais um elemento relevante de prova se vier parar dentro do processo".

É comum que o acusado apresente versões diferentes no decorrer de um processo criminal, mas os especialistas advertem que essas mudanças de posicionamentos além das contradições, podem reverter em prejuízo já que sua credibilidade ficará reduzida junto aos jurados que irão decidir sobre seu futuro. 

A Justiça havia negado anteriormente o pedido de Edelvânia para ser julgada separada dos outros réus e na época, o seu advogado manifestou a intenção de não recorrer da decisão judicial, mas depois da entrevista, ele resolveu voltar atrás. Ainda mais depois das revelações bombásticas que sua cliente fez e das promessas de muito mais, no dia do julgamento pelo Tribunal do Júri Popular.

Vivian Feliciano é a nova Juíza que irá conduzir o Caso Bernardo em substituição ao Juiz Marcos Luís Agostini que foi transferido para a localidade de Erechim/RS.

Disponível em:


JÚRI POPULAR URGENTE PARA  OS ASSASSINOS DO MENINO BERNARDO UGLIONE BOLDRINI!
E
JUSTIÇA PARA ODILAINE UGLIONE!


sábado, 21 de novembro de 2015

Supremo Tribunal Federal nega pedido de liberdade para Leandro Boldrini


STF REJEITA HABEAS CORPUS PARA COLOCAR O MÉDICO LEANDRO BOLDRINI EM LIBERDADE.

Foto reprodução / TV Globo

O Supremo Tribunal Federal (STF) indeferiu na terça-feira, 17/11/2015, o pedido de liberdade em Habeas Corpus nº 129008, impetrado pela defesa em favor do médico Leandro Boldrini, acusado da morte do filho Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos, morto em 04/04/2014, na cidade de Frederico Westphalen/RS. O corpo do garoto foi localizado 10 dias depois, enterrado em uma cova rasa, à beira do Rio Mico, na referida cidade.

A decisão de continuar mantendo Leandro Boldrini preso partiu da relatora da matéria, a ministra Rosa Weber e contou com o apoio dos ministros Edson Fachin e Luís Roberto Barroso, tendo apenas um voto contrário: o do ministro Marco Aurélio, que justificou ter havido excesso de prazo na prisão preventiva do acusado, que se encontra detido na Penitenciária Estadual de Charqueadas/RS.

Ministro Marco Aurélio:
- “Quanto mais grave a imputação, maior deve ser o cuidado com as garantias, com as franquias constitucionais”.

Em 14/04/2014, Leandro Boldrini teve prisão temporária decretada pela 1ª Vara da Comarca de Três Passos/ RS, na época, supostamente envolvido no crime de homicídio e ocultação de cadáver, sendo sua prisão posteriormente convertida em prisão preventiva. A defesa recorreu dessa decisão junto ao TJRS e STJ, mas não conseguiu lograr resultado.

A ministra Rosa Weber votou pela extinção do processo, sem resolução do mérito por dois motivos: primeiro pelo fato do habeas corpus atacar o acórdão do STJ, que negou provimento ao recurso e segundo que a via eleita (HC) foi inadequada, tendo em vista a discussão sobre a validade da prisão e a alteração do título prisional.

Ministra Rosa Weber:
- "Entendo que ocorreu substancial alteração do quadro fático da impetração, não mais subsistindo  a prisão preventiva decretada antes do julgamento, e sim, agora, uma segregação baseada em sentença de pronúncia com a consequente alteração do título prisional".

- "As decisões anteriores ratificam a existência de indícios suficiente de participação do paciente em conluio com as outras duas corrés (Graciele Ugulini e Edelvânia Wirganovicz) nos casos de homicídio quadruplamente qualificado e ocultação de cadáver praticado contra o próprio filho, menino de 11 anos, e também falsidade ideológica".

 A Ministra ressaltou ainda que a prisão do médico Leandro Boldrini foi decretada sobretudo para garantir a ordem pública e benefício do andamento do processo, uma vez que as testemunhas manifestaram o receio de retaliações por parte dos envolvidos.

Disponível em:


Opinião: STF rejeita habeas corpus para o pai do menino Bernardo. Tá faltando prisão perpétua no Brasil !!


Estava no carro, quando ouvi na Rádio Guaíba, que o Supremo Tribunal Federal decidiu manter a prisão do médico Leandro Boldrini, um dos acusados pela morte do filho, o menino Bernardo, em abril do ano passado. A sentença da Primeira Turma do STF, por três votos a um, considerou inviável o pedido de soltura do médico preso desde o mês do crime. Conforme a relatora da matéria, ministra Rosa Weber, que já havia negado o habeas em julho, decisões anteriores ratificaram “a existência de indícios suficientes da participação do paciente em conluio com as outras duas corrés nos crimes de homicídio quadruplamente qualificado e ocultação de cadáver praticados contra o próprio filho, menino de 11 anos, e também falsidade ideológica”. Votaram com a relatora os ministros Edson Fachin e Luís Roberto Barrroso. Apenas o juiz Marco Aurélio Mello discordou dos colegas, ao entender que “no caso houve excesso de prazo da prisão preventiva”.
Adorei a decisão. Sei que o ministro Marco Aurélio foi técnico, mas que bom que seus colegas viram outros motivos para manter esse canalha na cadeia. Eu sou contra a pena de morte e na maioria dos casos da prisão perpétua. Mas nesse caso isso pouco importa e também pouco me importa a opinião dos meus amigos advogados criminalistas e defensores dos direitos humanos sobre o que vou escrever. Na minha opinião, Leandro Boldrini merece prisão perpétua. E na minha opinião o principal crime desse desgraçado é falta de amor ao ser humano. O que essas imagens mostram, são o maior crime que um pai pode cometer com um filho. Particularmente, eu gostaria que a condenação dele fosse para toda vida e com um detalhe: o vídeo desta página e outros mostrados pela imprensa brasileira… Rodassem sucessivamente, 24 horas, 365 dias por ano na cela onde esse sujeito de quinta categoria será preso infelizmente por poucos anos.
 Porque esse m… sairá logo, logo da prisão beneficiado pela maldita progressão de regime. Não vai faltar amigos que me digam, tu defendeu tortura psicológica e isso é abominável. Concordo! Porém, o que fez o pai com o filho não foi tortura? Felipe, tu mesmo cita Gandhi e lembra que se a Lei de Talião for cumprida… acabaremos todos cegos e desdentados. É verdade, cito mesmo. Mas, não é possível que esse sujeito e seus comparsas tenham feito tudo o que fizeram e um dia voltem a conviver em comunidade. Não é possível que o grito do Bernardo possa ser escutado via Youtube em qualquer lugar do planeta, mas que rapidamente se cale porque alguém vai dizer: “Ele pagou o que devia a justiça. Foi condenado, cumpriu a pena e reconquistou sua liberdade”. E o Bernardo, pergunto eu? Um garoto indefeso, torturado horas e horas, dias e dias, durante anos com a participação de um pai cruel, omisso e covarde.

 Na minha opinião a lei brasileira é branda e favorece a bandidagem de todas espécies. Por isso, acredito, que em alguns casos deva se deixar de permitir que existam benefícios como a redução da pena. O sujeito foi condenado a 30 anos (pena máxima) cumpra integralmente ou o que seria melhor ainda,  sujeitos como Leandro Boldrini e seus comparsas em crimes hediondos apodrecerem na cadeia cumprindo prisão perpétua.
Disponível em:
http://felipevieira.com.br/site/opiniao-stf-rejeita-habeas-corpus-para-o-pai-do-menino-bernardo-ta-faltando-prisao-perpetua-no-brasil/ . Acesso em 21/11/2015.

JÚRI POPULAR PARA O CASO BERNARDO UGLIONE BOLDRINI URGENTE!
Foto: arquivo pessoal

OBSERVAÇÃO: faço minhas as palavras do Facebook Bernardo Uglione - Justiça.
AGRADECIMENTO:
AOS MINISTROS EDSON FACHIN E LUIS ROBERTO BARROSO, ALÉM DE ROSA WEBER, RELATORA DO ÚLTIMO "HABEAS CORPUS" MAL SUCEDIDO DE LEANDRO BOLDRINI, NOSSA ORAÇÃO DE AGRADECIMENTO PELA SENSIBILIDADE QUE OS FEZ NEGAR LIBERDADE EM CASO TÃO GRAVE.

domingo, 15 de novembro de 2015

Leandro Boldrini presta depoimento durante oito horas


LEANDRO BOLDRINI FORNECE MATERIAL GENÉTICO PARA INVESTIGAÇÃO SOBRE A MORTE DE ODILAINE UGLIONE, MÃE DO MENINO BERNARDO


12/11/2015, quinta-feira, o médico Leandro Boldrini foi ouvido durante oito horas pelo Delegado Marcelo Mendes Lech, Delegado titular responsável pelas novas investigações sobre o suposto suicídio de Odilaine Uglione, mãe do menino Bernardo. Ele ainda concordou em fornecer material genético para comparação com o material recolhido das unhas de Odilaine.

Delegado Marcelo M. Lech:
- "Caso o material coletado embaixo das unhas de Odilaine tenha material genético de Boldrini, pode-se denotar que houve um contato físico".

O material colhido de Leandro Boldrini será encaminhado para o Instituto Geral de Perícias (IGP), no entanto, não há prazo para o resultado da análise.
Enquanto isso, Edelvânia Wirganovicz fez sérias declarações a respeito da morte de Odilaine. Ela que ainda não tinha sido cogitada para depoimento nesse caso e disse que sobre isso, só falaria em juízo. Com certeza, o Delegado Lech não vai esperar.

Doutor Marlon Taborda, advogado da Família Uglione:
- "São informações importantes. Acredito que ela (Edelvânia) deva ser ouvida no inquérito que apura as circunstâncias da morte de Odilaine, o que deve implicar em novas oitivas, inclusive da Graciele, que deve ser inquirida novamente nesta contraposição, ou até mesmo em acareação com a Edelvânia".

Disponível em:

Edelvânia Wirganovicz tem informações sobre a morte da mãe do menino Bernardo


EDELVÂNIA WIRGANOVICZ DIZ TER SOFRIDO COAÇÃO NO INTERROGATÓRIO DE 14/04/2014, QUE MORTE DO MENINO BERNARDO NÃO FOI PREMEDITADA E FAZ SÉRIAS ACUSAÇÕES


Foto de Jefferson Botega / Agência RBS.

Edelvânia Wirganovicz alega que no depoimento que prestou à Polícia Civil em 14/04/2014, quando foi presa, dizendo que estava auxiliando a Justiça, era tudo uma farsa. Entre as muitas verdades ocultas nas entrelinhas, as que foram ditas, incluindo as palavras que a  Delegada Cristiane ainda se seu ao trabalho de colocar  em sua boca, tudo isso agora é motivo de denúncia.

Ao adentrar a sala da direção da Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre, Edelvânia quis saber se estaria algemada durante a entrevista que concederia ao Jornal Zero Hora. De acordo com o referido Jornal, Edelvânia falou por quase duas horas. Trajava um casaco roxo de gola alta, calças jeans e sapatilhas, em um ambiente acima de 25º. Exibindo 10 quilos a mais em razão de depressão, cabelo com raízes brancas e um rosto inchado, ela pediu que a família não a visitasse, sobretudo em razão dos 450 quilômetros que a separam de Frederico Westphalen, onde morava.

Pouco comunica-se com o ambiente externo e ocasionalmente escreve para uma irmã. No depoimento à Policia Civil em abril de 2014, Edelvânia afirmava que Graciele Ugulini a procurara três meses antes do crime, a fim de lhe pedir ajuda para dar um sumiço em Bernardo Uglione Boldrini, seu enteado de apenas 11 anos de idade, que enfrentava problemas econômicos e iria receber muito dinheiro. Contou ainda que Bernardo depois de dopado, havia recebido da madrasta, uma injeção letal que pôs fim a sua vida.

Na quarta-feira, 11/11/2015, negou tudo o que havia dito em depoimento e conforme relatou à repórter Débora Ely, do Jornal Zero Hora, em perguntas que foram respondidas com os olhos arregalados, apertando os lábios com os dentes por várias vezes, não tendo demonstrado  um pingo de remorso e nem  chorado em momento algum. 

Segue abaixo transcrição completa do depoimento de Edelvânia Wirganovicz em 11/11/2015:

Jornal Zero Hora:
- “A senhora está presa na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba desde 30 de abril de 2014, acusada de participar da morte do menino Bernardo. Como é a sua rotina"?
 Edelvânia Wirganovicz:
- “Estou no isolamento, em uma cela. Não tenho uma tomada para ligar uma televisão. Estou isolada em um quartinho fechado. Passo a maior parte do tempo ali. Não gosto de ir ao pátio porque é a mesma coisa do que estar na cela. É pequeno também. Leio uns livros, fico deitada. Como e deito. Essa é a minha rotina. Não vou muito no sol”.

Zero Hora:
- “Pode descrever como é a sua cela aqui na penitenciária”?
Edelvânia:
- “A minha cela é um quadrado. Tem a cama, a pia, um balcãozinho para colocar alguma coisa em cima, um chuveiro do ladinho, o banheiro. É bem pequeno o ambiente. É um lugar bem difícil de conviver. Todas as presas que vêm pagar castigo, no isolamento, ficam se arrastando, não aguentam ficar 10 dias. Elas reclamam muito. E eu digo que estou assim há um ano e seis meses. Estou debilitada, mas estou aqui”.

Zero Hora:
- “Sabe por que está em uma cela isolada”?
Edelvânia:
- “Sim”.

 Zero Hora:
- “Por quê”?
Edelvânia:
- “Porque, no momento, não posso conviver com outras presas, por causa da situação em que me encontro hoje”.

Zero Hora:
- “A madrasta do menino Bernardo, Graciele Ugulini, está presa nessa mesma penitenciária. Vocês já se encontraram”?
Edelvânia:
- “Nos encontramos. Já nos encontramos. Ela estava indo e eu vindo”.

Zero Hora:
- “Conversaram”?
Edelvânia:
- “Não”.

Zero Hora:
- “Qual foi o seu sentimento ao ver a Graciele”?
Edelvânia:
- “Eu sinto pena dela”.

Zero Hora:
- “Por quê”?
Edelvânia:
- “Porque ela vai ter de pagar pelo que fez, né”?

                                                    Foto de Jefferson Botega / Agência RBS

Zero Hora:
- “Não sente raiva dela”?
Edelvânia:
- “Em algum momento, já senti. Mas, depois, pensei nela, na família. Quando eu rezo pela minha família, eu rezo pela família dela também. Que Deus dê força”.

Zero Hora:
- “A senhora reza todos os dias”?
Edelvânia:
- “Bastante. Eu pego a Bíblia, rezo, agradeço a Deus pela saúde. Levanto de manhã cedo, vou para a janela, tiro o pano e agradeço a Deus por mais um dia, dou bom dia para Deus. Me ajoelho, rezo, peço saúde para toda a minha família, para a minha mãe. Que ela tenha muita saúde que logo estarei lá tomando chimarrão. E com o Evandro (Wirganovicz, irmão de Edelvânia) também”.

Zero Hora:
- “O que a senhora vê da janela da cela”?
Edelvânia:
- “Vejo uma parede. E logo após é a creche das mães que têm as crianças. Até tem uma criança que chora muito. Fico muito angustiada. Digo: "Vão ver o que essa criança tem!". Ela chora, chora. É pequena, né? Me deixa mal ver, escutar essas crianças chorarem”.

Zero Hora:
- “Neste presídio há muitas mães. Mulheres que cometem crimes com crianças costumam enfrentar represálias das demais apenadas. A senhora já sofreu alguma violência, física ou verbal, de outra presa”?
Edelvânia:
- “Sim. Tem umas (presas) que saem das galerias para pagar castigo que me enchem de "coisa". Meu Deus do céu. Eu digo: "Vocês têm razão, podem falar". Tem outras que vêm para a cela do lado e ajudam muito. Uma veio da galeria, tinha me visto, e disse que jamais imaginou que eu iria alcançar um rolo de papel higiênico para ela. Porque ela estava com raiva, né? Daí a gente foi conversando e ela tirou aquilo que ela tinha de mim. Aquela pessoa que todo mundo condena sem conhecer. Sem ter escutado”.

Zero Hora:
- “Seu advogado pediu à Justiça que a senhora seja julgada sozinha no processo sobre a morte de Bernardo porque, ‘haveria elementos para conseguir a absolvição’. Que elementos são esses”?
Edelvânia:
- “Inicialmente, eu gostaria de pedir perdão à avó do Bernardo e aos meus familiares. Eu errei. Errei muito naquele dia, em não ter ido na delegacia quando o Bernardo passou mal dentro do meu carro e veio a óbito. O Evandro não tem nenhum envolvimento na morte do Bernardo. Quem acusou o Evandro de ter feito a cova, gostaria que me dissesse que dia foi, que horas, a cor da roupa. Eu quero provas de que viram ele fazendo a cova. Porque quem fez a cova fui eu. Só eu que fiz. Estou disposta a ir lá e fazer outra cova, até mais funda do que aquela que eu fiz”. 

Zero Hora:

- “A senhora falou, agora, que o Bernardo morreu dentro do seu carro depois de tomar comprimidos administrados pela Graciele. No depoimento à Polícia Civil, em 14 de abril, 10 dias depois do homicídio, a senhora falou em uma injeção letal. O que matou, de fato, o Bernardo”?
Edelvânia:
- “O que matou ele, segundo a Graciele, foram os comprimidos que ela deu para ele tomar”.

Zero Hora:
- “Mas a senhora falou à polícia que a Graciele fez uma aplicação na veia do menino e, inclusive, citou que saiu um "pouquinho de sangue" e que, a partir daí, ele foi apagando”.
Edelvânia:
- “Não. Não foi bem isso”.

Zero Hora:
- “O que aconteceu, então, naquele 4 de abril de 2014”?
Edelvânia:
- “Estava trabalhando só de manhã. A Graciele disse, na hora do almoço, que iria a Frederico (Westphalen), que tinha uma promoção de televisão e ela iria buscar. Acaba que o Bernardo vem junto com ela. Ela disse que deu medicamento para ele no caminho para ele não ter ânsia de vômito. Eu ia ficar com o Bernardo na praça. Quando ela morou comigo, um tempo atrás, ela tinha um relacionamento com um cara. Ela ia se encontrar com esse cara. Chegando na praça, na hora de descer comigo, o Bernardo disse que não. A Graciele disse: ‘Desce que a Tia Edi vai ali na praça’. Deu uma crise nele. A Graciele já estava nervosa. E ela chegou atrasada em Frederico para o encontro que iria.

 E eu ficaria na praça com o Bernardo. Mas o Bernardo não quis, surtou, não quis descer do carro. Daí, ela pegou um monte de comprimidos, deu para o Bernardo tomar e disse para darmos mais uma volta para ele se acalmar. Fomos dar mais uma volta para depois descermos na praça e ele passou mal dentro do meu carro. Começou a passar mal e desmaiou. Eu disse para a Graciele que o Bernardo não estava bem. Chacoalhei ele. Disse para levarmos ele no hospital para fazer uma lavagem, porque ela tinha dado muitos remédios para o guri. Ela disse que não. Que não adiantava levar no hospital. Eu disse, então: ‘Graciele, você acabou de matar o Bernardo. Eu vou ir à polícia’. Ela disse: ‘Não, tu não vai na polícia. Tu vai arranjar um jeito de me ajudar a consumir com o corpo desse menino’.

 Ela me ameaçou, ameaçou a minha família, que eu tinha que ajudar a dar um sumiço no corpo. Fiquei desesperada com tudo aquilo. E ela ameaçando que tinha dinheiro. Acabamos saindo da cidade e chegamos na beira do rio. Eu desci, peguei as ferramentas que estavam dentro do meu carro para levar para a minha mãe, entrei mato adentro e fui achar um lugar que fosse macio para cavar essa cova. A Graciele ficou pra lá e pra cá e não me ajudou. Fui eu quem fez a cova. Somente eu. Eu saí dali. E ela ficou. Eu fui me lavar na sanga. Eu estava mal”.

Zero Hora:
- “Por que a senhora mesma não tomou a atitude de procurar um hospital ou a polícia”?
Edelvânia:
- “Mas eu pedi. Disse pra ela: ‘Vamos no hospital fazer uma lavagem que ele está intoxicado de remédio’. Ela, como enfermeira, disse que não adiantava. Ela examinou ele e disse que não adiantava. Então, ela me disse que não tinha mais o que fazer. Eu disse que iria na polícia porque ela tinha acabado de matar o Bernardo com o monte de comprimido que tinha dado pra ele. Ela disse: ‘E você vai me ajudar’. Ameaçou a minha família de morte, me ameaçou, que tinha dinheiro”.

Zero hora:
- “Quais eram os medicamentos”?
Edelvânia:
- “Midazolam, eu acho, que ela deu para o guri”.

Zero Hora:
- “No depoimento à polícia a senhora disse que a Graciele a havia procurado dois ou três meses antes do crime já com segundas intenções. Que pediu auxílio e que ela já tinha tudo planejado para, nas suas palavras, ‘consumir com o guri’. Não é o que diz agora. Então, mentiu em depoimento”?
Edelvânia:
- “Eu trabalhava em uma farmácia que atendia a 26 municípios, era responsável pelos medicamentos. A polícia começou a investigar para cima de mim. Fiquei nervosa, preocupada, e comecei a tomar os remédios que tinha lá. Estava dopada, estava chapada de tanto remédio naquela última semana. Daí, me levaram na delegacia e a delegada (quem colheu o depoimento foi a delegada Cristiane de Moura e Silva) me colocou sentada numa cadeira. E eu já pedi para ela que queria a presença de um advogado.

 E eles tiraram meu direito da presença de um advogado (no vídeo do depoimento, policiais repetem duas vezes a Edelvânia o direito constitucional de ficar calada e só falar em juízo). Elas me coagiram a falar tudo aquilo. A delegada me disse: "Edelvânia, faz do jeito que nós mandarmos tu fazer que tu não vai pegar cadeia nenhuma". Confiei nelas. E falei. Eu estava mal, estava chapada, estava drogada de remédio. Quando me dei conta, elas estavam montando o processo para me incriminar. Estou presa hoje há mais de um ano por causa da Graciele e da delegada. A delegada me mentiu. Hoje eu sei por que elas fizeram isso comigo”.

Zero hora:
- “Por que elas fizeram isso com a senhora”?
Edelvânia:
- “A delegada Caroline (Bambergtinha feito um acordo com o médico. Ela ganhou um alto valor em dinheiro para arquivar o processo. A Graciele me contou que deram para a delegada um alto valor em dinheiro, o apartamento, para ela arquivar o inquérito da morte da mãe do Bernardo”.

Zero Hora:
- “Quando a Graciele lhe contou isso?
Edelvânia:
- “Numa ida a Três Passos. No dia da audiência. A Graciele me contou que o Leandro tinha dado um valor alto para a delegada não reabrir o caso”.

Zero Hora:
- “Tem prova dessa acusação”?
Edelvânia:
- “Sim, a Graciele me falou. Ela me contou que eles tinham dado um valor alto para a delegada não reabrir o inquérito. E foi o que ela fez. Ela não abriu”.

Zero Hora:
- “E o valor de 6 mil que disse à polícia que Graciele havia transferido e que a senhora usara para pagar uma parcela do apartamento”?
Edelvânia:
- “A Graciele não me passou dinheiro nenhum. O dinheiro que eu estava pagando as prestações... primeiro minha mãe fez um empréstimo em nome dela e me deu a primeira parcela do apartamento. A segunda parcela que dei foi do meu trabalho, no final do mês”.

Zero Hora:
- “O que a Graciele falou sobre o Bernardo”?
Edelvânia:
- “Falou que era um guri difícil de lidar, revoltado, que tomava muito remédio, remédio controlado”.

Zero Hora:
- “Em algum momento ela mencionou que queria se livrar dele”?
Edelvânia:
- “Para mim, não. Ela só disse que ele era um guri muito agitado, que tinha medo que ele chegasse perto da Maria (Maria Valentina, filha de Graciele e Leandro), que machucasse a Maria”.

Zero Hora:
- “A senhora se arrepende”?
Edelvânia:
- “Muito. Deus o livre”.

Zero Hora:
- “Do que se arrepende”?
Edelvânia:
- “Eu me arrependo de ter acontecido aquele acidente no meu carro, comigo junto, porque eu jamais faria mal a uma criança. Eu jamais faria mal a uma criança. Jamais. Jamais faria mal a uma criança”.

Zero Hora:
- “Como a sua prisão, a prisão do Evandro e a repercussão do caso mudaram a rotina da sua família”?
Edelvânia:
- “Eu destruí a minha família. Eu, hoje, me sinto assim, ó... acabei com a minha vida. Perdi a minha família, estou há mais de um ano presa aqui. Eu botei minha vida fora. Acabei comigo mesma. É muito difícil”.

                                                  Foto de Jefferson Botega / Agência RBS

Zero Hora:
- “A Justiça de Três Passos decidiu que a senhora, o Evandro, o Leandro e a Graciele vão a júri popular. O que gostaria de dizer às pessoas que irão decidir o seu futuro”?
Edelvânia:
- “Eu tenho mais coisas pra falar, mas eu só vou falar no dia do júri... por medo”.

Zero Hora:
- “Que coisas são essas”?
Edelvânia:
- “Coisas que a Graciele me contou sobre a morte da mãe do Bernardo”.

Zero Hora:
- “Como imagina seu futuro daqui para a frente”?
Edelvânia:
- “Não sei... não sei. Hoje estou presa. Eu não sei o que vai acontecer. Não sei”.

Zero Hora:
- “Quando sair da prisão, qual será a primeira coisa que irá fazer”? 
Edelvânia:
“Ver minha mãe. Ver a minha mãe”.

CONTRAPONTOS

O que diz Vanderlei Pompeo de Mattos, advogado de Graciele Ugulini.

A defesa afirma que tem como versão única o depoimento de Graciele Ugulini à Polícia Civil, no qual a madrasta confirma que o menino morreu acidentalmente em razão do excesso de medicamentos administrados por ela. O advogado também diz que desconhece qualquer acusação sobre Graciele ter ameaçado Edelvânia ou sobre o suposto pagamento de dinheiro à delegada Caroline Bamberg para que o inquérito sobre a morte da mãe de Bernardo, Odilaine Uglione, fosse arquivado.
O que diz Ezequiel Vetoretti, advogado de Leandro Boldrini.

Informa que desconhece o teor da versão apresentada por Edelvânia e que mantém o princípio de só se manifestar nos autos do processo.
O que diz a delegada Caroline Bamberg, em nome da Polícia Civil.

Diz que foram garantidos, em depoimento, os direitos constitucionais, que foi oportunizado um defensor e Edelvânia rejeitou. Nega qualquer hipótese de ter coagido Edelvânia ou que tenha recebido dinheiro de Leandro ou Graciele.

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OBSERVAÇÃO:  um misto de descaramento, enganações e mentiras, referindo-se ao caso da morte do menino Bernardo. O que Edelvânia Wirganovicz pretende com isso, já que não consegue enganar mais ninguém?